(*) Valdemir Caldas

O presidente da Câmara de Vereadores de Porto Velho, Maurício Carvalho, é mesmo um camarada de sorte. Ao contrário de seu antecessor, Jurandir Bengala, que enfrentou greve de servidor e concluiu sua administração com as contas mais apertadas do que sardinha-em-lata, Maurício tem motivos de sobra para sorrir.

Com um orçamento robusto para os padrões da Câmara, com pouco menos de setenta servidores efetivos, Maurício vai encerrar o exercício financeiro de 2018, seu último ano como presidente do Poder Legislativo, com o caixa abarrotado de reais, e, o que é mais importante, em paz com o funcionalismo, senão com todos, mas, com certeza, com a maioria deles.

De janeiro a outubro deste ano, a Câmara gastou menos de 33 dos 39 milhões de reais orçados para 2018. Isso significa uma reserva financeira de quase sete milhões de reais. E olha que o mês de dezembro ainda não fechou. Alguns assessores garantem que isso é o resultado de muita economia.

Se não arrumar uma despesa para queimar toda essa gordura até o final do exercício financeiro, ou seja, até o dia 31 de dezembro, Maurício terá necessariamente que devolver o dinheiro ao cofre da prefeitura, já que a Câmara não tem receita própria e, portanto, precisa zerar o caixa, para, só então, começar tudo novamente, com um novo orçamento e novos valores.

É justo que, atendidas as necessidades do Poder Legislativo – como a atualização das progressões verticais e o consequente pagamento dos valores retroativos, assim como o pagamento das licenças-prêmios em pecúnia, dentre outras conquistas da categoria, o dinheiro retorne à prefeitura.

Quem conhece o presidente Mauricio, porém, sabe do carinho, do respeito e da consideração que ele tem pelos servidores da Câmara. Por isso, ninguém, em sã consciência, acredita que ele seja capaz de devolver dinheiro à prefeitura sem antes acertar as contas com os servidores. Jamais!