E agora, Coronel? Professor Nazareno*

Não repita os velhos vícios da classe política local. Seja o novo, Coronel! Escolha a dedo os seus assessores sem repetir a prática das velhas raposas.

Professor Nazareno*
Publicada em 05 de novembro de 2018 às 09:02
E agora, Coronel?   Professor Nazareno*

Eleito com mais de 530 mil votos, a maior votação da História de Rondônia, o Coronel Marcos Rocha, candidato do pequeno PSL, partido do também eleito Capitão Jair Bolsonaro, tem tudo para entrar definitivamente na História deste jovem Estado. Ou então de ser um fracasso dos mais retumbantes. Na recente eleição desse desconhecido militar, acredita-se que o mesmo tenha desbancado as velhas oligarquias rondonianas e de ter aberto o caminho para instaurar um governo moderno com participação popular e com muito progresso e desenvolvimento. Esse Coronel, se quiser, poderá superar o outro, o “Deus de Rondônia”, considerado pelos rondonienses como o “maior administrador de todos os tempos em terras karipunas, o gaúcho Jorge Teixeira”. Os tempos são outros, mas condições não faltam para o Coronel de agora. Basta querer.

Para começo de conversa, meu jovem Coronel, não tente administrar este Estado usando um simples blog como foi feito durante os últimos oitos anos. Respeite o povo daqui! Não use redes sociais para administrá-lo, por mais indolente, entreguista e despolitizado que ele seja. Não repita os velhos vícios da classe política local. Seja o novo, Coronel! Escolha a dedo os seus assessores sem repetir a prática das velhas raposas. Ataque com tenacidade os antigos problemas que sempre nos afligiram e que todos nós já conhecemos há muito tempo. O hospital João Paulo Segundo, por exemplo, tem que ser implodido. O “velho açougue” é uma vergonha para os filhos daqui e para os que aqui vivem. O senhor sabe isso. Como ficará a questão das queimadas sufocantes todo verão e o problema do saneamento básico e de água tratada em nossa capital?

Não se aventure em conchavos políticos. Eles sempre foram danosos à população. Dê a Rondônia toda a importância que ela nunca teve em nível de Brasil, embora tenhamos menos de um por cento de sua população e sermos uma negação em termos de PIB e de IDH. Porto Velho é uma capital de Estado e não pode continuar sendo a eterna “capital da fedentina”. Invista em saneamento básico sem dó em piedade não só aqui, mas em todas as cidades do interior também. Somos o pior dos Estados da federação em limpeza e também em esgotos sanitários. Vá ou mande seus assessores a Curitiba ou à Serra Gaúcha para ver como eles cuidam de suas cidades. Não se envergonhe nem deixe que eu também fique constrangido quando os nossos parentes vierem nos visitar. Limpe a sujeira e ame esta capital como se ela fosse sua cidade natal.

Todos sabem que não votei no senhor. Não votei nem jamais votaria. Não concordo com muitas coisas ditas pelo seu “chefe” maior, o Capitão que governará o Brasil. E como o senhor é um fiel seguidor dele... Mas torço para que o seu governo dê certo e seja um dos melhores já vistos por aqui. Pediria até voto para a sua reeleição se isso acontecesse. Não se esqueça: fumaça das queimadas, “açougue” João Paulo Segundo e saneamento básico. Resolvidos estes três problemas, o senhor entrará para a História deste Estado para sempre. Educação com turno integral, mobilidade urbana, fornecedores, conchavos políticos, estradas vicinais, duplicação da BR-364, Hidrovia do Madeira, escoamento da produção, publicidade oficial, dívida do Beron, proteção à natureza, relacionamento com a Assembleia Legislativa são coisas mais “simples” de serem resolvidas. Se não fizer nada disso, melhor nem ter sido eleito. Boa sorte, então!

 

*É Professor em Porto Velho.

Winz

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