Diretora nacional de Políticas de Enfrentamento destaca rede de proteção às mulheres, em Rondônia

Na abertura da 2ª Capacitação do Programa Estadual Mulher Protegida, delegada cita casos de mulheres vítimas de agressões com medo de o ex-companheiros

Veronilda Lima Fotos: Thaíssa Brandão Secom - Governo de Rondônia
Publicada em 11 de novembro de 2022 às 18:08
Diretora nacional de Políticas de Enfrentamento destaca rede de proteção às mulheres, em Rondônia

A criação do programa encoraja as mulheres a saírem do ciclo de violência doméstica

O fortalecimento da rede de proteção da mulher com a integração de outras instituições públicas, como a Secretaria de Estado da Saúde – Sesau, é o foco da 2ª Capacitação do Programa Mulher Protegida, que segue durante o dia desta sexta-feira (11), no L’Acordes Hotel, em Porto Velho, com a presença de técnicos, gestores e coordenadores das Unidades Básica, Média e de Alta Complexidade da Saúde dos 52 municípios rondonienses. Na quinta-feira (10), durante a abertura do evento promovido pelo Governo de Rondônia, por meio da Secretaria da Assistência e do Desenvolvimento Social – Seas, a diretora do Departamento de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos – SNPM/MMFDH, Grace Justa, parabenizou o Estado pelo avanço da atuação contra este tipo de violência, com a criação de uma política integrada, que não presta apenas auxílio financeiro para as vítimas, mas que também salva vidas, dando suporte para que estas mulheres rompam um ciclo e entrem em um outro, conquistando a independência financeira, um dos principais motivos para permanecerem com os companheiros agressores.

Já a secretária da Assistência e do Desenvolvimento Social do Estado, Luana Rocha, observou que, devido à pandemia houve o aumento da violência contra a mulher em seus lares, porém, com a criação do programa estadual há 11 meses, muitas delas se sentem mais seguras para buscarem a medida de protetiva judicial por saberem que poderão contar com uma rede de atendimento, que inclui assistência psicossocial, auxílio financeira de R$ 400 durante seis meses e capacitação profissional, para que possam ingressar no mercado de trabalho. A secretária adiantou que está em estudo a possibilidade de ampliar para um ano, o período de recebimento do auxílio financeiro.

“Somos o porto seguro dessas mulheres, na medida em que damos o suporte necessário para que possam sair do ciclo de violência, inclusive com os seus filhos, evitando, dessa forma, que parem em um hospital ou talvez sejam mortas. Não damos a elas apenas o auxílio financeiro, mas também condições para que possam ser capacitadas em alguma profissão ou se tornarem empreendedoras por meio de cursos ofertadas em parceria com o Idep – Instituto Estadual de Desenvolvimento da Educação Profissional”, observou Luana.

A importância do programa “Mulher Protegida”, também foi destacada pela delegada especializada no Atendimento à Mulher de Porto Velho, Amanda Ferreira Levy, citando que no dia anterior havia atendido à uma vítima, que afirmou estar com medo de o ex-companheiro retornar ao lar porque ainda tinham a chave da casa. “Perguntei por que ela não trocou a fechadura, e ela disse que não tem dinheiro. Esse dinheiro do programa estadual pode ser considerado pouco, mas com certeza possibilita muitas ‘chaves’ para que as mulheres possam sair deste ciclo”, afirmou a delegada.

Autoridades especializadas  discorreram sobre o “Fortalecimento da Rede de Atendimento à Mulher em situação de violência doméstica”

Ainda na abertura, a secretária de Estado da Saúde, Semayra Gomes, observou que a inovação do programa idealizado pela Seas; é o olhar holístico que discute de forma pontual e busca a solução. “Muitas vezes sair do ciclo passa pela chave e também o aluguel. Por isso, este programa é o socorro imediato que elas necessitam. A integração das instituições para o fortalecimento desta rede de proteção é outra grande inovação do ‘Mulher Protegida’”, reforçou.

No primeiro dia do evento, a diretora Grace Justa, que também é delegada da Polícia Civil do Distrito Federal, falou sobre “O Plano Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio no Fortalecimento da Rede de Atendimento à Mulher em situação de violência doméstica” e no período da tarde colocou em pauta a “Articulação na Rede de Atendimento de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, incluindo no Plano Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio”.

“Protocolos de Atendimento” foi o tema abordado pela delegada Amanda Levy, enquanto a delegada de Atendimento à Mulher de Vilhena, Solângela Guimarães, tratou das “Experiências de Articulação da Rede de Proteção à Mulher em Situação de Violência em Vilhena”. Nesta sexta-feira, a equipe da Gerência Estadual de Proteção Social Especial, formada por Gláucia Prado, Amanda dos Santos, Diego Aram e Weidila Dias, deu sequência falando sobre “Papel da Assistência Social no Funcionamento da Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência”; a coordenadora regional da Atenção Primária à Saúde e Referência Técnica Estadual do projeto PlanificaSUS na região Madeira-Mamoré da Sesau, Clenilda Aparecida dos Santos, sobre o papel da Sesau no funcionamento desta rede; e Itaci Alves, coordenadora da Vigilância das Violências na Secretaria Municipal de Saúde – Semusa, de Porto Velho, fará a última palestra, ainda pela manhã sobre o papel da secretaria no Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes, Notificação, Fluxograma e Trabalho da Rede.

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