Trocar o presidente de uma empresa, substituir um secretário, são atos de rotina na seara pública. Alguns passam despercebidos da opinião pública. Outros, porém, não. Por outro lado, somente a inexperiência administrativa pode supor que um mesmo grupo de direção permaneça em seus cargos durante logo tempo, a duração de um mandato, por exemplo.

Há mudanças, contudo, que precisam ser devidamente esclarecidas, principalmente quando não há motivações aparentes que justifiquem as modificações. Nesse caso, mais se impõe o dever de explicar com a clareza necessária às razões da alteração.

Apesar de não defender a permanência do advogado Breno Mendes no comando da Empresa de Desenvolvimento Urbano (Emdur), não concordo com o motivo que teria levado o prefeito de Porto Velho, doutor Hildon Chaves, a destituí-lo do posto, e dos rumores que cercam sua exoneração.

Por isso, não como parente ou amigo do exonerado, mas como cidadão, aguardo do chefe do Executivo Municipal as indispensáveis explicações. Menos ainda porque se trata da exoneração de um assessor direito do prefeito ou porque sejam conhecidos os laços de confiança reciproca que os unem. Urge deixar as coisas bastante claras, até para que se não pairem dúvidas sobre a decisão do dirigente municipal.

Segundo o jornal eletrônico Tudo Rondônia, o presidente da Emdur foi exonerado “porque publicou, em sua página no Facebook, que estava recebendo currículos de pessoas indicadas por presidentes de associações de bairros da capital, para serem contratadas, por uma empresa privada, contrariando, assim, decisão do prefeito que intenciona dispensar centenas de vigilantes que prestam serviços a órgãos públicos municipais, substituindo-os por sistema de vigilância eletrônica”.

Embora respeite a decisão do prefeito, considero banal o motivo usado para desembaraçar-se de um devoto auxiliar, mormente quando há laços de amizade que datam de longo tempo. Seja como for, porém, uma explicação precisa ser oferecida não somente à imprensa, mas a toda sociedade.