Deputados ressaltam simplificação como ponto principal da reforma tributária

O texto unifica impostos, garante isenção de produtos da cesta básica e cria possibilidade de cashback para população de baixa renda

Agência Câmara de Notícias/Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Publicada em 16 de dezembro de 2023 às 11:43
Deputados ressaltam simplificação como ponto principal da reforma tributária

Reginaldo Lopes: o sistema atual prejudica consumidores e empresários

A simplificação do sistema tributário e a criação de um sistema mais favorável à população de baixa renda são os principais pontos da reforma tributária na avaliação dos deputados.

O texto unifica impostos, garante isenção de produtos da cesta básica e cria possibilidade de cashback para população de baixa renda. A proposta também acaba com a cumulatividade na cobrança de impostos ao longo da cadeia de produção.

Presidente da comissão especial que analisou a reforma tributária, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) afirmou que o texto cria um sistema mais eficiente. "O povo brasileiro reconhece nessa reforma a possibilidade de voltar a sonhar com um Brasil mais eficiente, mais dinâmico, que vai tirar o custo da produção. É a reforma mais estruturante da história", afirmou.

Ele disse que o sistema atual prejudica não apenas os consumidores, mas também os empresários. Ele referiu-se ao volume de impostos questionados nas esferas administrativas da Receita e também no Judiciário.

Lopes destacou ainda a perspectiva de se acabar com a chamada guerra fiscal, em que os estados usam incentivos fiscais para atrair empresas, e apontou como avanço a criação do cashback, que beneficiará a população com menos renda.

O deputado Sidney Leite (PSD-AM) também defendeu a proposta. "Já passou da hora de o Brasil ter uma nova política tributária e, com isso, garantir a simplificação, a transparência, a melhoria do ambiente de negócios e a diminuição do Custo Brasil", disse.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que a simplificação prevista gera um sistema que alivia a carga tributária sobre os mais pobres. "Teremos uma redução de imposto para 90% da população e ainda vai ter alíquotas reduzidas para cesta básica. Será beneficiada a parcela da população de baixa renda", disse.

O deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG) destacou os impactos positivos da reforma tributária no setor de saúde, com perspectiva de diminuição de impostos sobre medicamentos e equipamentos de saúde. "Um ponto muito importante da reforma tributária é a isenção de impostos sobre medicamentos para pacientes com câncer e pessoas com deficiência", disse.

Obstrução
A proposta foi alvo de obstrução do Novo e do PL. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) afirmou que a reforma tributária vai aumentar o tamanho do Estado em vez de diminuir. "Usa o pretexto de descomplicar o sistema para esconder todos os outros dispositivos", avaliou.

Ele afirmou ainda que a proposta não deveria ser votada nesta sexta-feira. "Estamos discutindo uma reforma com pouquíssimos deputados em Plenário e alguns lobistas trabalhando", criticou.

O deputado Giovani Cherini (PL-RS) também criticou a medida. "Não há possibilidade de diminuição de impostos sem diminuir os gastos", disse.

Na avaliação da deputada Bia Kicis (PL-DF), a proposta não simplifica ao manter dois sistemas durante a transição. "Apesar do trabalho hercúleo que foi feito, a pressa para votar este projeto faz com que a gente tenha muita crítica ao tema proposto."

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