De olho nas pesquisas
Não custa lembrar que pesquisa não ganha eleição. Por isso, o eleitor precisa ficar cada vez mais atento ao que é dito pelos candidatos. Tem muito lobo travestido de chapeuzinho vermelho só para comer a vovozinha. Todo cuidado é pouco. Esse negócio de prometer o mundo encantado da fantasia não cola.
(*) Valdemir Caldas
Quando uma pesquisa nova é publicada, imagino que cenas de pânicos devem ocorrer nas assessorias dos candidatos ao governo de Rondônia, que veem ali o julgamento daquilo que produziram para ser dito no horário eleitoral, que de gratuito só tem mesmo o nome, porque a despesa sai do bolso do trabalhador brasileiro, extraída de impostos, taxas e contribuições.
Como os programas não são a solução definitiva que deles se esperam, os candidatos sentem à necessidade de irem à luta, nos bairros, distritos, nas ruas e estradas vicinais, falando de improviso, sob o impacto da emoção e das circunstâncias próprias de cada lugar ou segmento social.
Talvez por isso mesmo venham causando tanto sentimento desencontrado os resultados divulgados por alguns institutos de pesquisas a respeito da preferência do eleitorado rondoniense. Como é natural, validam o esforço dos pesquisadores e atestam a idoneidade das intuições os que se julgam beneficiados pelos números divulgados. Protestam contra os resultados, contudo, os que se consideram injustiçados pelas posições que lhes são atribuídas.
Curiosamente, os mesmos que criticam os institutos, passam a elogiá-los, enquanto os que pareciam levar vantagens passam a colocar em dúvida a competência e honestidade dos pesquisadores. Não custa lembrar que pesquisa não ganha eleição. Por isso, o eleitor precisa ficar cada vez mais atento ao que é dito pelos candidatos. Tem muito lobo travestido de chapeuzinho vermelho só para comer a vovozinha. Todo cuidado é pouco. Esse negócio de prometer o mundo encantado da fantasia não cola.
O momento é de reflexão e seriedade. Não faça do seu voto um instrumento de barganha para satisfazer o interesse de políticos espertalhões. É preciso pensar em Rondônia, na imperiosa necessidade que temos de entregar o nosso Estado em melhores condições àqueles que nos sucederão, não permitindo, portanto, que o desespero se aposse das massas, pois um povo enlouquecido nas ruas é como um animal selvagem solto em campo aberto. Preste muita atenção nos discursos dos candidatos, e menos nos números apontados pelas pesquisas.
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