Dados epidemiológico da Covid-19 em Rondônia comprovam expressivo aumento no número de óbitos
Rondônia vive uma nova situação, com o surgimento de variantes do vírus. Isso ocorre devido a um ritmo acelerado de infecção
Em 2020, alto índice de mortes marcou os meses de junho, julho e agosto; Já, em 2021, março registrou números históricos, chegando a quase 800 óbitos
Com a pandemia do coronavírus, inúmeras vidas foram ceifadas. Pessoas contaminadas de diferentes idades e gêneros tem gerado um alto índice de óbitos. A realidade é acompanhada rotineiramente, pelo Governo de Rondônia, por meio da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) e outros órgãos responsáveis.
Conforme o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), os dados mostram um expressivo aumento de mortes nos primeiros três meses deste ano. Os maiores números pontuados em 2020 ocorreram nos meses de junho (com 223 óbitos), julho (225 óbitos), agosto (155 óbitos) e dezembro (175 óbitos).
Embora o quantitativo seja alto, comparado a 2021, após completar um ano da primeira infecção de um cidadão rondoniense, apenas no mês de março, foram registrados 797 mortes de pessoas em decorrência da doença, consolidando-se até o momento o maior índice já registrado na história da pandemia no Estado. Ao todo, de acordo com a edição 382 do boletim diário, a região já soma:
- Casos confirmados – 192.309
- Casos ativos – 16.289 (8,47%)
- Pacientes recuperados – 171.652 (89,26%) e
- Óbitos – 4.368 (2,27%)
Gráfico aponta crescente número de óbitos de dezembro de 2020 a março deste ano
Segundo o coordenador do Cievs, Kerry Alesson Almeida, todo o cenário epidemiológico do Estado, como o registro de óbitos é monitorado e descrito mensalmente, por meio de formulação gráfica. “Tivemos uma incidência de novos casos da covid-19, no mês de dezembro de 2020 até o final de março de 2021. No desenho, podemos verificar esse contraste a partir da elevação da linha entre os dois períodos”, explica, ao falar da importância do instrumento de trabalho.
Kerry destaca ainda a tabela acompanhada pelo órgão, que trata da mensuração dos casos ativos (indivíduos em tratamento domiciliar ou hospitalar) que são importantes para identificar as proporções do avanço da doença em todo território. Desde que o vírus começou a se proliferar na região, a divulgação do índice de contágio, bem como o número de mortes, por meio de vários veículos de comunicação local, nacional e mundial possibilitou enfatizar a necessidade em aderir medidas restritivas para frear a disseminação.
Outro fator destacado neste trabalho é a ação do Cievs em meio à crise sanitária. Kerry lembra que ainda no começo da pandemia, o setor que é vinculado a Agevisa, teve a missão de orientar e dar os primeiros passos para o tratamento da covid-19. O órgão tem unidades de trabalho na esfera municipal e estadual.
NOVAS CEPAS
Rondônia vive uma nova situação, com o surgimento de variantes do vírus. O coordenador explica que isso ocorre devido a um ritmo acelerado de infecção. “O coronavírus não escolhe as pessoas. Ele é uma partícula, ou seja, um ser vivo, por isso tem a intenção de se procriar e mudar. A medida que as pessoas diminuem a retaguarda das restrições, tem o risco enorme de se contaminarem. Sendo assim, não podemos deixar de nos preocupar com a pandemia”, comenta.
Sendo um material genético, o vírus como organismo vivo pode se propagar com maior facilidade entre os indivíduos. De acordo com o Kerry Alesson, por estarem constante replicação, os pequenos organismos têm uma alta potência para mutação e isso pode ser benéfico ou maléfico para a população. “A varíola, por exemplo, há muitos anos contaminou pessoas, a ponto de um dia perder seu potencial infectivo. A covid-19 não chegou ainda a esse patamar. Desde o início de tudo, tem apresentado a maior capacidade de virulência, levando a contaminação à medida que vão nascendo novas cepas (linhagens)”, explica.
Em Rondônia, um estudo científico tem sido realizado pelos departamentos públicos de saúde com o objetivo de encontrar e buscar meios para combater os tipos de variantes que circulam no Estado. Após uma análise desencadeada sobre o genoma completo do Sars-Cov-2 (coronavírus), em um relatório emitido apontou as seguintes nomenclaturas das doenças oriundas do vírus: P.1; P.2; B.1.1.28 e B.1.1.33. Toda a ação laboral é desenvolvida pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen).
O coordenador do Cievs, também reforça que os cuidados básicos de prevenção sempre serão a principal maneira de contornar o efeito negativo causado pela variação constante da doença, destacando aqueles que cometem atitudes irresponsáveis ao disseminá-la. “Faço um apelo aos jovens, em especial, que evitem sair de forma desnecessária de casa. Uma vez que, vocês são portas de entrada para o vírus, por estarem mais expostos ao ambiente externo. Embora, a maioria não apresente sintomas, infelizmente também podem transmitir para outras pessoas que coabitam com eles, resultando em uma triste consequência”, alerta.
REDOBRAR OS CUIDADOS
As medidas de restrição indicadas pelo Ministério da Saúde (MS) e adotadas pelo Executivo Estadual, por meio do Sistema de Isolamento Social Controlado, como no Decreto 25.938, de 30 de março de 2021, devem ser respeitadas por cada cidadão. Tendo em vista o aparecimento novas cepas da covid-19, este papel humanitário é indispensável para salvar a vida das pessoas.
Por isso, os simples gestos de manter o distanciamento social de 120 centímetros, utilizar máscaras de proteção facial, lavar bem as mãos com água e sabão ou aplicar álcool em gel 70%, além de aderir o isolamento social (quarentena) boa parte do tempo, evitando aglomerações desnecessárias, favorecem o enfrentamento à pandemia. Graças ao desenvolvimento da Ciência, o país e o mundo em geral, conta também agora com a vacina que tem por finalidade produzir respostas capazes de proteger o organismo das pessoas infectadas.
IMUNIZAÇÃO
Desde o início do ano, Rondônia tem recebido vários lotes de vacinas encaminhados pelo MS, sem interromper em nenhum momento o ritmo da ação para proteger os cidadãos. “Compreendemos que os imunizantes são um bem à saúde, assim, a vacinação é de extrema importância para diminuir o número de casos na população”, fala Kerry.
Medidas simples são capazes de evitar o avanço da covid-19
Até a última quinta-feira (1), já foram distribuídos mais de 250 mil imunizantes em todo território rondoniense, sendo contemplados os grupos prioritários de acordo com os critérios do Plano Nacional de Operacionalização (PNO). Na última remessa, vieram 51.400 doses (46.400 da CoronaVac e mais cinco mil da AstraZeneca), na qual, foram destinadas 700 doses a profissionais da Segurança Pública, como grupo prioritário que trabalha na linha de frente do combate ao coronavírus. No último sábado (3), foi realizada a primeira etapa de vacinação da categoria, só em Porto Velho, 240 imunizantes foram utilizados na ação.
Além destas pessoas, os grupos prioritários acima de 70 anos, já alcançou 100% de contemplação das vacinas. Atualmente, ocorre uma força-tarefa para concluir a imunização de profissionais da Saúde, idosos de 75 a 79 anos, de 70 a 74 anos e aplicação da primeira dose em pessoas de 65 a 69 anos. Todo o trabalho de distribuição dos imunizantes aos 52 municípios da região tem sido desempenhado pelo Poder Executivo, por intermédio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), com suporte da Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa) e as ações de orientação e combate ao vírus das equipes do Cievs.
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