O sistema de saúde municipal entrou em estado de prostração extrema. Somente um milagre poderá trazê-lo de volta à vida. Não há que se falar em tempo. O prefeito Hildon Chaves e sua equipe de coladores já tiveram tempo suficiente para arrumar a casa. Chegamos ao fundo do poço.

A população humilde, que sobrevive de salários, está proibida de adoecer. A assistência médica ambulatorial escafedeu-se, foi jogada para as calendas gregas. Agora, a opção dos esquecidos pelo poder público é definhar nas filas das Upas e policlínicas.

E o pior é que se não vislumbra uma luz no final do túnel, a menos, é claro, que o prefeito coloque a mão na consciência e proceda, desde já, a uma varredura na Secretaria Municipal de Saúde, de alto abaixo escalão, começando pelo titular da pasta.

O êxito da administração pública é sempre garantido pela qualidade da direção e pela eficiência da organização. Para que a tarefa de governo alcance a sua finalidade, o poder administrativo precisa estar harmonizado com o poder político.

Como médico, o senhor Orlando Ramires pode ser um excelente profissional, como afirmam os que o conhecem. Entretanto, como secretário municipal de saúde, há quase sete meses no cargo, ainda não disse a que veio. Doutor Orlando pode até ter boa vontade e disposição para o labor, mas só isso não é o bastante.

As sucessivas reuniões e mudanças na estrutura organizacional não lograram os resultados desejáveis. Se existem recursos, como disse o próprio prefeito, publicamente, então por que a saúde municipal chegou a essa situação extrema, desesperadora? A resposta é simples: incompetência.

A situação - repita-se - está preta. A saúde municipal precisa de um tratamento de choque – um choque de competência, de realismo e de humildade. A população não pode continuar pagando a conta sozinha. Não foi isso o que prometeu o candidato doutor Hildon Chaves, durante a campanha que o conduziu à prefeitura de Porto Velho, em um pleito memorável.