Ciro quer debate antes de propor reformas previdenciária e tributária
Resolver o endividamento das famílias e do setor empresarial, atrair o investimento privado e melhorar a eficiência do setor público foi o caminho sugerido pelo candidato.
Questão habitacional não pode ser responsabilidade só do governo federal, diz Ciro Gomes - José Cruz/Agência Brasil
Ao participar de um evento promovido por empresários ligados à União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), nesta terça-feira (13), o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, destacou que os problemas brasileiros não vão se resolver se o país continuar crescendo apenas 2% ao ano e mantiver "a pior distribuição de renda do planeta".
Resolver o endividamento das famílias e do setor empresarial, atrair o investimento privado e melhorar a eficiência do setor público foi o caminho sugerido pelo candidato.
Para melhorar a eficiência do Estado, Ciro defendeu, nos seis primeiros meses de governo, um grande debate com a população sobre as reformas da Previdência e tributária, com apoio das universidades. Para o candidato, é preciso um redesenho do pacto federativo e a reforma tributária para melhor distribuição dos impostos. Ele disse que pretende adotar melhores práticas, como a cobrança de impostos sobre mercadorias no destino (hoje são cobrados na origem) e a fusão de tributos.
Na área de urbanismo, o candidato quer aumentar a participação das prefeituras e governos estaduais em programas como o Minha Casa, Minha Vida. Na visão do pedetista, com um déficit de 6 milhões de habitações, a infraestrutura necessária para os programas de moradia não pode ser responsabilidade apenas do governo federal. A ideia é que estados e prefeitura assumam, sem ônus para o morador, a infraestrutura dos conjuntos habitacionais, que chega a 20% do custo da obra. Segundo Ciro, isso vai garantir a regularidade nos pagamentos dos mutuários.
Questionado sobre segurança nas fronteiras, Ciro defendeu a criação de uma guarda nacional de fronteiras ostensiva e, segundo ele, essencialmente tecnológica. Pela proposta, a Polícia Federal (PF) não teria mais responsabilidade nessas regiões.
Na saúde, Ciro afimrou que os principais problemas são o subfinanciamento e a má gestão. Para o candidato, é preciso universalizar a atenção básica, com a formação de médicos generalistas, além de sistematizar a entrega de remédios, a realização de exames especializados e de cirurgias eletivas. “No Ceará, criamos policlínicas, com marcação de exames pelos próprios médicos. Quero trazer essa experiência para o [âmbito] nacional”, disse.
Além de Ciro, na parte da manhã, foram ouvidos os candidatos Álvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB). A partir das 15h, confirmaram presença no Diálogo Unecs os candidatos do PSDB, Gerado Alckmin, e Fernando Haddad, candidato a vice-presidente na chapa do PT, encabeçada pelo ex-presidente Lula, que foi convidado, mas está preso em Curitiba.
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