Desorganização da Seduc gera sobrecarga de trabalho em relação às aulas virtuais

A principal denúncia recebida pelo Sintero refere-se à nova e exaustiva rotina de trabalho desempenhada pelos professores

Assessoria
Publicada em 01 de julho de 2020 às 13:24
Desorganização da Seduc gera sobrecarga de trabalho em relação às aulas virtuais

O Sintero tem recebido diariamente inúmeras denúncias dos professores estaduais, relacionadas ao grande volume de trabalho gerado em razão das aulas não-presenciais, implantadas pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), desde o mês de abril. Sem receberem equipamentos tecnológicos e qualquer tipo de treinamento ou suporte necessário para atuarem no meio digital, os docentes estão se desdobrando e, muitas vezes, trabalhando além de suas jornadas formais, para ofertarem uma educação de qualidade aos estudantes da Rede Pública de Ensino.                                     

A principal denúncia recebida pelo Sintero refere-se à nova e exaustiva rotina de trabalho desempenhada pelos professores, que além do planejamento, elaboração e realização das aulas, passou a incluir novas funções como adaptar o conteúdo para plataformas digitais e produzir/disponibilizar vídeos. A agenda dos professores também passou a conter diversas reuniões com direção escolar e o atendimento remoto aos alunos, pais ou responsáveis, que entram em contato com o profissional fora do horário de trabalho ou no período noturno e, até mesmo, nos fins de semana. Também há uma intensa cobrança e solicitação de relatórios técnicos por parte da coordenação escolar. Todos esses fatores contribuem para que haja uma sobrecarga no trabalho, levando os profissionais a excederem a carga horária determinada no Plano de Carreira da Categoria, Lei 680/2012.

Destaca-se que os profissionais estão utilizando seus próprios materiais eletrônicos para atuarem no regime de "home office", operando de forma intuitiva e improvisada nas plataformas, visto que não houve mínimo preparo para tal trabalho. Os profissionais também revelam que houve um aumento de despesas domésticas como a de energia elétrica, internet banda larga e/ou internet móvel. No entanto, não há reposição salarial para a categoria e nem houve interesse por parte do Governo em atualizar o Piso Salarial do Magistério, conforme regulamenta a Lei Federal nº 11.738/2008.

As denúncias revelam ainda que há constantes mudanças nas plataformas virtuais organizadas pela Seduc, que obriga os professores a migrarem conteúdos para outros bancos de dados, ocasionando a verdadeira desorganização do trabalho desenvolvido anteriormente. Em relação aos profissionais que atuam nas áreas ribeirinhas, estes não conseguem desempenhar o método de ensino por não possuir uma internet de qualidade, além de sofrer com os custos elevados de consumo. Como resultado dessas medidas totalmente aleatórias, os alunos estão tendo dificuldades de acesso e até se sentindo desestimulados a participar das aulas não-presenciais.

Para tentar ao menos amenizar os prejuízos financeiros, o Sintero protocolou ofícios na Seduc, Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia (ALE/RO) e Casa Civil requerendo a criação de um auxílio no valor de R$500 para os trabalhadores e sugeriu a abertura de linhas de créditos e parcerias com empresas fornecedoras de produtos de informática. Porém o pedido foi totalmente ignorado pelo Governo de Rondônia, assim como o restante dos ofícios enviados e divulgados pela entidade, em que foram solicitadas informações e providências quanto ao grande volume de trabalho e outras situações, como o não pagamento de horas-extras. Em todas os casos, a Seduc respondeu com o silêncio e descaso. Sem argumentos para tanto, o Secretário de Estado da Educação, Suamy de Abreu, concedeu entrevista à mídia rondoniense, afirmando que os professores estão conseguindo desenvolver as atividades e que as aulas não-presenciais são um sucesso, inclusive aos alunos ribeirinhos que, nas palavras dele, em sua grande maioria, possuem celular para esta finalidade.

O Sintero lamenta que o Poder Público prefira não dialogar com o representante da categoria e nem atenda às sugestões oferecidas para amenizar as dificuldades existentes e que foram potencializadas pela pandemia.  Diante ao desrespeito e não cumprimento com as determinações do Plano de Carreira dos Trabalhadores em Educação, o Sintero solicita que os profissionais façam um relato formal, detalhando a rotina e a sobrecarga de trabalho e encaminhe ao sindicato, através do E-mail [email protected] para que providências cabíveis sejam tomadas. O Sintero informa ainda que está organizando uma agenda para realizar assembleias virtuais em conjunto com todas as Regionais para ouvir a categoria e deliberar os encaminhamentos diante das situações que estão ocorrendo. Em breve, o sindicato divulgará mais detalhes, através do site oficial e redes sociais da entidade.

Comentários

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    Carlson Lima 01/07/2020

    Sem contar que o governo de Rondônia ainda retirou nosso vale transporte, assim reduziu salários.

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    Carlson Lima 01/07/2020

    Sem contar que o governo de Rondônia ainda retirou nosso vale transporte, assim reduziu salários.

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    Maria Alnecy Augusta de Oliveira 01/07/2020

    Dá-se importância a quem se faz respeitar. O q não é o caso da representação do SINTERO, q a muito não atua de forma concisa e coerente para garantir direitos dos trabalhadores em educação. Não é de se estranhar a total indiferença do governo para com esse sindicato, se nem mesmo a maior parte dos sindicalizados conhecem os diretores ou pautas de reivindicações, posto q não se " levantam do berço esplêndido da mordomia " para fazer algo de concreto pelos servidores da educação, q como ovelhas lobotomizadas ainda confiam nessa representação. Sugiro, como sindicalizada que sou, como profissional q está vendo de perto os bastidores e os atores desse dramalhão, chamado aulas remota, que o sindicato verifique direitinho onde tem que realmente se envolver e onde tem q nos auxiliar. Verifiquem essas denúncias e busquem saber o q e como as coisas estão acontecendo e façam matérias sérias, em veículos de comunicação e programações de credibilidade, chamem a atenção da sociedade para nossa contribuição para com todos nesse período de incertezas , mostrem que também estamos numa linha de frente, nos reinventando em tempo recorde, com nossos poucos recursos e forças, mas q estamos segurando, estamos sim, sofrendo abusos em nossos direitos trabalhistas, estamos sendo cobrados por coisas q não é de nossa responsabilidade, nos sentimos frustrados, perdidos, sobrecarregados, mas ainda estamos ali honrando nossos salários e precisamos ser respeitados e valorizados, é em um momento como esse , onde nada se é certeza, queremos participar dessa reestruturação social, não como "mulas" e sim como "engenheiros. Faremos nosso trabalho, sempre, não podemos é fazer o que não nos compete e não o que não nos é dado condições legais e principalmente humanas. Para que sejamos levado em consideração é preciso que nos façamos respeitar. infelizmente, isso não é a nossa realidade, não dá educação. Com um sindicato apático e de argumentos e fundamentações fracas. Quase que fazendo as coisas só por fazer... Só pra não dizer que não fez nada.

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    Paulo 01/07/2020

    Infelizmente muitos desses professores, votaram nesse desgoverno desastroso chama Marcos Rocha, cópia do desgoverno Bolsonaro que não consegue nem organizar sua equipe de Ministro. Uma Vergonha!

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