Começa uma nova eleição com o horário eleitoral gratuito para a presidência e o governo do estado

Como o fiasco das pesquisas no primeiro turno disse ao brasileiro o quanto todos os levantamentos erram feio (e as razões vão ser investigadas numa CPI), é duro acreditar que, agora, elas vão acertar

Sérgio Pires
Publicada em 07 de outubro de 2022 às 00:27
Começa uma nova eleição com o horário eleitoral gratuito para a presidência e o governo do estado

É uma nova eleição. Claro que trará reflexos do primeiro turno, mas os caminhos para os dois candidatos da reta final, tanto em nível de Brasil quanto em Rondônia, serão diferentes do que o foram na etapa inicial da disputa. A propaganda eleitoral gratuita, que recomeça nesta sexta-feira à noite, já vai deixar isso bem claro. Serão inserções de cinco minutos para cada candidato, além de 25 distribuídos entre inserções de 30 e 60 segundos. A partir daí, já começaremos a detectar as estratégias dos postulantes à Presidência e ao Governo do Estado. Na noite de estreia da propaganda gratuita do segundo turno, Lula, o mais votado no turno inicial, falará primeiro. Depois Bolsonaro. Em seguida, a partir das oito e 40 da noite, começa a propaganda local, com Marcos Rocha, que chegou à frente no turno inicial, falando em primeiro lugar. Até o anoitecer da quinta, os dois candidatos escondiam suas táticas para o horário eleitoral, embora se possa adiantar que um dos destaques de Rocha será bater na tecla das realizações do seu governo, da parceria com todos os municípios e com projetos que pretende realizar num segundo mandato. Marcos Rogério deve mostrar cenas do encontro que ele e o senador eleito do PL, Jaime Bagattoli, tiveram nesta quarta-feira com o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. Rocha também esteve com o Presidente, mas não se sabe se ele poderá usar as imagens na sua campanha. Empatados praticamente, não há, ao menos até agora, como afirmar com segurança quais dos dois candidatos em Rondônia, ambos apoiadores de Bolsonaro, sairá com vantagem. Pesquisa do instituto Big Data/Real Time, que deve ser divulgada nesta segunda-feira, pode dar algum norte sobre como está a situação da sucessão estadual.

Em nível nacional, a primeira pesquisa do segundo turno do Ipec, o novo/velho Ibope, contratado pela TV Globo, aquela mesmo, garante vitória retumbante do petista Lula no segundo turno. Lula teria 51 por cento dos votos, contra 45 de Bolsonaro. O sistema é bruto e é o mesmo do primeiro turno: impor ao eleitor a história de que a vitória de Lula está consolidada. É o mesmo instituto que fez parte do pacote que dava vitória folgada do petista no primeiro turno, levando-o direto ao Planalto. Faltou combinar com o eleitor, porque a diferença foi de menos de um quarto do que previam estas pesquisas fajutas. Como a verdadeira campanha começa hoje, com o horário eleitoral gratuito de 10 minutos diários para cada um dos candidatos, se poderá ver se o pacotaço de apoio a Bolsonaro (governadores, eleitos ou no segundo turno; a ampla maioria dos senadores eleitos e dos deputados federais) vai influir ou não no resultado da eleição. Como o fiasco das pesquisas no primeiro turno disse ao brasileiro o quanto todos os levantamentos erram feio (e as razões vão ser investigadas numa CPI), é duro acreditar que, agora, elas vão acertar. Vamos ver o que dirão as urnas, no próximo dia 30.

OS DOIS BOLSONARISTAS DISPUTAM O APOIO EXPLÍCITO DO PRESIDENTE. A TENDÊNCIA É DE ISENÇÃO

Era e é o óbvio ululante, como diria o inesquecível Nelson Rodrigues. Os dois finalistas na corrida pelo Palácio Rio Madeira/CPA vão deixar claro, em suas campanhas, que são parceiros do presidente Bolsonaro e que o são há muito tempo. Marcos Rocha vai dizer ao eleitorado (ou repetir) que só entrou na política pelas mãos do Capitão da reserva, hoje maior mandatário do país. Foi Bolsonaro quem, mais que convidou, o convocou para disputar o Governo, como seu representante. Rocha entrou na briga e venceu. Marcos Rogério vai dizer (ou repetir) que foi o maior defensor do governo na CPI da Pandemia, depois apelidada de CPI do Circo, quando se tornou personagem respeitada pelo bolsonarismo em todo o país. Também vai dizer que é do partido do Presidente e por isso só ele pode usar o nome de Bolsonaro na campanha, embora esse argumento, embora forte, ser decisivo perante o eleitorado. Marcos Rogério e o senador eleito Jaime Bagattoli estiveram com o Presidente no Planalto, nesta quarta-feira. Marcos Rocha foi recebido por seu amigo, comandante do país, na quinta.

Por enquanto, o que se ouve é que o Presidente que busca a reeleição e que deu show de votos nas urnas rondonienses no primeiro turno, ficará neutro também nesta fase da eleição local. Vamos acompanhar, para saber, em breve, se será isso mesmo.

LÉO MORAES CONFIRMA APOIO A BOLSONARO, MAS AINDA NÃO DECIDIU SOBRE A ELEIÇÃO ESTADUAL

Dono de quase 15 por cento dos votos válidos em Rondônia (119.583 votos), Léo Moraes já decidiu o que fará no segundo turno em relação à eleição presidencial, mas ainda está avaliando o quadro e ouvindo sua equipe sobre um eventual apoio aos dois candidatos finalistas, na eleição ao Governo. Léo já definiu que votará e fará campanha para o presidente Bolsonaro, no segundo turno, lembrando que “votei e votarei novamente no Presidente”. Já com relação à disputa estadual, Léo ainda não se posicionou oficialmente. Ele afirma estar conversando com toda a sua equipe de campanha, com os parceiros do Podemos e de partidos aliados, para buscarem um caminho. No final da análise, ele pode optar por apoiar um dos lados ou ficar neutro, dependendo do que seu forte grupo político decidir. Embora ainda esteja descansando, depois de uma campanha muito forte ao Governo, Moraes já pensa no futuro. Sem dúvida, ele estará novamente nas urnas em 2024, mas dessa vez, como candidato à Prefeitura de Porto Velho, mesmo que não fale oficialmente sobre o assunto, por achar prematuro. Por enquanto, Léo Moraes curte a família: sua esposa Erika e a filhinha Maitê, nascida este ano.

PREFEITO DE JARU DESMENTE BOATOS E REAFIRMA APOIO À REELEIÇÃO DE ROCHA

Uma entrevista a uma emissora de rádio de Jaru, acabou sendo mal interpretada, segundo o prefeito da cidade, Joãozinho Gonçalves. Acompanhado do deputado federal reeleito Lúcio Mosquini e do candidato eleito à Assembleia, dr. Luís do Hospital, o jovem Prefeito, considerado um com maiores índices de aprovação no Estado, senão o maior, afirmou que o governador Marcos Rocha teria que rever algumas questões para o segundo turno e reclamou que membros da sua equipe não teriam dado o devido apoio aos candidatos de Jaru, tanto Luís do Hospital quanto Mosquini. Pronto! Bastou para que começasse a surgir um boato de que Gonçalves poderia mudar de lado, no turno decisivo. Questionado por este Blog, o Prefeito confirmou as críticas a membros do time governista em Jaru, mas reafirmou seu apoio a Marcos Rocha, no segundo turno. O apoio de Jaru à busca pela reeleição de Rocha é de grande importância, porque o eleitorado da cidade, em peso, segue os rumos tomados pelo grupo dos Gonçalves e do deputado Lúcio Mosquini.

MOSQUINI MANTÉM APOIO PESSOAL, MAS VAI REUNIR O MDB REGIONAL PARA DECIDIR SOBRE A DISPUTA AO GOVERNO

Por falar em Lúcio Mosquini, duas vezes líder da bancada federal no Congresso e presidente regional do MDB, ele vai reunir o partido, nos próximos dias, para decidir o apoio oficial no segundo turno. Mosquini ressalta que sua posição pessoal é de continuar ao lado de Marcos Rocha, na corrida pelo segundo turno. O parlamentar, aliás, está comemorando a grande votação que fez, para um terceiro mandato. Lembrou que a maioria dos que concorreram a mais um mandato, entre os quais nomes muito conhecidos da política regional, que tiveram resultados muito menores do que em eleições anteriores, ele conseguiu dar um salto na preferência do eleitorado, subindos dos 38 mil votos conseguidos em 2018 para 49 mil neste ano, um aumento de mais de 28 por cento sobre o pleito passado. O parlamentar ainda comemora outro resultado que o consolida como grande liderança da sua cidade. Em Jaru, ele teve 45 por cento de todos os votos válidos.

ROSÂNGELA DONADON E BRENO MENDES TROCAM DE LADO E VÃO APOIAR MARCOS ROGÉRIO

Dos candidatos que apoiaram o governador Marcos Rocha, no primeiro turno, já surgiram as primeiras defecções. O candidato a deputado federal Breno Mendes, do Avante, fechou acordo com Marcos Rogério. Breno considerou que não teve apoio do grupo governista para sua postulação e afirmou que já acertou com Rogério o apoio ao seu nome, para a disputa pela Prefeitura de Porto Velho, em 2024. O partido do candidato, o Avante, presidido no Estado pelo deputado Jair Montes, que não se reelegeu, vai permanecer, contudo, em apoio à reeleição de Rocha. Outra defecção dos governistas vem de Vilhena. A candidata à Assembleia Legislativa, Rosângela Donadon, de uma família ainda poderosa na política do Cone Sul, também decidiu trocar de lado, por não ter concordado com decisões de alguns membros da turma palaciana na sua região e por falta de apoio financeiro. Rosângela foi reeleita com a 17ª melhor votação (11.804 votos), mas mesmo assim, teria decidido mudar de lado na disputa pelo Governo. Breno já confirmou sua decisão oficialmente, mas a representante de Vilhena ainda não. Dos demais deputados estaduais eleitos e os suplentes que fizeram parte do grupo de apoio ao atual Governador, até esta quinta à noite não tinha havido nenhuma defecção, embora vários boatos sobre isso circulassem nos meios da política.

VILHENA ELEGE SEU QUARTO PREFEITO, DEPOIS QUE OS ÚLTIMOS TRÊS FORAM CASSADOS

O segundo turno para a Presidência e o Governo, terá um plus para os cerca de 65 mil eleitores de Vilhena, no Cone Sul. Depois da cassação do terceiro Prefeito eleito da cidade (José Luiz Rover, Rosani Donadon e Eduardo Japonês), haverá uma eleição suplementar para eleger o novo mandatário da cidade. Já se apresentaram para o pleito e estão em campanha, o prefeito interino, Ronildo Macedo, do Podemos, que saiu da presidência da Câmara para ocupar o cargo até que a eleição se realize; Ronaldo Giotto, do PSD; Gilmar da Farmácia, do PSDB e Raquel Donadon, mas um nome da ainda poderosa família Donadon. As urnas destinadas à Vilhena estão sendo preparadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, para possibilitar que, ao invés dos dois votos (Presidente e Governador), elas aceitem também os quatro nomes dos candidatos à Prefeitura. Vilhena não tem tido sorte alguma dos seus últimos mandatários. Um deles acabou na cadeia, por grandes rolos de corrupção e os outros dois por abuso do poder econômico. Está na hora de eleger alguém que não faça a sua cidade passar vergonha!

ELEITAS POR RONDÔNIA: O BEIJO DA PRIMEIRA DAMA E A ALEGRIA DE ESTAR COM O PRESIDENTE

O presidente Bolsonaro recebeu, nesta quinta, governadores eleitos e que foram ao segundo turno, que o apoiarão na fase decisiva da eleição. Recebeu também deputadas federais eleitas, entre outros apoiadores. Duas mulheres eleitas por Rondônia, para a base aliada bolsonarista, se destacaram no encontro, que teve também a presença da primeira dama, Michelle Bolsonaro e de ministros. Primeiro, foi a segunda parlamentar mais votada de Rondônia, a reeleita Sílvia Cristina. Não só gravou vídeo com o Presidente, como ainda ganhou um beijo no rosto da primeira dama, que não poupou elogios a ela. Depois, foi a vez de Cristiane Lopes, a jornalista e apresentadora de TV, que saiu vitoriosa nas urnas, conquistando a grande maioria dos votos em Porto Velho. Cristiane chegou a dizer no vídeo que “ele é lindo” e pediu a Bolsonaro que mandasse um beijo aos rondonienses, Estado onde ele fez quase 64 por cento dos votos, no primeiro turno. O presidente mandou apenas um abraço a todos, para alegria de Cristiane. Nos próximos dias, novos encontros com rondonienses (ele já se encontrou com Marcos Rogério, que está no segundo turno ao Governo e com Jaime Bagattoli, o novo senador do Estado) será agendado.

PERGUNTINHA

Você concorda ou não que a senadora eleita Damares Alves seja a futura presidente do Senado, a partir de 2023, já que ela afirmou que ocupar este posto é seu grande sonho?

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