Com choro e discurso duro, Jaime Bagattoli retira apoio a Marcos Rocha e critica aproximação com Raupp e Confúcio
Bagattoli disse que não conversou com Bolsonaro sobre sua decisão, mas argumentou que ele provavelmente apoiaria o desembarque
Numa entrevista coletiva na qual disparou críticas, fez desabafos, agradeceu a votação recebida e chegou a interromper o discurso para conter as lágrimas, o empresário Jaime Bagattoli oficializou publicamente o desembarque da candidatura do coronel Marcos Rocha, candidato a governador de seu partido, o PSL. O evento aconteceu na manhã desta domingo, 14, no comitê de campanha da sigla em Vilhena.
Logo de início, Bagattoli deixou claro que o gesto é uma reação ao correligionário, que segundo ele, sequer atender suas ligações e também ignora até mesmo os deputados eleitos pela legenda: Coronel Chrisóstomo (federal) Eyder Brasil (estadual). “Se ele não me quer em sua campanha, não vou atrapalhar”.
Durante toda a sua fala, Jaime repisava a necessidade de eleger Bolsonaro presidente, mas não mencionava seu colega de partido no Estado, em quem colou a pecha de ingrato, lembrando que ele só está no segundo turno por uma ação sua: “Fui eu quem convenci o empresário Zé Jodan, de Rolim de Moura, a desistir de concorrer a governador, abrindo espaço para o Marcos Rocha. E até hoje me arrependo disso”.
O vilhenense também relembrou, com certo rancor, um episódio no qual Rocha teria dito que a rejeição do vilhenense era muito alta em Porto Velho: “Não sei porque ele disse isso. Minha votação na capital foi maior que a dele”.
R$ 2,3 MILHÕES
O empresário revelou que gastou cerca de R$ 2,3 milhões, mas dinheiro dele próprio e do irmão, Orlando Bagattoli, que é seu sócio. E lembrou que só o casal Raupp usou quase o dobro disso, “usando recursos do Fundo Partidário”, que poderiam ir para a Saúde e a Educação.
CONFÚCIO
Durante a entrevista, Jaime exibiu um áudio no qual o ex-governador Confúcio Moura (MDB), quase derrotado por ele na disputa pelo Senado, aparece dizendo que orientou Marcos Rocha a ser candidato: “Não sei se isso é montagem da internet. Mas se esse homem tá mesmo se juntando ao Confúcio, ele não está traindo apenas o PSL, mas a toda a população de Rondônia”.
CASAL RAUPP
Bagattoli lançou petardos também contra o senador Valdir Raupp (MDB), e comentou a derrota dele: “Deus abençoou que ele fosse derrotado. E ele não merece ter mandato depois de 16 anos”, cutucou, criticando também a suposta entrada do senador e de sua esposa, a deputada federal Marinha Raupp (também derrotada) na campanha de Rocha.
DIPLOMACIA
Apesar do tom azedo, o quase senador disse que manterá a lealdade a seu partido e prometeu manter aberto o comitê do PSL para que, os voluntários que quiserem, distribuam o material de campanha de Marcos Rocha no segundo turno. Mas manteve a posição de que sua prioridade é Bolsonaro, não o candidato a governador.
DOIS ALIADOS
Bagattoli disse que não conversou com Bolsonaro sobre sua decisão, mas argumentou que ele provavelmente apoiaria o desembarque: “Os dois candidatos a governador aqui apóiam o Bolsonaro”, disse, sem mencionar o nome de Expedito Júnior.
“NÃO QUERO NADA”
O líder do PSL, negou ao responder à pergunta de um jornalista, que tenha interesse em cargos num eventual governo de Marcos Rocha: “Sou empresário e não quero nada. Apenas peço a quem for governador que faça uma boa gestão, com pessoas técnicas”. A única sugestão que fez, segundo detalhou, é que Rocha pudesse aproveitar a experiência de Evandro Padovani na Secretaria de Estado da Agricultura, Pasta que o vilhenense, que fez boa votação para deputado federal, ocupou na gestão Confúcio.
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