CORRIDA NÃO É BAGUNÇA

Por isso, os influencers da corrida são tão realistas. Eles sabem, mais do que ninguém, que corrida não é bagunça

Fonte: Jose Danilo Rangel - Publicada em 24 de outubro de 2025 às 15:32

CORRIDA NÃO É BAGUNÇA

Eu e a Vanessa começamos a correr. Voltamos a correr, na verdade. Começamos em 2023, por ocasião de morarmos perto da pista, o famoso Espaço Alternativo. Corríamos de duas a três vezes por semana. Em 2024, mudamos pra longe e aí, não deu. 

Em 2025, retomamos, animados por sei lá o quê. Por que tá na moda? Pode ser. Pela necessidade de cuidar da saúde? Também! 

Compramos tênis, calções, legs, camisas dry fit, meias de poliamida e já até participamos da nossa primeira prova real-oficial. Foi a 3ª Corrida da Democracia, organizada pela Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia. Fizemos 5 km em menos de duas horas. Ganhamos banana e medalha, pra que melhor?

Estamos empolgados, vendo muito conteúdo sobre o assunto. Aprendemos o que é pace, skip a, b, c, várias outras coisas, exercícios, técnicas de pisada, respiração, preparação, alimentação. Praticamente atletas. Sinal de iniciação: quilômetro a gente não fala mais, é cá-eme. Por exemplo: 5 km lê-se cinco cá-eme. Quem não corre, não sabe. 

Temos visto também vídeos e posts de muitos atletas, esportistas e instrutores. E algo me chamou bastante a atenção.

Certeza que você já viu vídeos motivacionais, não viu? Viu, sim e sabe que sempre querem deixar claro que tudo é possível, é só querer e se esforçar. A música, as imagens, o texto, é tudo colocado ali pra vender motivação. E vendem! 

A depender do vídeo, você sai dele se sentindo um super-humano. Os de corrida não são assim. Estão sempre lembrando que o processo é lento e que a pressa é amiga da lesão. Tem que ir de vagar, um 1% por dia, ou menos.

Imagino que não seja incomum, os adeptos da total possibilidade do querer e se esforçar neoliberal, vez ou outra, escolherem a corrida como alvo para performar. Não duvido que alguns destes pensem que é possível dormir sedentário e acordar maratonista apenas pela forçar do querer.

“Vou correr”, decidem, e aí, se esbagaçam de correr e postar no Instagram, primeiro sobre superação, sobre ser tudo psicológico e tudo mais. Por isso, os influencers da corrida são tão realistas. Eles sabem, mais do que ninguém, que corrida não é bagunça.

CORRIDA NÃO É BAGUNÇA

Por isso, os influencers da corrida são tão realistas. Eles sabem, mais do que ninguém, que corrida não é bagunça

Jose Danilo Rangel
Publicada em 24 de outubro de 2025 às 15:32
CORRIDA NÃO É BAGUNÇA

Eu e a Vanessa começamos a correr. Voltamos a correr, na verdade. Começamos em 2023, por ocasião de morarmos perto da pista, o famoso Espaço Alternativo. Corríamos de duas a três vezes por semana. Em 2024, mudamos pra longe e aí, não deu. 

Em 2025, retomamos, animados por sei lá o quê. Por que tá na moda? Pode ser. Pela necessidade de cuidar da saúde? Também! 

Compramos tênis, calções, legs, camisas dry fit, meias de poliamida e já até participamos da nossa primeira prova real-oficial. Foi a 3ª Corrida da Democracia, organizada pela Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia. Fizemos 5 km em menos de duas horas. Ganhamos banana e medalha, pra que melhor?

Estamos empolgados, vendo muito conteúdo sobre o assunto. Aprendemos o que é pace, skip a, b, c, várias outras coisas, exercícios, técnicas de pisada, respiração, preparação, alimentação. Praticamente atletas. Sinal de iniciação: quilômetro a gente não fala mais, é cá-eme. Por exemplo: 5 km lê-se cinco cá-eme. Quem não corre, não sabe. 

Temos visto também vídeos e posts de muitos atletas, esportistas e instrutores. E algo me chamou bastante a atenção.

Certeza que você já viu vídeos motivacionais, não viu? Viu, sim e sabe que sempre querem deixar claro que tudo é possível, é só querer e se esforçar. A música, as imagens, o texto, é tudo colocado ali pra vender motivação. E vendem! 

A depender do vídeo, você sai dele se sentindo um super-humano. Os de corrida não são assim. Estão sempre lembrando que o processo é lento e que a pressa é amiga da lesão. Tem que ir de vagar, um 1% por dia, ou menos.

Imagino que não seja incomum, os adeptos da total possibilidade do querer e se esforçar neoliberal, vez ou outra, escolherem a corrida como alvo para performar. Não duvido que alguns destes pensem que é possível dormir sedentário e acordar maratonista apenas pela forçar do querer.

“Vou correr”, decidem, e aí, se esbagaçam de correr e postar no Instagram, primeiro sobre superação, sobre ser tudo psicológico e tudo mais. Por isso, os influencers da corrida são tão realistas. Eles sabem, mais do que ninguém, que corrida não é bagunça.

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