Em dia de celebração, Casa do Índio recebe visita de vereador
Falta de agua e estrutura relatada pelos indígenas e constatada pelo vereador chega a ser chocante.
Em visita à Casa do Índio, em Porto Velho, o vereador Professor Aleks Palitot conversou com lideranças das etnias Karitianas e Karipunas que se reuniram na tarde desta quarta-feira para lembrarem o 19 de abril, data oficial que marca o Dia do Índio no país. Uma oportunidade de reflexão acerca da situação dos povos indígenas.
De acordo com Palitot, se trata de uma demanda histórica. “O Brasil como um todo tem uma dívida de quinhentos anos com estas comunidades e nós vamos tentar pautar pequenas coisas que possam surtir um efeito positivo para eles para minimizar as problemáticas”, assegura o vereador.
“Entrei em contato com um parlamentar de âmbito federal para que ele possa verificar mediante ao ministério por que o espaço da Funai, um local de apoio para os indígenas quando vem a cidade está abandonado”, questiona o vereador.
Durante a visita o vereador fez um levantamento do que a prefeitura poderia auxiliar. Pequenos serviços já teriam um resultado satisfatório. “Por exemplo a Sumusb e Semob podem auxiliar na limpeza no espaço”, explana o vereador.
Foram feitos os encaminhamentos de outras possibilidades como a criação de uma sala de leitura para os estudantes através da Semed, à Semasf toca verificar o que pode ser feito em relação aos dormitórios dos universitários, a Funcultural cabe a criação de políticas públicas que possibilitem o empoderamento das comunidades permitindo que vivam a partir de suas tradições.
Segundo Palitot “é possível criar ambientes com a participação dos povos indígenas. O fomento e preservação dessa cultura gerando emprego e renda, ofertando através do Banco do Povo um convênio para aquisição de barracas adequadas em que eles possam vender os artesanatos sobrevivendo daquilo que sabem e a Semagric também pode restaurar a estrada que vai para a aldeia central, que são mais 45 quilômetros de linha, atualmente em situação intrafegável”.
Porto Velho, segundo Mã Alomai Karitiana, uma das lideranças indígenas na Casa do Índio, tem o privilégio de ter três povos indígenas, os Kassupá, os Karitiana e os Karipuna. “São povos com uma diversidade cultural muito rica que não é aproveitada.
O Karitiana explica que esta data comemorativa é importante, pois leva a sociedade a procurar saber da situação indígena, mas que o dia do índio é todos os dias, no artesanato, na caça, na pesca, na convivência. “No artesanato é o que mais divulga a nossa cultura, é onde falamos de nossa etnia e da importância de estarmos ali, pois o artesão ele também é um professor”.
Dívida Histórica
A maior dificuldade relatada por Fernando Karitiana, outra liderança indigena ainda é o preconceito. “Ele barra o índio onde ele for, na educação as pessoas pensam que ele não pode frequentar uma universidade. No mercado de trabalho, as pessoas imaginam que ele não seja capaz de executar um serviço como o homem branco faz”, relata.
Em relação a assistência dos órgãos públicos ele questiona, “Se existe uma organização que deve e tenha a obrigação de cuidar do índio precisamos que ela faça o seu papel, que cumpra com seu dever, pois está recebendo recursos para isso e o que acontece é que o povo indígena está abandonado pelo poder público apesar das leis que resguardam os nossos direitos.
“Temos pouco a comemorar no dia do índio. A grande vitória deles é a resistência de manter a cultura e a tradição preservada, mesmo diante de dificuldades e limitações. A gente percebe que aqui na Casa do Índio um ambiente que deveria ser apropriado e aprazível para a permanecia destes grupos que muitas vezes vem à cidade das tribos, principalmente os universitários, que tem o ingresso no nível superior, que estão se empoderando do conhecimento do homem branco para poder defender sua tribo, sua história e sua tradição falta” relata Palitot.
“Então verdadeiramente não temos muito o que comemorar, mas temos que lembrar a importância e se na história, no passado os conquistadores diziam que índio bom era índio morto, para nós índio bom é índio vivo”, afirma o vereador.
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