Deputado Follador quer que Governo apure rombo no ICMS apontado em delação

De acordo com os termos da delação, tudo começou em 2012, quando a JBS adquiriu a Guaporé Carnes, e por proposta do próprio contador da empresa, Nilton Amaral, foi montado o esquema de fraude nas fiscalizações.

Tudorondonia
Publicada em 21 de maio de 2017 às 07:19

 

Depois de ouvir a delação de Valdir Aparecido Boni, da diretoria da JBS, prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), no processo da Operação Lava Jato, envolvendo empresários e agentes públicos de Rondônia, numa trama que fraudou o sistema tributário estadual em mais de R$ 2 milhões, o deputado estadual Adelino Follador (foto), do DEM, pediu ao governador Confúcio Moura providências para abertura de investigação (sindicância) para identificar os agentes públicos envolvidos e quantificar o dano para que o Estado possa ser ressarcido.

De acordo com os termos da delação, tudo começou em 2012, quando a JBS adquiriu a Guaporé Carnes, e por proposta do próprio contador da empresa, Nilton Amaral, foi montado o esquema de fraude nas fiscalizações, para concessão de créditos presumidos (créditos falsos, fictícios), com lançamento de outros créditos sem lastro de legalidade, igualmente falsos, mediante propina 30% sobre o valor da sonegação, pelo que as filiais da JBS no Estado ficariam por dois ou três anos sem serem fiscalizadas, ou com fiscalização fictícia.

O grupo da propina que fraudou o Estado foi formado por Nilton Amaral, da JBS/Guaporé Carnes, Clodoaldo, proprietário o Escritório de contabilidade Rio Madeira, onde eram realizadas as reuniões e tratadas as ações do grupo criminoso, e teria também a participação de Edgar do Boi, então presidente do PSDC e atual vice-prefeito de Porto Velho.

Segundo o deputado essa situação tomou um contorno de grandes proporções dentro do Estado de Rondônia, e o mais lamentável é que tanto o Poder Executivo quanto o Legislativo foram desconsiderados em suas prerrogativas e poderes de decisão. Segundo ele, o Estado, por decisão do governador Confúcio Moura, durante toda sua gestão tem feito importantes investimentos na modernização e segurança do seu sistema tributário, mas isso não foi suficiente para conter o ímpeto desse grupo que assaltou os cofres o Estado.

Quanto ao Poder Legislativo, Follador lamentou que mesmo com o esforço dos deputados em discutir e aclarar a situação dos frigoríficos do Estado, tratando de todas as questões que envolvem a operacionalidade do sistema, aquisição de plantas, preços da carne (formação de cartel), fiscalização sanitária e fiscal e tudo mais no âmbito da cadeia produtiva da carne, em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta por ele (Follador), a instituição (ALE) foi desrespeitada, tornando-se inócuas suas decisões.

 O deputado fez lembrar que, de acordo com a delação, de 2012 a 2014 o grupo teria embolsado nada menos de R$ 2 milhões, e em dezembro último já tinha feito uma nova proposta para mais R$ 4,5 milhões, sob uma nova estratégia de ação montada no Escritório de Contabilidade Rio Madeira. “Por tudo isso, esperamos que a Justiça e o Executivo possam atuar juntos para punir os responsáveis e recuperar o dano financeiro sofrido pelo Estado”, disse Follador, destacando que a população espera que todos esses fatos sejam competentemente esclarecidos.

Comentários

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    Thomas 22/05/2017

    Não sei se é, coecidência mas o IDARON e todo comandado pelo PT.

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    joao roberto 22/05/2017

    A coisa ta feia e a solucao e o SENHOR DELATOR dar os nomes das pessoas do fisco que fez o acerto de creditos presumidos e ou ficticios e ai se chega ao pe da rama .

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    joão bosco 21/05/2017

    rombo dessa natureza não e realizado por pessoas inteligente e sim protegidas pelo sistema onde os recursos são dividido sem que o nome do real titular apareça . não existe inimigo na alta corte e sim pessoas que possa fazer o serviços sujo para proteger o legado politico do suposto estadisa. com isso o povo que ja vive a margem do processo acaba votando no meliante. precisamos de juiz federal jutamente com juiz federal para acabar com essa festa

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    Edilson 21/05/2017

    A propósito, num passado não tão distante houve uma CPI na ALE - RO para investigar atos ilícitos desta mesma empresa. Alguém poderia esclarecer quais desfechos tal CPI teve? Ou devo aceitar como resposta a figura dos três macaquinhos emoticons, muito conhecidos nas redes sociais, sendo um tapando a boca, outro tapando os ouvidos e o outo tapando os olhos? Quanto a propositura do leitor abaixo, creio que não tardará muito para que uma operação abarque mais figuras influentes por estas paragens do poente.

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    Henry 21/05/2017

    A PF tem que fazer uma devassa nos escritórios envolvidos na fraude contábil, para investigar outros ilícitos eventualmente praticados, bem como outras empresas beneficiadas com a fraude. O afastamento do vice-prefeito é o mínimo, sendo que o não pagamento de seu salário é medida que se impõe, caso contrário, o prefeito incorrerá em improbridade administrativa, em razão de autorizar o pagamento de um agente político sem a devida contraprestação de serviço, o que caracterizaria enriquecimento ilícito. Esperamos que o TCE e o MPE, apurem se eventual sonegação de ICMS, bem como a participação de algum agente público nesse malfadado episódico.

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