Documentação para compra pode custar até 8% do valor do imóvel

Consumidor deve se preparar financeiramente para os custos embutidos na aquisição da casa própria

Da redação/Foto: Imagem: Freepik
Publicada em 25 de outubro de 2022 às 13:59
Documentação para compra pode custar até 8% do valor do imóvel

A casa própria ainda é o principal sonho dos brasileiros. Segundo pesquisa realizada este ano pelo Instituto Datafolha, 87% da população deseja realizá-lo. No entanto, ainda não são todos que se planejam para isso. Outro estudo, feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), mostrou que apenas três em cada dez pessoas investem o dinheiro economizado com este objetivo.

Comprar imóvel requer uma preparação financeira que deve começar quanto antes, segundo recomendação da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin). Além do preço pago pelo bem, é necessário ter recursos para arcar com a documentação e outras despesas como a mudança e a aquisição de móveis para o novo lar.

De acordo com estimativa do mercado imobiliário, a documentação do imóvel pode custar entre 6% e 8% do seu valor total. Na prática, significa que, se um apartamento custa R$ 300 mil, a despesa para a emissão de documentos pode variar entre R$ 18 mil e R$ 24 mil.

A variação se dá pelo fato de parte da documentação ser emitida por órgãos estaduais e municipais, que possuem tabelas de preços diferentes.

Na avaliação da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), estar por dentro de todos os custos relativos à compra do imóvel é necessário para evitar o transtorno de não conseguir quitá-los e ver o sonho da casa própria transformar-se em pesadelo.

Veja quais documentos têm custos e merecem sua atenção

O primeiro documento que requer a atenção do consumidor é o contrato de financiamento imobiliário realizado junto ao banco. A Proteste alerta sobre a análise do Custo Efetivo Total (CET) que, além da taxa de juros, inclui seguros e cobranças bancárias. É este o valor que deve ser avaliado na hora de contratar o serviço.

Quando o imóvel é financiado, o custo da escritura pública já está incluído no pagamento das parcelas. O contrato de financiamento funciona, inclusive, como uma espécie de escritura temporária da propriedade.

No entanto, quem realiza a compra à vista deve arcar com a emissão do documento, que é responsável por validar o direito ao uso do imóvel. O pagamento é feito junto ao Tabelionato de Notas.

O novo proprietário deve, também, pagar o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) cobrado pelo município. A cobrança do tributo garante a transferência do bem para o novo titular. O valor pode ser consultado na prefeitura da cidade onde a propriedade está localizada.

Após o pagamento do ITBI, é necessário realizar o registro do bem no Cartório de Registro de Imóveis. A Proteste explica que este é o documento que reconhece a posse do novo titular.

Outras despesas

Os custos para realizar o sonho da casa própria não param por aí. Quando o imóvel é comprado pronto, é necessário conferir se há débitos com relação ao condomínio, ao Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e outras cobranças.

A Abefin reforça que o planejamento financeiro também deve incluir a despesa com mudança e com a compra de móveis para decorar a nova moradia, desejo que muitos consumidores têm nessa fase. Neste sentido, orienta que os brasileiros comecem a economizar desde já, pensando na casa própria como um plano de médio e longo prazo.

A Abefin também sugere estudar sobre educação financeira. Assim, é possível entender o próprio orçamento e identificar quais são as despesas fixas e supérfluas para definir as melhores estratégias para poupar.

Para fazer o dinheiro economizado render, a Abefin explica que é importante conhecer o universo dos investimentos, com o objetivo de identificar quais aplicações podem aumentar o patrimônio financeiro e contribuir para a realização do sonho da casa própria.

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