Dr. Hildon, herói karipuna?
Político de pouca ou nenhuma expressão nacional e à frente de uma cidade problemática, desarborizada, suja e imunda, o prefeito com esta sua atitude heroica, “desbancou” o negacionista, patético, desumano e insano presidente do Brasil
Em tempos de aumentos assustadores da pandemia do Coronavírus, que apresenta hoje uma média diária de mortos já superando a marca dos 30 óbitos em Porto Velho e com os cemitérios lotados com tantos enterros, não há notícia mais alvissareira para os porto-velhenses do que a que foi dada na manhã do dia 12 de março de 2021: o prefeito reeleito da cidade, Dr. Hildon Chaves, “disse” que comprou pelo menos 400 mil doses da vacina da AstraZeneca/Oxford pelo preço de 20 milhões de reais para imunizar, num primeiro momento, em torno de 200 mil moradores da cidade já nos próximos 30 ou 40 dias. Político de pouca ou nenhuma expressão nacional e à frente de uma cidade problemática, desarborizada, suja e imunda, o prefeito com esta sua atitude heroica, “desbancou” o negacionista, patético, desumano e insano presidente do Brasil.
Fazendo isso, ele também “colocou no bolso” o governador de Rondônia, o “fraco, apagado e perdido” coronel Marcos Rocha e toda a sua equipe, que até agora praticamente nada fizeram para diminuir a dor dos rondonienses. Rocha é seguidor de carteirinha do senhor Jair Bolsonaro que, em tese, também nada fez para os brasileiros, porto-velhenses nem para os rondonienses durante essa pandemia. A única palavra que ouvi do chefe da nação foi pedir para que eu parasse de “frescura e de mi mi mi”. Isso no dia em que enterrava familiares meus, vítimas da Covid-19 no mês passado. Tanto o governador de Rondônia quanto o seu secretário de Saúde, o médico Fernando Máximo, têm-se limitado a fazer patéticos “pit stop” para distribuir remédios, às vezes sem indicações científicas para combater a Covid-19. São iguais à dupla “Bozo” e Pazuello.
Nas duas últimas eleições para prefeito de Porto Velho eu não votei no Dr. Hildon. Não votei e nem jamais votaria. E devo continuar a evitá-lo nas urnas por um bom tempo. Penso muito diferente dele e não concordo com muitas das suas convicções políticas e ideológicas. Embora ele ao comprar vacinas e mostrar preocupações com a vida dos beiradeiros daqui tenha feito apenas a sua obrigação, ninguém, nenhum político local, em tempo algum, jamais agiu assim para salvar essa gente da morte certa. E nem filho daqui ele é. Boa lembrança: o ex-governador Osvaldo Piana evitou a infestação da cólera em Porto Velho no início dos anos 1990. Nenhum caso do vibrião colérico foi visto por aqui. Porém, há notícias ruins: o Ministério da Saúde avisou que pode abater essas 400 mil doses da cota que Rondônia vai receber do governo federal.
Não sou pessimista, mas ainda não estou acreditando que a AstraZeneca/Oxford vai mandar para este fim de mundo quase meio milhão de doses de vacinas quando a demanda mundial é desesperadora. Por que Porto Velho? Espero, senhor prefeito, estar acordando junto com toda a minha família de um pesadelo sem fim e torço para que seja verdade tudo o que foi noticiado até agora. O senhor disse um dia que ia cuidar de Porto Velho e de sua gente. A hora é agora! Espero também que tudo isso não seja mais uma “jogada política” ou uma “tacada de mestre” para quem deseja dar saltos mais altos na política local. Mande o miserável do Bolsonaro e o seu incompetente seguidor, o coronel Marcos Rocha, deixar a tarefa de administrar para quem sabe. Ainda assim, o senhor dificilmente será governador de Rondônia: Porto Velho tem “só” 340 mil eleitores. As outras cidades do Estado têm três vezes mais. E se Marcos Rocha acordar?
*Foi Professor em Porto Velho.
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Comentários
Um dos problemas da capital é o espírito suicida ou bando de imbecis pois morre 23 a 25 na média por dia e muita gente não se toca. Se tivesse cadeia pra essas aglomeracies ai queria ver. Criticar os governantes facil. Faça sua parte ou entao morra
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