Em dose dupla
Não somente Porto Velho, mas o Brasil como um todo, está precisando de um choque de segurança, dentre tantas outras coisas também prioritárias.
Porto Velho foi destaque em dose dupla na revista Vejaedição da semana passada. Na primeira reportagem, a Procuradoria Geral da República pede o enquadramento de um senador rondoniense por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O alvo da segunda matéria é a violência. Agora, além de ostentarmos o título de a capital mais porca, estamos entre as cidades mais violentas do país.
Deixemos de lado o senador, pelo menos por enquanto, pois dele já está cuidando a PGR, e voltemos nossos olhos à criminalidade que domina a outrora e pacata cidade de Porto Velho. Se, para alguns, viver já é um risco, para o morador da capital porto-velhense, a frase deixou de ser considerada força de expressão para ganhar sentido literal.
Assistimos estarrecidos a um verdadeiro e incontrolável aumento da violência e da criminalidade. Num curto espaço de tempo, vidas são imoladas no altar da criminalidade como a mesma facilidade com que se amassa um papel inútil e joga-o na lata de lixo mais próxima. Diante da incapacidade das nossas autoridades de planejar e executar uma política para tentar estancar essa sangria social, a sociedade clama por uma ação verdadeiramente decisiva contra a onda de selvageria, seja quando se manifesta de forma incidental, seja quando se expressa em sua forma organizada.
Não somente Porto Velho, mas o Brasil como um todo, está precisando de um choque de segurança, dentre tantas outras coisas também prioritárias. Enquanto isso não acontece, o andar nas ruas sem o medo de ser a próxima vitima, é com certeza o que hoje mais preocupa. Ou se coloca um freio na violência, ou o crime vai acabar com o Brasil.
Ao contrário do que muitos pensam, não adianta somente colocar a polícia nas ruas. É preciso treinar os policiais, oferecer-lhes melhores condições de trabalho e salários que atendam às suas necessidades mais prementes. Somem-se a isso uma justiça que funcione e menos desigualdade social. Pode parecer uma adição nada fácil de desenvolver, mas imprescindível para sairmos dessa enrascada.
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