Equipe de transição de Rocha tem advogados de Confúcio, devedores e réus, muitos réus
E ainda, Confúcio prepara o bote e vai tomar o MDB em Rondônia nos próximos meses.
Pau Oco
Nesta quinta-feira os passageiros que chegavam em Porto Velho, no voo da Azul, por volta do meio-dia, testemunharam a prisão do agora ex-assessor do governador Daniel Pereira, Flávio Augusto Tiellet, alvo da operação Pau Oco, deflagrada esta semana pela Polícia Civil que investiga supostas irregularidades na SEDAM. Além de Flávio, foram presos Hamilton Santiago Pereira (secretário da Sedam), Osvaldo Pitaluga (adjunto da Sedam), Átila Lima e Silva (CODEF), Edna Maria Lopes e Ruberman Conceição (ambos sócios em uma empresa madeireira). Além disso, foram afastados de funções públicas Clóvis Valadares, Dayana Botelho, Daniela Barros, Rogério Romano, Maximiliano Varjão, Luis Henrique Pereira e Dagoberto dos Santos. As prisões são temporárias e encerram no sábado, podendo ser prorrogadas à pedido da polícia.
Os passageiros do voo
Acharam que a polícia foi “indiscreta” e poderia ter prendido o ex-assessor após o desembarque, “ação desnecessária”, disse um passageiro que testemunhou a prisão. O governador Daniel Pereira agiu rápido, e desde o início da operação exonerou todos os envolvidos.
Enquanto isso
Uma das lendas contadas por Marcos Rocha durante a campanha foi que “faria um governo para combater a corrupção porque é isso que o capitão (Jair Bolsonaro) ordenou”. A equipe de transição apresentada por ele, em parte, diz o contrário. A começar pelos líderes da equipe, os advogados Richard Campanari, Luiz Felipe Andrade e Erika Gerhardt teriam sido indicação direta de Confúcio Moura. A construtora responsável pelas obras no escritório deles, cobra na justiça o equivalente a R$ 206 mil, além do município de Porto Velho que tem uma ação de cobrança no valor de R$ 4 mil também contra os advogados. Delner Freire, coronel da Polícia Militar, responde na delegacia de crimes funcionais pelo menos duas investigações e chegou a ser denunciado pelo deputado estadual Léo Moraes, por uma série de práticas irregulares enquanto chefiava a folha de pagamento do Estado.
Mas tem mais
Caius Rodrigues de Castro Prieto responde a uma ação por erro cirúrgico de mais de R$ 700 mil e o município de Porto Velho, cobra R$ 4 mil de IPTU; Lauro Fernandes da Silva tem várias ações como brigas por Whatsapp, execuções de cobrança pelo Estado e até a Astir o processa. Ele também foi condenado em março deste ano, junto com o Estado, a pagar uma indenização de R$ 30 mil a família de um homem que ele teria matado. Segundo o relatório do voto do relator, o suspeito não obedeceu a ordem de parar sua moto. Isso provocou uma perseguição na qual foi derrubado o veículo do suposto infrator e após este está no chão, foi alvejado com um tiro no tórax, causando-lhe a morte. Por esse caso, o policial recorrente foi condenado na esfera criminal por homicídio culposo, o que alegou legítima defesa, porém o senhor morto estava desarmado.
Outros réus
Aníbal de Jesus Rodrigues responde a diversas ações civis públicas por improbidade, ações de cobrança e execuções fiscais. Fabrício da Silva Leme está sendo processado por dívida de R$ 4 mil junto à faculdade; Euclides Nocko, responde por improbidade em Santa Luzia do Oeste por supostas práticas de ílicitos penais em licitações. Esses processos, todos tramitam apenas em âmbito do Tribunal de Justiça de Rondônia. Outros nomes da lista respondem em ações na justiça federal.
A conclusão
Que se chega é que a lista de transição de Marcos Rocha é pavorosa.
Cama de gato
E em Brasília, Confúcio Moura começa a armar a cama de gato para Valdir Raupp e todos os seus desafetos dentro do MDB. O agora senador eleito deve tomar o partido no Estado nos próximos meses, e vai mudar toda a executiva, aproveitando a fragilidade das lideranças atuais. É bom o casal Raupp e Maurão de Carvalho começarem a procurar outra legenda, porque o MDB já era. Nesta quinta-feira, Confúcio mandou o recado bem claro, “o MDB precisa reencontrar suas bases, buscar novos quadros, mas para isso tem que sair do marasmo”. Leia isso assim, “o partido vai mudar para minhas mãos e as próximas lideranças serão construídas por mim”.
E no Brasil
Começa a grita pelo anúncio de extinção do Ministério do Trabalho. Para quem não sabe, entre outras atribuições o Ministério é responsável pelo Combate ao Trabalho Escravo; Combate ao Trabalho Infantil; Combate à Informalidade; Segurança e Saúde no TrabalhoPrograma de Alimentação do Trabalhador (PAT). “Há, mas isso dá pra ser feito por qualquer um”, dirão os defensores da idéia. Não dá.
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