Depois de quase 170 mil mortes, Bolsonaro posta sobre Covid-19: procure um médico e inicie o tratamento precoce
Jair Bolsonaro, que já subestimou a pandemia em várias ocasiões, violou recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, numa demonstração de submissão aos EUA, ameaçou não comprar vacinas
Bolsonaro e hospital de campanha no Rio de Janeiro (RJ) em meio à pandemia de coronavírus (Foto: REUTERS/Adriano Machado | REUTERS/Ricardo Moraes)
Depois de subestimar a pandemia em várias ocasiões, Jair Bolsonaro sugeriu, nesta quinta-feira (19), que a pessoas "procurem um médico" para "iniciar o tratamento precoce" no combate ao novo coronavírus.
"Aos primeiros sintomas procure um médico e inicie o tratamento precoce. Não espere sentir falta de ar para tomar essa decisão de procurar um médico e iniciar o tratamento precoce. O Brasil é um dos países que tem o maior número de recuperados da Covid-19", escreveu ele no Twitter.
A declaração sobre os recuperados evidencia novamente a postura negacionista de Bolsonaro, ao não reconhecer os graves efeitos da Covid-19. Na terça-feira (10) da semana passada, ele afirmou que o Brasil precisa deixar de ser "um país de maricas, pô".
"Tudo agora é pandemia. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer um dia... Não adianta fugir disso, da realidade", disse.
Bolsonaro já subestimou a pandemia em diversas oportunidades. Em junho, por exemplo, ele disse que "talvez tenha havido um pouco de exagero" na maneira como a pandemia foi tratada. Chegou a classificá-la como uma "gripezinha", em março, e perguntou "e daí?" ao ser questionado sobre os cinco mil mortos pela doença, em abril.
Em outubro, Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que poucas horas antes havia assinado um protocolo de intenção de compra de 46 milhões de doses da vacina.
Depois ele teria admitido que o governo poderá adquirir o imunizante caso ele seja o primeiro a ter sua eficácia comprovada pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial em número de casos (5,9 milhões), atrás dos Estados Unidos (11,8 milhões). O País tem a segunda maior quantidade de mortes causadas pela pandemia (167 mil), perdendo somente para os EUA (256 mil).
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