Dependência emocional: a doença que pode levar à morte

O narcisista fareja a vulnerabilidade do dependente emocional, como um gato que fareja o peixe

*Andréa Rodrigues
Publicada em 05 de julho de 2023 às 12:42
Dependência emocional: a doença que pode levar à morte

Se tivéssemos clínicas para tratar exclusivamente pessoas que necessitam de forma absurda de outro indivíduo para sobreviver, elas seriam muitas. Os dependentes emocionais costumam atrair pessoas com transtorno narcisista e aí que mora o perigo.

O narcisista fareja a vulnerabilidade do dependente emocional, como um gato que fareja o peixe. Ele se aproxima de forma sutil. Estuda a "caça" como quem mapeia cada ponto mais vulnerável. Os narcisistas não mostram as garras logo de início: É preciso proporcionar no cérebro da vítima uma carga de serotonina, dopamina e outros hormônios da felicidade.Cada "eu te amo", "você é linda", "como você me faz feliz", disparam gatilhos do prazer.

É aí que a manipulação começa: Um elogio, mas logo depois ele(a) joga: "você me deixa nervoso(a) com esse seu jeito". Inicia-se  assim a "técnica" do morde e assopra. O dependente emocional precisa sentir aquelas sensações novamente, virou vício... É dependência. Nesse momento começa a ceder. Então inicia-se  um "jogo" doentio que inclui manipulações, agressões verbais e físicas e,  sem a vítima perceber, pois o dependente espera sentir novamente aquelas sensações do início, cede as coisas mais improváveis.

Para romper esse ciclo é preciso ajuda, tanto profissional quanto dos familiares. É preciso descobrir essa manipulação antes que a vítima definhe. Muitas pessoas passam anos nesse sofrimento, algumas são descartadas pelos abusadores, outras cometem suicídio. É preciso estar atentos aos sinais.Dependência emocional é mais comum do que possamos imaginar, mas é possível se libertar. A busca por ajuda é o primeiro passo. É necessário total afastamento do abusador. No início será bem difícil, pois acontece a abstinência daquela relação, mas é preciso persistir, até que a vítima torne-se liberta.

*Andréa Rodrigues, pedagoga, compositora e criadora de conteúdo digital

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