Discursos vazios e demagogia caminham juntos na estrada que leva à extinção dos índios

Não enrubescem, não ficam envergonhados, não têm qualquer atitude de mea culpa, jamais aceitam seus erros, aqueles que adoram discursar em defesa dos índios, mas que assistem passivamente ao risco de extinção deles, hora a hora, todos os dias.

Sergio Pires
Publicada em 13 de junho de 2018 às 09:57
Discursos vazios e demagogia caminham juntos na estrada que leva à extinção dos índios

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Não enrubescem, não ficam envergonhados, não têm qualquer atitude de mea culpa, jamais aceitam seus erros, aqueles que adoram discursar em defesa dos índios, mas que assistem passivamente ao risco de extinção deles, hora a hora, todos os dias. Não aceitam que os indígenas têm direito à vida, ao progresso, às inovações, às riquezas de suas terras. Os índios Cinta Larga, por exemplo, vivem em cima de uma das maiores minas de diamantes do mundo, mas seus “defensores”,  parece  que preferem vê-los mortos, a aceitarem que eles usufruam dessa imensa riqueza. Só podem os pobres índios, nessa visão parasitária de ideologias ultrapassadas, manter sua cultura secular, mesmo que, enquanto os engravatados discursam, até crianças morram de fome e de doenças. Ao mesmo tempo, ouve-se histórias todos os dias, de  contrabandistas que corrompem caciques, com caminhonetas importadas e antenas parabólicas em casas de luxo, construídas nas cidades, enquanto levam embora nossas riquezas, sem pagar um tostão de imposto.  Onde estão, enfim, os defensores dos índios quando eles, para não morrerem a míngua, acabando cometendo crimes, como cobrar ilegalmente pedágios em rodovias federais? Cadê os que berram pelos indígenas (a não ser para discursar que eles têm que acabar exatamente como são: pobres, miseráveis, sem futuro, mas mantendo sua “cultura”!), quando vários deles acabam presos, algemados e levados pela polícia, como aconteceu na tarde desta terça, em Comodoro, na BR 364, próximo a Rondônia? O crime: cobrar pedágio, de até 50 reais, tanto de caminhoneiros quanto veículos de passeio, por parte de índios da etnia Nambikwara, desesperados, por terem chance zero de terem uma vida digna.

Muitos desses poderosos, do alto das suas salas acarpetadas e com vários aparelhos de ar condicionado, culpam a extinção de dezenas de etnias apenas aos outros. O que parece é que se prefere ver as famílias indígenas passando fome, morrendo de doenças, sem acesso à uma vida saudável e moderna e vociferando contra “políticas erradas para os indígenas”, ao invés de incentivá-los a, como outros grupos de índios de outros países, manterem sim sua cultura, mas vivendo com abundância e qualidade. O Congresso, como sempre, lava as mãos. O governo, como sempre, é incompetente e  sem rumo, também nessa questão. No final, o que acaba acontecendo é que, muitos desses atores da tragédia, impõem posições pessoais e ideológicas, enquanto a vida e a morte dos outros é o que está em jogo. Os índios rondonienses e brasileiros, a maioria já vivendo perto das cidades, milhões deles aculturados, vão deixando seus bens e as riquezas de suas terras pelo caminho, enquanto elas são regadas pelos demagogos de sempre, que acham que é ótimo ensinar como os povos primitivos devem pensar, agir e viver, porque o importante é eles, os engravatados ideológicos, terem o que ensinar ao país. Enquanto o fazem, nós todos sabemos de quem são os  cadáveres que vão ficando pelo caminho, para alimentar a incompetência, a ideologia e a falta de amor verdadeiro  para com essa gente tão sofredora!  (Sérgio Pires)

SÓ NOMES RESOLVEM?

Será que agora vai?  Será que apenas com a troca de nomes as coisas vão voltar a funcionar como exige a comunidade? Pois o prefeito Hildon Chaves mudou sua equipe mais uma vez, exatamente em duas das áreas mais importantes. Uma delas, extremamente nevrálgica. Na saúde, trocou um médico experiente, o dr. Orlando Ramires, que infelizmente não conseguiu colocar a estrutura de atendimento nos trilhos, pela enfermeira Eliana Pasini, nome desconhecido do grande público, mas segundo as primeiras informações, uma especialista que pode ajudar muito a reorganizar o setor. Já para a educação, Hildon chamou alguém com longa experiência na área. César Licório assume com a missão de recolocar a pasta nos eixos, depois da prisão do ex secretário Marcos Aurélio Marques, na Operação Ciranda, que detectou desvios de mais de 20 milhões de reais em recursos do transporte escolar fluvial nos últimos anos, incluindo períodos de administrações anteriores.  A verdade é que esses dois setores são os que mais têm dado dores de cabeça ao Prefeito e sua administração, até agora. Principalmente na área da saúde, o governo municipal ainda não acertou o passo. Acertará agora? Tomara que sim!

Leia também: Índios que cobravam pedágio em rodovia da região são presos; polícia usou até helicóptero na ação

EXPEDITO E SEU DISCURSO POLÊMICO

Ainda repercute, do encontro do PR deste último sábado, o discurso do ex senador Expedito Júnior. Mesmo na presença de ao menos dois pré candidatos ao Governo - Maurão de Carvalho, do MDB e do governador Daniel Pereira, do PSB  - Expedito, desculpando-se com ambos, disse textualmente que “Rondônia terá um novo governador e ele será Ivo Cassol”. Os presentes ficaram tentando entender o recado. Que Expedito e Cassol estão juntos novamente, andando em parceria pelo Estado, todos sabem. Mas Expedito não estaria então na fila para concorrer ao Governo? Pelo discurso do sábado, parece que não. Ou ele, se entrasse na corrida eleitoral, disputaria uma vaga ao Senado ou, o que não está descartado, não concorreria a nenhum cargo. Num momento em que seus negócios estão indo muito bem, o ex senador tucano anda pensando se deve ou não concorrer. Mas daí, no tabuleiro da política, fica outro questionamento. Se ele abrir mão de entrar na briga pelo Governo, como ficaria a situação de Mariana Carvalho, que poderia então, nesse raciocínio, postular a candidatura ao Palácio Rio Madeira/CPA, contra Cassol, Maurão, Daniel, Acir ou quem mais viesse pela frente? A verdade é que, a poucos meses da eleição, existem cada vez mais perguntas e cada vez menos respostas...

O PADRE ESTÁ ENROLADO

O ex prefeito de Cacoal, Padre Franco Vialetto, estava pensando até em se candidatar a deputado federal pelo PP, seu novo partido, já que tinha saído do PT. Ao menos é o que várias fontes ligadas à política confirmaram. Em meados de abril passado, ele assinou com o partido liderado no Estado por Ivo Cassol e inclusive encaminhou carta à Justiça Eleitoral, confirmando a mudança de sigla. O novo partido já andava de olho nele para uma tentativa de disputar cadeira no Congresso. O problema é que Padre Franco foi embora para a Itália, não apareceu mais nem para fazer sua biometria (ou seja, está impedindo de votar na eleição de outubro) e, ao menos por enquanto, sua filiação está em suspenso. Pior que isso, a Justiça de Rondônia mandou reter o passaporte dele, já que o prefeito de Cacoal por dois mandatos mudou-se de mala e cuia para sua terra de origem, a Itália e não tem comparecido à audiências, onde ele é réu em dois processos da época em que comandava a cidade. Como não vai aos interrogatórios, o desembargador Roosevelt Queiroz, mandou reter o passaporte do Padre, até que ele apareça nas audiências em que é convocado. Da Itália, Padre Franco nega que tenha tudo o passaporte apreendido, mostra foto com o documento e diz que está sendo perseguido. E agora?

MAURÃO CADA VEZ MAIS FORTE

Quem anda serelepe por várias regiões do Estado, sempre sendo recebido por grandes públicos, com recepções muito positivas, é o presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho. Até agora o único pré candidato ao Governo, entre os que têm chances reais de vencer, realmente com todos os requisitos cumpridos para entrar na briga em outubro, Maurão vai em frente, levando sua mensagem e crescendo nas pesquisas. Sua boa performance na Assembleia, onde pacificou o Poder e o tirou da lista negra e de malfeitos (aliás, como já haviam feito os ex presidentes Neodi Oliveira e Hermínio Coelho), tem credenciado o político de seis mandatos a postular o comando do Estado. Maurão tem o aval de toda a cúpula do partido e da sua base. Nomes como Confúcio Moura, Valdir Raupp, Tomás Correia e tantos outras lideranças de ponta do partido, estão engajados no trabalho de levar o nome de Maurão a todos os recantos do Estado. Houve momentos, até num passado recente, em que se questionava se ele não seria traído mais à frente, mesmo com todas as promessas de que seria o nome do MDB para o Governo, Até agora, contudo, todos os compromissos estão sendo cumpridos e o partido está unido em torno do seu pré candidato.

OS NÚMEROS DE JESUALDO

Quem anda comemorando o avanço de sua caminhada rumo ao Senado e o ex prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires. Os números que o acompanham são realmente de impressionar. Um deles: tem hoje mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, além de vários grupos de apoio ao seu nome. Entre as autoridades do Estado, não se tem notícia de um número tão vultoso de seguidores. Mais: um vídeo que postou nas mesmas redes sociais e em sites, despedindo-se da Prefeitura da sua cidade e anunciando sua pré candidatura ao Senado, em meados de abril passado, teve nada menos do que 150 mil visualizações, em todas as plataformas a que foi exposto. Há um  terceiro dado, que ele destaca como extremamente significativo. Em entrevista que concedeu ao jornalista Sérgio Pires, no programa Direto ao Ponto, que vai ao ar na Record News Rondônia/SIC TV, quando chegou aos sites, apenas num dele, o Gente de Opinião, teve acima de 80 mil visualizações. É uma média muito acima das demais entrevistas no mesmo programa. Jesualdo está dando duro, percorrendo o Estado para anunciar sua pré candidatura, mas também aposta na internet e nas plataformas sociais como mote importante da sua campanha, que será oficializada em meados de agosto. O ex prefeito de Ji-Paraná será osso duro de roer, mesmo para pesos pesados da política, como os emedebistas Confúcio Moura e Valdir Raupp e a petista Fátima Cleide.

PRIVATIZAÇÃO JÁ!

Há uma guerra aberta contra a privatização da Ceron e outras subsidiárias da Eletrobras. São os mesmos que entendem que o Estado bom é como o que existe hoje, inchado, sofrendo de obesidade mórbida, com benesses salariais e proteção a castas do funcionalismo, que devem ser tratadas de forma diferente do restante da população brasileira. O que tem que ficar claro é que os atuais servidores da estatal têm que ter seus direitos garantidos, porque o foram adquiridos dentro da lei. Mas a partir daí, tem que privatizar tudo o que for possível, menos, é claro, serviços em que, se o Estado abrir mão, podem representar grande prejuízo para a população. Não é o caso da distribuição de energia elétrica. Além disso, os argumentos de que o preço das contas de luz vão aumentar muito é apenas falácia e argumento fajuto. Veja-se por exemplo o que aconteceu com a privatização da telefonia. Apenas uma pequena casta do país tinha acesso aos telefones e, nos anos 80, até meados dos anos 90, uma linha telefônica era cotado a peso de ouro. Hoje, com alguns míseros reais, qualquer brasileiro tem acesso a tudo, incluindo a rede mundial de computadores. O problema é que meia dúzia de servidores quer impor unicamente seus interesses sobre os interesses maiores do país. Privatização já, antes que quebre por apodrecimento, como está acontecendo, por exemplo, com a Caerd, em Rondônia. 

PERGUNTINHA

Você que achava que Donald Trump iria incendiar o Planeta com seus discursos beligerantes, não achou que estava errado ao vê-lo selar a paz com o norte coreano, que ameaçava explodir a tudo com suas armas nucleares?

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