Crescimento de casamentos entre pessoas do mesmo sexo atinge novo marco no Brasil
"O aumento das uniões homoafetivas reflete não apenas uma conquista de direitos, mas também uma transformação cultural", escreve Sara York
Coletivo Mães da Resistência (Foto: Sara York/247)
O número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo no Brasil cresceu 20% nos últimos 12 meses, atingindo um total de 11 mil registros. Este aumento significativo representa o maior volume de uniões homoafetivas desde a resolução do Conselho Nacional de Justiça, em 2013, que garantiu o direito ao casamento civil para a população LGBTQIA+.
De acordo com dados do Censo Brasileiro de 2022, o total de lares homoafetivos no país saltou de 60 mil para impressionantes 391 mil. Os maiores percentuais de uniões homoafetivas foram registrados no Distrito Federal (0,76%), no Rio de Janeiro (0,73%) e em São Paulo (0,67%).
Uma pesquisa em andamento, promovida pelo coletivo Mães da Resistência, busca entender as razões por trás desse crescimento. De acordo com as primeiras análises, "a liberdade é contagiosa". O estudo revela que, à medida que filhos e filhas exercem sua liberdade performativa de gênero — ou seja, podem explorar e expressar suas orientações sexuais sem se sentir presos a estereótipos —, pais e mães também se sentem incentivados a viver e celebrar suas próprias identidades.
A mudança na percepção sobre gênero e sexualidade tem se mostrado uma força poderosa, desafiando conceitos tradicionais e promovendo um ambiente mais inclusivo. Para muitos, o desejo de liberdade sob a égide de um gênero puramente definido parece cada vez mais ameaçado, à medida que novas formas de se mostrar e se relacionar ganham espaço na sociedade.
O aumento das uniões homoafetivas reflete não apenas uma conquista de direitos, mas também uma transformação cultural em andamento, onde o amor e a aceitação prevalecem sobre preconceitos históricos. Com essa nova realidade, espera-se que o diálogo sobre diversidade e inclusão continue a avançar, solidificando um futuro mais equitativo para todos.
Homoafetivo - O termo homoafetivo refere-se a relações afetivas e/ou sexuais entre pessoas do mesmo sexo e é defendido pelo jurista Paulo Iotti. Isso inclui casais de homens ou de mulheres que se unem por amor, companheirismo e intimidade. O termo é frequentemente utilizado para abranger não apenas o aspecto sexual, mas também a dimensão emocional e social dessas relações.
Heteroafetivo - Por outro lado, heteroafetivo se refere a relações afetivas e/ou sexuais entre pessoas de sexos opostos. Um casal heteroafetivo é composto, por exemplo, por um homem e uma mulher que compartilham um vínculo emocional e sexual. Assim como o termo homoafetivo, heteroafetivo enfatiza a relação emocional, não se limitando apenas à orientação sexual. O detalhe aqui é ignorarmos os casamentos por contratos e acordo que vulnerabilizavam mulheres ao longo da história. Mas isso fica para uma outra matéria quando formos falar sobre o termo capitalista que refere-se a um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e na liberdade de mercado. No capitalismo, as decisões econômicas são principalmente determinadas pelo mercado, onde a oferta e a demanda influenciam os preços e a produção. O capitalismo também está associado à busca de lucro e ao investimento de capital. A relação entre indivíduos e a produção de bens e serviços é muitas vezes mediada por relações de trabalho assalariado. E o ponto central nele é o menosprezo centenário em torno das políticas do cuidado deixadas a cargo das mulheres.
Conexão entre os Termos - A discussão sobre homoafetividade e heteroafetividade pode, em alguns contextos, ser relacionada ao capitalismo, especialmente ao abordar questões de direitos, representação e aceitação social. Por exemplo, o reconhecimento legal de casais homoafetivos pode ser visto como uma mudança nas dinâmicas sociais e econômicas que desafiam normas tradicionais, refletindo uma sociedade mais inclusiva e diversa ou nublando outras vertentes quando convém.
Sara York
Sara Wagner York ou Sara Wagner Pimenta Gonçalves Junior é graduada em Letras - Inglês (UNESA), Pedagogia (UERJ) e Vernáculas (UNESA), especialista em Gênero e Sexualidades (IMS/CLAM/UERJ), mestre em educação (UERJ) e doutoranda em Formação de Professoras/es (UERJ), pai, avó, pesquisadora e professora, a travesti da/na Educação.cialista em Gênero e Sexualidades (IMS/CLAM/UERJ), mestre em educação (UERJ) e doutoranda em Formação de Professoras/es (UERJ), pai, avó, pesquisadora e professora, a travesti da/na Educação. Jornalista SRD/6474794/2024
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