Eu tenho Alzheimer
O mal de Alzheimer é uma doença muito grave que faz as pessoas perderem a memória. Na maioria dos casos, a partir dos 60 anos de idade, embora haja registros de cidadãos acometidos pela patologia muito antes desse limite.
O mal de Alzheimer é uma doença muito grave que faz as pessoas perderem a memória. Na maioria dos casos, a partir dos 60 anos de idade, embora haja registros de cidadãos acometidos pela patologia muito antes desse limite. O sofrimento é muito grande e até preocupante, principalmente para familiares e amigos. No Brasil, parece que grande parte dos cidadãos sofre deste terrível mal sem nem saber. Memória é coisa rara entre muitos de nós brasileiros. Na área da política e da participação social, por exemplo, é onde mais se verifica esse inconveniente. Uma parte muito grande dos mais de 206 milhões de cidadãos deste país sofre disso e nunca procurou ajuda para sanar seus problemas. Recentemente descobri que também sofro desta patologia, embora lute sem tréguas para me livrar do incômodo. Por isso, leio, reflito e pesquiso diariamente.
Minha memória se foi já faz tempo. Talvez por isso, vivo gritando aos quatro cantos que quero Jair Bolsonaro eleito presidente do Brasil, pois ele vai representar a elite fardada e todos os anseios conservadores e reacionários. Quero intransigentemente a volta dos militares para nos governar, mesmo que a conjuntura política internacional não aceite mais este regime. Nem lembrei que o golpe dado por eles em 1964 foi urdido dentro dos quartéis só para proteger a elite e os ricos. Nem vou me recordar de que se os “milicos” tivessem sido mesmo tão bons não teriam se retirado, por vontade própria, da vida política nacional em 1985. Seria bom lembrar-se também da censura, da falta de democracia, das perseguições, dos exílios, da tortura, dos assassinatos, do DOI-CODI, da corrupção encoberta pela falta de liberdades e pelo enriquecimento de poucos.
Por causa da doença, recentemente vesti a camisa amarela da CBF, saí às ruas, bati panelas, adorei o pato da FIESP, aplaudi o golpe contra a Dilma e o PT, apoiei alegremente deputados federais, me confraternizei com senadores e defendi a família tradicional brasileira. O Alzheimer não me deixa ver também que “políticos que não são políticos” tiram férias apenas com seis meses de trabalho e nada acontece com eles. Não consigo ver aumentos imorais de impostos, aumento da gasolina, da conta de energia e de tantos outros bens só para arrecadar verbas com o objetivo de comprar voto e apoio de políticos para afastar de vez a denúncia contra o presidente da República, vergonhosamente acusado de corrupção e outros desmandos. Só consigo ver que Michel Temer, com menos de cinco por cento de apoio popular, é uma dádiva para o Brasil.
Se não for o mal de Alzheimer, eu não sei qual é o meu problema. Deve ser sonífero ou outra droga que colocam na água que bebemos. Não participo mais da política nem quero participar e, acomodado nas redes sociais, vejo tomarem todas as decisões e nada falo. Meu filho perdeu a bolsa na universidade, muitos de meus amigos perderam seus empregos, virei empregado terceirizado, abandonei o meu plano de saúde, ultimamente só ando de ônibus apesar do aumento nas passagens, nunca mais viajei de férias e sei que a vida está pior nos últimos anos, mas estranhamente continuo feliz e acho que é melhor assim, pois nossa bandeira nunca será vermelha. Embora com todos esses fatos, acredito que a vida vai melhorar. Lula, Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes, João Doria, Aécio Neves e tantos outros bons nomes que representam o novo é o que nos dá tantas esperanças. Ainda bem que leio a Veja e assisto à Globo todo dia.
*É Professor em Porto Velho.
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Comentários
1.“Quero intransigentemente a volta dos militares para nos governar, mesmo que a conjuntura política internacional não aceite mais este regime” O que a ONU falou sobre o regime do Maduro da Venezuela? O Reacionario Trump sim, esta do lado do povo e contra a ditadura socialista venezuelana. 2. “Nem lembrei que o golpe dado por eles em 1964 foi urdido dentro dos quartéis só para proteger a elite e os ricos.” 1964 não houve golpe, assim como em 2016 tambem não houve golpe. 3. “Seria bom lembrar-se também da censura, da falta de democracia, das perseguições, dos exílios, da tortura, dos assassinatos, do DOI-CODI” Depois de 1964 a polícia caçava e prendia os bandidos. Não se fazia distinção se eram ou não terroristas. Se fossem revolucionários terroristas, o Exército ou o DOPS eram informados e os presos separados. Não se há notícia de que alguma vítima do regime militar tenha sido algum trabalhador honesto ou paí de família. Todos que se dizem vítimas do regime estavam envolvidos em subversão, traição à Pátria, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e de armas, assaltos, sequestros, invasões de quartéis e bases militares, assassinatos e torturas. 4. Ainda bem que leio a Veja e assisto à Globo todo dia. Sendo que sua opnião é igual ao establishment, não há distinção nenhuma. 5. De fato você tem Alzheimer, ou prefere uma democracia mentirosa, que o povo é obrigado a votar numa urna fraudulenta. "Quem vota e como vota não conta nada; quem conta os votos é que realmente importa." Joseph Stalin
Parabéns pelo texto esta muito esclarecedor, infelizmente o povo já se acostumou a ser tratado com doentes mentais caro Professor. Tiraram Dilma para colocarem o crime organizado no poder e acabar com nossos direitos e conquistas é uma excelente troca para o crime organizado.
No caso dos membros do fã-clube de Bolsonaro, não se trata de pessoas que estão sofrendo do mal de Alzheimer. Trata-se de idosos (hoje), que à época da ditadura militar eram alienados, desinformados e não integravam qualquer círculo do mundo acadêmico. São borra-botas que viviam batendo continência aos milicos que torturavam e matavam a todos quantos discordassem das truculências da ditadura. E hoje continuam a ser desinformados, saudosos por lamber as botas de um ditador (Bolsonaro), que nunca fez nada de relevante pelo país. Notabilizou-se por ser autor de badernas no Exército e pelos discursos de cachorro louco, proferidos em seus sete mandatos improdutivos na Câmara Federal. Pobres moços.
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