Depois de quase 170 mil mortes, Bolsonaro posta sobre Covid-19: procure um médico e inicie o tratamento precoce

Jair Bolsonaro, que já subestimou a pandemia em várias ocasiões, violou recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, numa demonstração de submissão aos EUA, ameaçou não comprar vacinas

Brasil 247
Publicada em 19 de novembro de 2020 às 15:08
Depois de quase 170 mil mortes, Bolsonaro posta sobre Covid-19: procure um médico e inicie o tratamento precoce

Bolsonaro e hospital de campanha no Rio de Janeiro (RJ) em meio à pandemia de coronavírus (Foto: REUTERS/Adriano Machado | REUTERS/Ricardo Moraes)

Depois de subestimar a pandemia em várias ocasiões, Jair Bolsonaro sugeriu, nesta quinta-feira (19), que a pessoas "procurem um médico" para "iniciar o tratamento precoce" no combate ao novo coronavírus.

"Aos primeiros sintomas procure um médico e inicie o tratamento precoce. Não espere sentir falta de ar para tomar essa decisão de procurar um médico e iniciar o tratamento precoce. O Brasil é um dos países que tem o maior número de recuperados da Covid-19", escreveu ele no Twitter.

A declaração sobre os recuperados evidencia novamente a postura negacionista de Bolsonaro, ao não reconhecer os graves efeitos da Covid-19. Na terça-feira (10) da semana passada, ele afirmou que o Brasil precisa deixar de ser "um país de maricas, pô". 

"Tudo agora é pandemia. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer um dia... Não adianta fugir disso, da realidade", disse. 

Bolsonaro já subestimou a pandemia em diversas oportunidades. Em junho, por exemplo, ele disse que "talvez tenha havido um pouco de exagero" na maneira como a pandemia foi tratada. Chegou a classificá-la como uma "gripezinha", em março, e perguntou "e daí?" ao ser questionado sobre os cinco mil mortos pela doença, em abril.

Em outubro, Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que poucas horas antes havia assinado um protocolo de intenção de compra de 46 milhões de doses da vacina. 

Depois ele teria admitido que o governo poderá adquirir o imunizante caso ele seja o primeiro a ter sua eficácia comprovada pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa)

O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial em número de casos (5,9 milhões), atrás dos Estados Unidos (11,8 milhões). O País tem a segunda maior quantidade de mortes causadas pela pandemia (167 mil), perdendo somente para os EUA (256 mil).

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