Encontro improdutivo
O vice-governador Daniel Pereira representou o governador Confúcio Moura no papel de anfitrião. Ao pronunciar-se, Daniel se esqueceu de dizer o que o governo vem fazendo para levar um pouco de paz aos lares rondoniense, principalmente no que se refere ao tráfico de drogas, responsável por setenta por cento dos crimes que ocorrem na capital.
Cinco dias atrás, secretários de segurança pública de doze estados e um do Distrito Federal se reuniram em Porto Velho para traçar metas de combate à violência. Para quem não sabe, Porto Velho está entre as dez capitais mais violentas do país. O vice-governador Daniel Pereira representou o governador Confúcio Moura no papel de anfitrião. Ao pronunciar-se, Daniel se esqueceu de dizer o que o governo vem fazendo para levar um pouco de paz aos lares rondoniense, principalmente no que se refere ao tráfico de drogas, responsável por setenta por cento dos crimes que ocorrem na capital.
Afinal, é do governo estadual, em parceria com o governo federal, a responsabilidade constitucional de proteger os cidadãos e zelar pela segurança deles, independentemente da sua condição social. Ademais, o encontro reflete o incômodo – pelo menos sou levado a crê – das autoridades de segurança e, principalmente, do governador, com a escalada da violência, aqui e alhures, sem dúvida um dos problemas mais graves do Brasil. Não é à toa que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vem crescendo nas pesquisas de opinião na corrida para a presidência da República em 2018 por seu posicionamento no combate à violência.
Que o Brasil é um país extremamente violento, não é nenhuma novidade. Aliás, já faz algum tempo que pesquisas sinalizam nessa direção. As autoridades, porém, parecem estar com os olhos vendados para uma realidade que se tem traduzido em estatísticas macabras nos ambientes policiais das grandes e médias cidades. A impressão que se tem, por conta desse quadro de horrores, é que elas tratam do assunto como alguma coisa que se pudesse ir empurrando com a barriga, a exemplo de tantas outras mazelas sociais. Se os nossos dirigentes quisessem fazer algo para mudar a realidade da segurança pública, no Brasil, não precisavam promover encontros de autoridades. Bastavam estruturar ações concretas e implantá-las com a seriedade (e com a urgência) que o problema exige.
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