Detido por suspeita de adulterar teste do bafômetro, servidor do Detran desmente acusação 

Agente da PRF foi abordado durante blitz da Lei Seca.

Fonte: Folha do Sul 
Publicada em 20 de janeiro de 2018 às 13:17
Detido por suspeita de adulterar teste do bafômetro, servidor do Detran desmente acusação 

Vilhena, Rondônia - Na madrugada do dia 20 de Janeiro de 2018; o Detran realizou mais uma Operação Lei Seca no centro de Vilhena, como vem fazendo costumeiramente na cidade. Durante a ação, o servidor do órgão, Felipe Braga, acabou detido, acusado de adulterar o teste do bafômetro, usado para examinar condutores suspeitos de dirigir sob o efeito de álcool. O ato seria para beneficiar um Policial Rodoviário Federal, abordado na blitz. 

A redação do FOLHA DO SUL ON LINE entrou em contato com o servidor acusado para solicitar maiores esclarecimentos quanto à situação protagonizada por ele. “Eu nem conheço o policial, muito menos sou amigo dele”, disse.

De acordo com Felipe, um condutor chegou até a mesa onde são realizados os testes do bafômetro, bem como o controle de estatística da operação, e pediu para falar com ele: "Ele me disse que havia ingerido 2 cervejas long neck no início da noite, até porque estava sozinho e sabia que as OLS estavam sendo realizadas todos os finais de semana; eu perguntei se ele estava realmente dizendo toda a verdade. Ele disse que sim. Então, o informei que ele não era obrigado a fazer o teste, porém,  sofreria as conseqüências caso se recusasse. Ele perguntou se poderia pensar por alguns minutos; como é de costume da equipe, quando a pessoa não tem nenhum sinal de embriaguez, que era o caso do rapaz, eu consenti que ele aguardasse por 5 minutos, mas não se ausentasse do local. Ele perguntou se poderia comprar uma água, eu disse que nós tínhamos água e dei pra ele uma garrafinha. Passados os 5 minutos, conversei novamente com ele, a vista de todos e ao lado da mesa onde estava sendo realizado o teste. Nesse momento, ele realizou o teste sem maiores complicações, e o resultado foi 0.0; ou seja, pelo fato dele ter ingerido uma baixa quantidade de cerveja e no início da noite, o álcool já havia se dissipado do seu organismo."

Sobre a condição profissional do condutor, Felipe afirma: "Em momento algum ele se apresentou pra mim como PRF. Nos últimos 2 anos, temos feito operações sem distinção de profissão ou classe social. Logo, se ele não realizasse o teste, o que era um direito dele, seria penalizado conforme a lei manda, independente de ser PRF ou qualquer outra profissão”.

Felipe Braga foi conduzido a UNISP pelo comandante da PM, 2º Tenente Andrade, prestou alguns esclarecimentos e foi liberado logo em seguida.

Comentários

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    Rodrigo Martins 20/01/2018

    Pessoal, há uma consulta no portal e-Cidadania visando o aperfeiçoamento da Lei Seca, tornando-a mais justa. Apesar da sua aparente boa intenção, a Lei Seca é intrinsecamente imoral. Cabe esclarecer que dirigir sem condições físicas ou psicológicas é uma atitude absolutamente lamentável, mas não há crime sem dano. E toda lei que impõe uma sanção para uma conduta que não causa vítimas é moralmente injustificável. Existe uma diferença enorme entre beber e dirigir, e dirigir bêbado. A iniciativa da Lei Seca é louvável, mas sua aplicação, com tolerância zero, tem viés arrecadador. O correto seria instituir uma margem de tolerância, como acontece em muitos países desenvolvidos que sabem fazer a distinção entre causa e efeito. Assim, tiramos das ruas os irresponsáveis que colocam a vida dos outros em risco, frente a multar e incriminar quem consome quantidades ínfimas e/ou toleráveis de bebida. Se você apoia essa ideia, acesse o link abaixo, dê o seu voto favorável e compartilhe a informação. https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=91653

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