Está na hora de organizar o Espaço Alternativo. Antes que seja tarde

Um dos problemas, ainda, é a falta de uma área de estacionamento, que está em obras, mas não se sabe quando será concluída.

Sergio Pires
Publicada em 22 de maio de 2018 às 08:27
Está na hora de organizar o Espaço Alternativo. Antes que seja tarde

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As queixas se acumulam. Nenhuma medida é tomada, para corrigir os problemas. Pouco tempo depois de inaugurado oficialmente e entregue à  população, o Espaço Alternativo está se transformando num centro de polêmicas, porque não há, ao menos até agora, respostas e ações para que a manutenção do local respeite as regras e tenha a qualidade exigida pela população, nessa obra que teve um custo tão alto e demorou tanto tempo para ser concluída. Um dos problemas, ainda, é a falta de uma área de estacionamento, que está em obras, mas não se sabe quando será concluída. Não há banheiros públicos nem químicos, o que é uma enorme necessidade, para um local como aquele, que recebe diariamente centenas de pessoas e milhares nos fins de semana. Piora tudo quando se observa que o Espaço se transformou num mercado persa, onde um número inacreditável de vendedores ambulantes se instalou, inclusive uns brigando contra outros, pelos melhores lugares. Já houve mais de 110 vendedores, embora o numero tenha diminuído. Querem situação ainda pior? Pois, lá vai! Muitos ambulantes continuam fazendo “gatos”, pegando a energia elétrica de postes. O risco de acidentes e até mortes é real. Não há fiscalização. Não há uma só autoridade municipal ou estadual cuidando da área, exigindo que essas maluquices sejam proibidas. Do jeito que está, o Espaço Alternativo pode virar terra de ninguém. Todos os finais de semana tem algum evento, barulho, confusão, carros e motos andando em alta velocidade na pista em que eles estão autorizados; não há estrutura de apoio aos frequentadores e ali, cada um faz o que bem entende.

Dias atrás, num dos locais onde se alugam equipamentos de diversão das crianças, duas delas saíram feridas quando usavam carrinhos elétricos. O SAMU teve que ser chamado, para levar os pequenos ao hospital, pois ambos se feriram. Mesmo com o ocorrido, não se ouviu qualquer protesto dos frequentadores, nem dos pais e muito menos de alguém com autoridade, para explicar o que aconteceu e porque aconteceu. Ou seja, não existe controle e pode-se instalar por lá o que se bem  entender, sem prestar contas a ninguém. Um porto velhense exagerado chegou a dizer que teme que seja instalado um estande de tiro, com munição real, para treinamento, inclusive para crianças, dentro do Espaço. Claro que extrapolou, mas do jeito que as coisas andam... Está na hora do Governo, que fez a obra e a Prefeitura, que a recebeu, se organizarem, para que o Espaço Alternativo não acabe sendo mais uma coisa boa que Porto Velho ganhou e que, pelo abandono, se transformou num problema. E as soluções têm que ser agora. Não tem mais como empurrar com  a barriga.

O DIREITO DE PENSAR E OPINAR

Claro que não se poderia esperar elogios de pessoas ligadas ao petismo e às suas ideologias, sobre o comentário publicado nesta coluna, na edição de domingo. Era óbvia a discordância, porque são posições antagônicas, de extremidades que nunca vão se encontrar. Afora uma ou outra agressão, que superou o clima sempre saudável do diálogo (e, também sempre vindas de quem não merece o respeito de ninguém), todas as demais manifestações são justas, dentro do que acreditam quem as defendem. Não se quer aqui ser proprietário da verdade e muito menos usar esse espaço para atacar por atacar. Escreve-se aqui, com a sinceridade dos decentes, o que se pensa sobre essas ou aquelas questões. Concorde quem quiser, não concorde quem pensar diferente e, também, que procure outras leituras, dentro do seu contexto ideológico, quem achar que esse espaço não merece a sua atenção. O cronista, que milita há mais de 40 anos no jornalismo e tem a honra de não colecionar inimigos, porque considera que trata a todos com respeito e igualdade, sejam quem forem, não teme cara feia, ameaças, grosserias. Teme eventualmente cometer alguma injustiça e trata de corrigi-la tão logo possível. Mantém cada palavra do que escreveu sobre os criminosos na política. Quer que todos eles, sejam quem forem, sejam de que partidos  forem, vão para a cadeia. Mas, é claro, respeita as opiniões contrárias, embora as lamente. (Sérgio Pires)

A FALTA QUE O ODAIR FAZ!

Aliás neste lamentável contexto da má convivência entre diferentes, que existe  hoje, vale lembrar uma figura inesquecível. Odair Cordeiro faz muito falta. Não só para sua família e seus muitos amigos (incluindo-se esse cronista), mas muito, também, para essa cidade e a política local e regional, onde ele se destacou durante décadas. Como? Com uma vida decente, honrada, recheada de amigos, de gente de todas as cores partidárias, porque conciliava, conversava, aceitava o contraditório. Jamais abriu mão de suas convicções, não arrendou um milímetro da sua paixão pelo PT, partido que ajudou a fundar, mas certamente, se vivo, não aceitaria muitas das coisas como elas estão postas hoje, envolvendo o partido que ele amou, defendeu e representou com tanta dignidade, mas que mudou seus rumos, para pior. Odair faz muita falta. Sua alegria faz falta; sua gentiliza; a forma educada como debatia e, invariavelmente, vencia os debates; com o respeito que impunha; com a humildade de toda a sua vida. Pena que foi embora tão cedo, pobre quanto sempre foi, mesmo com todo o  poder que sabia ter. Seria um lenitivo, nesses tempos de fúria e de confrontos. Fazes falta, o inesquecível Odair, para todos nós, petistas e não petistas! 

UMA FEIRA DE 700 MILHÕES

Nesta quarta, abre a sétima edição da Rondônia Rural Show, o maior evento do agronegócio de Rondônia e de toda a região norte – e a oitava feira deste tipo no país – em Ji-Paraná. Para lá se desloca toda a estrutura principal do Governo, já que Daniel Pereira vai acompanhar a feira muito de perto, com todo o seu time. Na quinta, dia 24, haverá uma sessão itinerante da Assembleia Legislativa, durante a feira, proposta do deputado Laerte Gomes, acatada por seus pares. A feira é um crescente de bons negócios, de ativismo do setor, de qualificação dos produtores. Enfim, é a concentração de boas novas de um setor que é responsável por grande parte do PIB rondoniense, com suas mais de 100 mil pequenas propriedades, com grandes plantações de soja e com uma pecuária que soma, hoje, mais de 14 milhões de cabeças de gado. A  Rural Show vai até sábado e a previsão de faturamento já chega a mais de 700 milhões de reais. Nessa crise toda que o país atravessa, a feira rondoniense é uma ilha de prosperidade e crença de que, via agronegócio, podemos ir muito mais longe.

TRAGÉDIA DENTRO DAS TRAGÉDIAS

O que aconteceu na Venezuela é a tragédia dentro das tragédias. A reeleição do ditador Nícolas Maduro, numa farsa de eleição, com participação de apenas 17,5 por cento de todo o eleitorado do país; com os principais opositores proibidos de concorrer, por uma Justiça partidária, é uma pedra imensa jogada sobre as poucas esperanças de que os venezuelanos ainda poderiam ser salvos. Nem o Brasil nem a maioria dos países sul americanos; nem os principais países europeus e nem os Estados Unidos reconheceram a legitimidade da eleição, vergonhosamente preparada para que houvesse apenas o vencedor que o governo determinaria. Logico, ele mesmo, o terrível Nícolas, o Maduro. Preparemo-nos, portanto, para a chegada de uma horda de desesperados, que vão entrar pela fronteira com Roraima, precisando de ajuda, de comida, de trabalho, de dinheiro. É gente de todas as idades, alguns profissionais de grande qualificação, praticando esmolando no Brasil. Maduro e os mais de 100 mil “assistentes” cubanos vão continuar dominando o país, vampirizando o povo, destruindo tudo o que a Venezuela construiu durante toda a sua rica história. É a destruição causada pelo socialismo/comunismo.

OS COMBUSTÍVEIS PORNOGRÁFICOS

Rondônia teve pequena adesão ao movimento nacional dos caminhoneiros contra o abusivo aumento dos combustíveis no país (infelizmente, a BR 364 foi fechada novamente, na altura de Rio Pardo), que chega a registrar cinco reajustes num mesmo dia. Saíamos de um controle exagerado, com a União represando os preços para que Dilma Rousseff fosse reeleita, para uma liberalização geral, que pode acabar destruindo o sistema de transporte de cargas no país, por exemplo. Além, é claro, de se transformar num câncer, corroendo o bolso da classe média brasileira, com a gasolina chegando perto dos 5 reais o litro, ou seja, algo em torno de 1 dólar e 35 cents, mais que o dobro do que pagam os americanos para andar nos seus possantes carrões, todos eles também custando muito menos do que os vendidos no Brasil. A carga tributária sobre os combustíveis é pornográfica. Some-se isso à situação mundial, onde o preço do petróleo tem oscilado diariamente, para cima, e cria-se um quadro tenebroso, sem solução à vista. Michel Temer, do alto da sua inacreditável impopularidade, poderia se recuperar ao menos um pouco, perante o país, se tivesse iniciativa e criatividade para amenizar a situação. Mas, como seus recentes antecessores, não tem talento e nem competência para isso. Quando for, também já vai tarde!

EMANCIPAÇÃO À VISTA!

Grande expectativa para a população de três distritos de Rondônia que sonham em se tornar emancipadas há, pelo menos, mais de uma década. Extrema (que reúne Vista Alegre do Abunã, Fortaleza do Abunã e Nova Califórnia)  e Jacy Paraná, pertencentes a Porto Velho e Tarilândia, em Jaru, podem receber, enfim, a autorização para se transformarem em novos municípios. O assunto, enfim, começa a ser votado, em regime de urgência, nesta terça, na Câmara Federal. Dezenas de novas cidades podem surgir país afora, incluindo 13 novos municípios no entorno de Brasília. As comunidades rondonienses, distantes até centenas de quilômetros da sede do município de origem, vivem sob vários problemas, abandonados, sem estrutura, quando poderiam, geridos por gente sua e por sua renda, crescer e ter um desenvolvimento acima da média nacional. O risco das autorizações para criação de dezenas de novas cidades, país afora, é de que a grande maioria das localidades postulantes não têm renda nem riqueza suficientes para se autogerirem, ficando na dependência apenas de recursos federais. Felizmente não é o caso das regiões do nosso Estado que querem a emancipação.

PERGUNTINHA

O que você, que precisa andar de carro todos os dias, pensa sobre o aumento dos combustíveis, em até cinco vezes durante o mesmo dia, neste Brasil dos impostos incontroláveis?

Comentários

  • 1
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    Dalton 22/05/2018

    A situação dos Espaço Alternativo retrata grandes desafios para a sociedade local. Esse "fuzuê" é resultado de 4 grandes problemas: 1º - É resultado da crise econômico turbinada pelas políticas públicas e econômica do Temer; 2º - É resultado da ausência de políticas públicas de desenvolvimento econômico municipal e regional; 3º - É resultado da falta de outros pontos de lazer com a mesma estrutura e com o mesmo padrão urbanístico em outro pontos da cidade (consequência: toda a cidade vai para o Espaço Alternativo). 4º - É resultado da falta de atualização das normas de concessão e usos dos espaços públicos pelos microempreendedores. Em resumo, cada item uma batalha.

  • 2
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    Renato Martins Mimessi 22/05/2018

    Muito oportuno o comentário sobre o Espaço Alternativo. A falta de regulamentação do uso do espaço por vendedores e prestadores de serviços , a falta de fiscalização e de policiamento adequados, senão supridas em tempo hábil, pode transformar o público em privado, e atrair para lá todo o tipo de mazelas que deveriam ser evitadas para que a população, as famílias, continuem a usufruir, com tranquilidade e alegria, daquele local.

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