Combate ao abuso e exploração sexual infantil é discutido em Porto Velho
Campanha serve para conscientizar as famílias, uma vez que as crianças podem se encontrar vulneráveis dentro de casa
Equipes do município debateram estratégias para combate ao abuso
Com palestras e dinâmicas voltadas ao cuidado com o público infantil, família e sociedade em geral, a Prefeitura de Porto Velho promoveu, na última quarta-feira (18), o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-juvenil. O evento, que aconteceu na Praça CEU, no bairro JK, integra a programação da Campanha Maio Laranja.
Intitulada “Faça Bonito Porto Velho, Proteja Nossas Crianças e Adolescentes”, a temática foi promovida pelo Departamento de Proteção Social Especial, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Família (Semasf).
“O 18 de maio é um dia nacional de mobilização contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. É um evento mais chamativo para uma campanha que, na verdade, acontece durante o ano todo. É uma forma de dar mais visibilidade ao tema”, destacou a diretora do Departamento de Proteção Social Especial, Sefra Maria Barros.
ATIVIDADES
O município tem mobilizado várias frentes da campanha, por meio da articulação de diferentes setores, realizando atividades em pontos estratégicos, com distribuição de materiais explicativos sobre abuso sexual infanto-juvenil, entrevistas, palestras e a divulgação dos canais para fazer denúncias, entre outras ações.
Encontro reuniu público infantil, sociedade e poder público
No Dia ‘D’, especialmente, foram mobilizadas equipes de atendimento psicossocial que prestam serviços no Centro de Referência Especial de Assistência Social (Creas). Já a equipe dos Conselhos Tutelares prestou orientações e atendimentos. Assessoria jurídica foi prestada por acadêmicos da Faculdade Católica, além de rodas de conversa, apresentações musicais e recreação.
PARTICIPANTES
Além de crianças e adolescentes, jovens, adultos e idosos participaram das atividades de enfrentamento aos abusos e exploração sexual contra o público infanto-juvenil, ensinando-os a se defenderem de uma possível ação.
“Agradecemos a todos os nossos parceiros, como a Secretaria Municipal de Educação (Semed), conselheiros tutelares, equipes do CREAS e do CRAS e da Faculdade Católica, que nos ajudaram nessa mobilização em defesa das nossas crianças e adolescentes”, completou Sefra.
CONSCIENTIZAR E ENSINAR
Marina Falcão, presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e coordenadora da Rede de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, reforçou que o Dia ‘D’ se trata de uma grande mobilização para dar um basta nos crimes praticados contra essa faixa etária.
Recreação foi ofertada ao público infantil durante o evento
“Tem aumentado muito os casos de abusos e exploração sexual de crianças e adolescentes, principalmente dentro de casa. A gente precisa conscientizar e, acima de tudo, ensinar, para que eles saibam onde fazer a denúncia, saibam onde podem ser tocados e onde não podem, para que eles próprios possam garantir os seus direitos quando não tiverem um adulto responsável por perto”, afirmou.
PROVIDÊNCIAS
Em caso de denúncia, os principais canais são o Disque 100, o 190 (Polícia Militar) ou os Conselhos Tutelares. Se o abuso sexual acontecer com criança de 0 a 11 anos, esta deverá ser levada ao Hospital Infantil Cosme e Damião, onde terá uma equipe especializada para trabalhar com essa criança.
“Se a vítima do abuso for adolescente do sexo feminino, esta deve ser encaminhada para a Maternidade Municipal, que vai aplicar os métodos necessários para evitar uma gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis”, enfatizou.
Adolescentes a partir de 12 anos podem ser atendidos nas UPAS, onde também há equipe treinada para realizar o atendimento. “Já o Creas faz o atendimento e acompanhamento psicológico, por conta do trauma que a vítima passa a sofrer”, explicou Marina Falcão.
PROTEGER OS DIREITOS
Jaqueline Vieira, gerente do CREAS, ressalta que a campanha serve para conscientizar as famílias, uma vez que as crianças podem se encontrar vulneráveis dentro da própria casa. “A maioria dos casos e denúncias que recebemos ocorrem no ambiente familiar. É a violação, o abuso, o estupro que está acontecendo dentro da própria casa, por pessoas próximas, pessoas conhecidas. Os nossos técnicos estão aí para orientar, fazer valer e proteger os direitos das crianças”, explica.
O Creas dispõe de um plantão social que funciona 24 horas, cujas denúncias podem ser feitas através do telefone: (69) 98473-5966.
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