“Ética na política faz a diferença”

Os grandes partidos foram os mais severamente punidos não por serem partidos políticos, mas por suas lideranças e sua comprovada fragilidade auricular, que as impediu de ouvir a "voz rouca das ruas".

Andrey Cavalcante
Publicada em 11 de outubro de 2018 às 13:42
“Ética na política faz a diferença”

Presidente da OAB/RO, Andrey Cavalcante

Os chamados "luas pretas", que não entenderam o recado das urnas e estão até agora tentando encontrar explicação para o "fenômeno" que varreu do cenário político nacional quase todos os expoentes da chamada "velha política", as também chamadas "raposas felpudas", podem esquecer. A mensagem do eleitor pode ter sido entregue apenas agora aos destinatários. Mas a missiva foi endereçada há muito tempo, nas manifestações de protesto de 2013 e nas gigantescas mobilizações populares pró impeachment de 2016. 

Entendeu tudo errado quem imaginou ser possível embrulhar um pacote de ilusões e com ele atender ao clamor popular. Os grandes partidos foram os mais severamente punidos não por serem partidos políticos, mas por suas lideranças e sua comprovada fragilidade auricular, que as impediu de ouvir a "voz rouca das ruas". Não se aperceberam que a população clamava não por uma nova política, mas pela única forma correta, que pressupõe ética e respeito no comportamento dos representantes e dedicação exclusiva aos representados.

Quem fez a leitura correta do recado popular foi o candidato a governador de Brasília, advogado Ibaneis Rocha, ex-presidente da OAB-DF. Nascido em Brasília, filho de nordestinos, de origem humilde, ele acredita que é o momento de abraçar o povo, ouvir seus anseios, trabalhar para reduzir seu sofrimento e resgatar seus sonhos e esperanças. "Quero oferecer ao povo as oportunidades que Brasília me ofereceu" - afirma ele, absolutamente fiel aos princípios éticos defendidos pela OAB.

"Vamos fazer um governo de inclusão e de representatividade, que é uma coisa que aprendi nos meus 25 anos na advocacia. Temos que acabar com a burocracia que coloca o cidadão em uma situação de humilhação. A população precisa ter uma conexão direta com o seu governador" - disse ele, para quem a honestidade é condição básica para o sucesso de qualquer administração. De fato, a batalha da cidadania contra a corrupção é a batalha-síntese de todas as lutas que se travam em nosso país, particularmente no sentido de se implantar as bases de uma democracia que coloque a ideia de povo no lugar central da nação.

O pensamento do colega Ibaneis Rocha, brilhante advogado, coroado de êxito, ex-presidente da OAB-DF, sintetiza as esperanças e anseios da população brasiliense. Sua atitude, amplamente meritória, denota a consciência de que a crise moral na qual a política se viu mergulhada nos últimos tempos somente será mitigada quando os cidadãos de bem como ele decidirem se candidatar a cargos eletivos. Não se pode condenar a política, pilar dos ideais democráticos, pelas ações ilegais assim classificadas, pelos órgãos de investigação, pelas inúmeras denúncias contra alguns dos maiores expoentes do estrelato político nacional.

Ibaneis Rocha faz severas críticas à administração pública, mas não vê perspectiva de solução fora da política. E acrescenta que falta gestão ao DF, pois existem, sim, recursos para tirar Brasília dos problemas que enfrenta, comuns à maioria dos estados brasileiros: gastos maiores do que as receitas. “O modelo, no mínimo, está equivocado", segundo ele. Já disse aqui inúmeras vezes que o Brasil tem cura, mas é preciso que o remédio prescrito combata o mal sem matar o paciente. Ibaneis Rocha sabe que muitas críticas lhes serão dirigidas em função de sua opção partidária. Mas sabe também que qualquer mudança, para ter eficácia, tem que partir de dentro para fora, intrínseca. 

O PMDB é uma instituição historicamente comprometida com os mais elevados desígnios da natureza política do país. Não lhe podem ser imputadas as culpas atribuídas a lideranças sazonais. O PMDB contra o qual vociferam precipitada e equivocadamente os críticos - em geral na esperança de lhe abiscoitar parcelas de seu poderio institucional - é o mesmo PMDB de Ulysses Guimarães e de Tancredo Neves.

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