Desmatamento da Amazônia é o maior desde 2008

O desmatamento da Amazônia atingiu 9.762 km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, de acordo com os dados do Prodes , divulgados hoje pelo Inpe

Assessoria de Imprensa Greenpeace
Publicada em 18 de novembro de 2019 às 10:36
Desmatamento da Amazônia é o maior desde 2008

● Taxa de desmatamento foi de 9.762 Km². Aumento de 29,5%, terceiro maior aumento percentual da história
● O tamanho da destruição equivale à 1,4 milhão de campos de futebol

O desmatamento da Amazônia atingiu 9.762 km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, de acordo com os dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), divulgados hoje pelo Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais). O número representa um aumento de 29,5% em relação ao período anterior e é a maior taxa registrada desde 2008.

“Estamos colhendo o que o governo plantou desde a campanha eleitoral. O projeto antiambiental de Bolsonaro sucateou a capacidade de combater o desmatamento, favorece quem pratica crime ambiental e estimula a violência contra os povos da floresta. Seu governo está jogando no lixo praticamente todo o trabalho realizado nas últimas décadas pela proteção do meio ambiente”, diz Cristiane Mazzetti, da campanha Amazônia do Greenpeace.

A tendência é que a destruição só aumente. Segundo dados do Deter, índice também desenvolvido pelo Inpe, os três primeiros meses que compõem o próximo período do Prodes (agosto a outubro deste ano) indicaram um crescimento de cerca de 100% da área com alertas de desmatamento na comparação com o mesmo período de 2018.

Para Mazzetti, mesmo diante de um cenário alarmante para a Amazônia, com aumento das queimadas, do desmatamento, das invasões de áreas protegidas e da violência contra os povos indígenas, o governo não apresenta nenhuma política consistente para proteger a floresta e seus povos; pelo contrário, está ao lado do crime ambiental.

“A combinação de altas taxas de desmatamento com a falta de governança sacrifica vidas, coloca o país na contramão da luta contra as mudanças climáticas e traz prejuízos à economia, uma vez que o mercado internacional não quer comprar produtos contaminados por destruição ambiental e violência”, avalia Mazzetti.

Precisamos reverter imediatamente o desmonte ambiental em curso e exigir um plano efetivo de combate ao desmatamento. As empresas que compram produtos como soja e gado do Brasil também devem se posicionar contra essa política antiambiental desastrosa de Bolsonaro, além de acelerarem seus esforços para retirar completamente o desmatamento de suas cadeias produtivas.

IMAGENS: fotos e clipreel de sobrevoo realizado pelo Greenpeace em setembro de 2019.

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