Combate ao abuso e exploração sexual infantil é discutido em Porto Velho

Campanha serve para conscientizar as famílias, uma vez que as crianças podem se encontrar vulneráveis dentro de casa

Augusto Soares Foto: Saul Ribeiro
Publicada em 19 de maio de 2022 às 10:59

Equipes do município debateram estratégias para combate ao abuso Equipes do município debateram estratégias para combate ao abuso

Com palestras e dinâmicas voltadas ao cuidado com o público infantil, família e sociedade em geral, a Prefeitura de Porto Velho promoveu, na última quarta-feira (18), o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-juvenil. O evento, que aconteceu na Praça CEU, no bairro JK, integra a programação da Campanha Maio Laranja.

Intitulada “Faça Bonito Porto Velho, Proteja Nossas Crianças e Adolescentes”, a temática foi promovida pelo Departamento de Proteção Social Especial, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Família (Semasf).

“O 18 de maio é um dia nacional de mobilização contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. É um evento mais chamativo para uma campanha que, na verdade, acontece durante o ano todo. É uma forma de dar mais visibilidade ao tema”, destacou a diretora do Departamento de Proteção Social Especial, Sefra Maria Barros.

ATIVIDADES

O município tem mobilizado várias frentes da campanha, por meio da articulação de diferentes setores, realizando atividades em pontos estratégicos, com distribuição de materiais explicativos sobre abuso sexual infanto-juvenil, entrevistas, palestras e a divulgação dos canais para fazer denúncias, entre outras ações.

Encontro reuniu público infantil, sociedade e poder público Encontro reuniu público infantil, sociedade e poder público

No Dia ‘D’, especialmente, foram mobilizadas equipes de atendimento psicossocial que prestam serviços no Centro de Referência Especial de Assistência Social (Creas). Já a equipe dos Conselhos Tutelares prestou orientações e atendimentos. Assessoria jurídica foi prestada por acadêmicos da Faculdade Católica, além de rodas de conversa, apresentações musicais e recreação.

PARTICIPANTES

Além de crianças e adolescentes, jovens, adultos e idosos participaram das atividades de enfrentamento aos abusos e exploração sexual contra o público infanto-juvenil, ensinando-os a se defenderem de uma possível ação.

“Agradecemos a todos os nossos parceiros, como a Secretaria Municipal de Educação (Semed), conselheiros tutelares, equipes do CREAS e do CRAS e da Faculdade Católica, que nos ajudaram nessa mobilização em defesa das nossas crianças e adolescentes”, completou Sefra.

CONSCIENTIZAR E ENSINAR

Marina Falcão, presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e coordenadora da Rede de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, reforçou que o Dia ‘D’ se trata de uma grande mobilização para dar um basta nos crimes praticados contra essa faixa etária.

Recreação foi ofertada ao público infantil durante o evento Recreação foi ofertada ao público infantil durante o evento

“Tem aumentado muito os casos de abusos e exploração sexual de crianças e adolescentes, principalmente dentro de casa. A gente precisa conscientizar e, acima de tudo, ensinar, para que eles saibam onde fazer a denúncia, saibam onde podem ser tocados e onde não podem, para que eles próprios possam garantir os seus direitos quando não tiverem um adulto responsável por perto”, afirmou.

PROVIDÊNCIAS

Em caso de denúncia, os principais canais são o Disque 100, o 190 (Polícia Militar) ou os Conselhos Tutelares. Se o abuso sexual acontecer com criança de 0 a 11 anos, esta deverá ser levada ao Hospital Infantil Cosme e Damião, onde terá uma equipe especializada para trabalhar com essa criança.

“Se a vítima do abuso for adolescente do sexo feminino, esta deve ser encaminhada para a Maternidade Municipal, que vai aplicar os métodos necessários para evitar uma gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis”, enfatizou.

Adolescentes a partir de 12 anos podem ser atendidos nas UPAS, onde também há equipe treinada para realizar o atendimento. “Já o Creas faz o atendimento e acompanhamento psicológico, por conta do trauma que a vítima passa a sofrer”, explicou Marina Falcão.

PROTEGER OS DIREITOS

Jaqueline Vieira, gerente do CREAS, ressalta que a campanha serve para conscientizar as famílias, uma vez que as crianças podem se encontrar vulneráveis dentro da própria casa. “A maioria dos casos e denúncias que recebemos ocorrem no ambiente familiar. É a violação, o abuso, o estupro que está acontecendo dentro da própria casa, por pessoas próximas, pessoas conhecidas. Os nossos técnicos estão aí para orientar, fazer valer e proteger os direitos das crianças”, explica.

O Creas dispõe de um plantão social que funciona 24 horas, cujas denúncias podem ser feitas através do telefone: (69) 98473-5966.

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