Era uma vez o quinquênio

Por mais que se esforcem, muitos servidores, com os quais conversei, não conseguem esconder sua frustração.

Valdemir Caldas
Publicada em 28 de março de 2017 às 17:49

Se depender de alguns assessores do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, o quinquênio dos servidores municipais foi para as calendas gregas e de lá não mais voltará, apesar do esforço de vereadores como Junior Cavalcante e Ellis Regina para restabelecer o pagamento do beneficio conquistado à duras penas pela categoria ao longo de seguidos anos.

Não satisfeitos com o arrocho que vem sendo imposto à sociedade, especialmente aos que prestam serviços à máquina oficial, através de uma política econômica desumana e cruel, que privilegia uns poucos em detrimento da imensa maioria dos brasileiros, os áulicos da administração municipal só têm semeado desesperanças e aflições.

Apesar do quadro de dificuldades que atravessamos, ainda há os que creem que alcançaremos à luz no final do túnel. Difícil acreditar, sobretudo quando se observa o desnudar de absurdos que em nada se coadunam com os discursos proferidos durante a campanha eleitoral.

A extinção do quinquênio não passou de uma piada de mau gosto, consolidada numa concepção perversa e mesquinha, com a finalidade precípua de massacrar o servidor, transformando-o no bode expiatório de todas as mazelas municipais e no grande responsável pelo buraco fenomenal nas contas públicas, quando, na verdade, ele é mais uma vítima dessa engrenagem maldita.

Lamentavelmente, chegamos ao fundo do poço na questão do quinquênio, uma tremenda trairagem perpetrada contra o funcionalismo municipal, cujos reflexos se fazem sentir na queda dos índices de popularidade da autoridade de plantão, conforme recente aferição realizada pelo Instituto de Pesquisa Phoenix. E a tendência é piorar ainda mais.

Por mais que se esforcem, muitos servidores, com os quais conversei, não conseguem esconder sua frustração. Entretanto, se ele pautar suas expectativas pela postura até aqui revelada, pode colocar as barbas de molho, porque isso é só o começo de um rosário de angustias que terá de enfrentar. Como consolo, recomendo dobrar os joelhos e orar. Se possível, com os olhos voltados para o Céu, na esperança de que um milagre aconteça.

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