Cirurgias para correção de lábio leporino estão sendo realizadas no Hospital de Base Ary Pinheiro em Porto Velho

Foi montada uma equipe multidisciplinar, para a realização de cirurgias menos complexas, e no final do ano a equipe da Operação Sorriso, fará as mais complexas.

Sângela Oliveira/Fotos: Sângela Oliveira
Publicada em 11 de fevereiro de 2019 às 14:59

Regiane Oliveira, mãe do pequeno Arthur, comemora resultado

Regiane Oliveira, mãe do pequeno Arthur, fala hoje com tranquilidade quando viu o rostinho do seu filho pela primeira vez e percebeu que ele nasceu com má formação decorrente da não-junção entre a parte esquerda do lábio, conhecido como lábio leporino.

Segunda ela, imediatamente foi encaminhada para uma consulta na Policlínica Oswaldo Cruz (POC), com o cirurgião plástico, que avaliou a criança e já começaram os procedimentos para a primeira cirurgia. Para corrigir o lábio leporino,  o procedimento geralmente é feito a partir dos três meses de vida do bebê, se estiver com boa saúde, dentro do peso ideal e sem anemia.

Já a cirurgia para corrigir a fenda palatina pode ser feita quando o bebê estiver aproximadamente 18 meses.  O Arthur fez com um ano e nove meses, pela equipe da Operação Sorriso, que vem a Porto Velho uma vez por ano. O Arthur nasceu tanto com lábio leporino como a fenda palatina, ou seja, nasceu com a fissura labiopalatina, por isso a necessidade das duas cirurgias.

OPERAÇÃO SORRISO

Coordenadora do NUFIS, Maria José, destaca avanço no Estado

A Operação Sorriso realizou em dezembro do ano passado a 5ª missão humanitária, (como é chamado o atendimento), em Porto Velho. A missão inaugural aconteceu em 2014, a convite de uma enfermeira da capital rondoniense, que identificou na região uma grande carência de especialistas em fissura labiopalatina e uma alta demanda reprimida.

Todos os bebês que nasciam com essa má formação antes de 2014, eram encaminhadas para tratamento fora do Estado, via  TFD – Tratamento Fora de Domicilio.

NÚMEROS DA OPERAÇÃO

4 missões Humanitárias – 230 Voluntários Envolvidos – 445 Pessoas Atendidas – 4005 Consultas Realizadas – 269 Pessoas Operadas – 388 Procedimentos Cirúrgicos

NÚCLEO DE FISSURADO

Leia Corina, mãe de Gabriela, que está com três meses de vida

Vendo a necessidade de mães carentes, inclusive as que residem no interior do Estado, que não tinham condições de virem até a capital para fazer o processo de TFD, foi feita a proposta para a Secretaria de Saúde do Estado, Ministério Publico, para a implantação do núcleo, onde faz uma busca ativa dessas crianças que nunca tiveram acesso a essa cirurgia, e desde do início do mês de fevereiro, essa cirurgia está sendo realizada no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro em Porto Velho.

Foi montada uma equipe multidisciplinar, para a realização de cirurgias menos complexas, e no final do ano a equipe da Operação Sorriso, fará as mais complexas. Segundo a Enfermeira e Coordenadora do NUFIS, Maria José, se a criança passa dos seis meses para fazer a primeira cirurgia, ou se passa de um ano para fazer o palato, interfere muito na fala, na alimentação, essa criança também não terá o peso correto.

Hoje crianças que nascem com essa má formação, já são identificadas na hora do nascimento e já são encaminhadas para o núcleo, onde é feito o cadastro desse bebê, tendo toda assistência pelo Hospital, através do NUFIS como: nutricionista, dentista, fonoaudiólogo, e até psicólogo para mães que muitas vezes não sabe lidar com essa situação do filho. “Hoje somente crianças  sindrômicas, que fazem uso de gastrostomia, são encaminhadas para outro estado”, disse a Coordenadora do Núcleo de Fissurado de Rondônia.

Cirurgião plástico Alexei Andrande atua no núcleo do HB

“Quando vi minha filha pela primeira vez, tive um susto em ver minha bebê com o lábio aberto, não conseguia nem olhar direito pra ela, eu e meu esposo ficamos abalados, sem saber o que fazer”, foi o que disse Leia Corina, mãe de Gabriela, que está com três meses de vida, a criança que logo após o nascimento foi encaminhada para o Núcleo de Fissurado de Rondônia, onde foi recebida com muita atenção, acompanhada por todos os especialistas necessários, a criança já passou pelo cirurgião plástico  Alexei Andrande, e a primeira cirurgia já está agendada.

Gabriela nasceu com fissura labiopalatina, por isso será necessário as duas cirurgias, a primeira de lábio leporino, que já fecha a fenda no lábio, dando uma estética no sorriso da criança.

Se hoje não estivesse sendo realizada a cirurgia de lábio leporino no Hospital de Base, a pequena Gabriela teria que esperar até dezembro para fazer o primeiro procedimento pela Operação Sorriso. “Estou tranquila em saber que em breve minha filha ficará mais linda ainda”, disse Léia, em saber que sua filha está apta a fazer a primeira cirurgia.

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