Fabricante da proxalutamida, a 'nova cloroquina', afirma que estudo de médicos bolsonaristas é fraudado

Propaganda da proxalutamida como “nova cloroquina” feita por Bolsonaro é baseada em estudo investigado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

Brasil 247
Publicada em 28 de julho de 2021 às 10:59
Fabricante da proxalutamida, a 'nova cloroquina', afirma que estudo de médicos bolsonaristas é fraudado

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Pixabay)

247 - Os estudos clínicos realizados no Amazonas por médicos bolsonaristas sobre o uso da proxalutamida, a "nova cloroquina" propagandeada por Jair Bolsonaro, foram excluídos pela fabricante da relação de pesquisas de referência apresentadas no pedido de autorização feito à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A chinesa Kintor Pharmaceutical, fabricante da proxalutamida, informou à jornalista Malu Gaspar, de O Globo, que há indícios de fraude no estudo.

A proxalutamida é um bloqueador hormonal sintético ainda em estudos no combate ao câncer de próstata e o de mama. A pesquisa bolsonarista teve apoio de um obscuro laboratório americano e uma rede privada de hospitais de Manaus e é alvo de uma investigação na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

Segundo o que os pesquisadores divulgaram na época em uma coletiva de imprensa, depois amplificada por Jair Bolsonaro dia 18 de julho, quando deixou o hospital Vila Nova Star em São Paulo, a proxalutamida teria eficácia de 92% no tratamento de pacientes graves da Covid-19. “Na ocasião, o elevado número de mortes descritas no trabalho – 141 inicialmente, mais de 200 reportadas posteriormente à Conep – suscitou na comunidade científica a suspeita de que ou os dados tivessem sido manipulados para forçar um resultado "milagroso", ou seus coordenadores teriam deixado parte expressiva dos voluntários morrerem durante a realização do estudo, já que não seria possível aferir se os óbitos em excesso ocorreram no grupo placebo ou entre os que receberam a droga”, escreveu a jornalista Gaspar.

A Kintor afirma que os dados do estado foram excluídos porque se referiam a voluntários hospitalizados, enquanto o ensaio registrado agora na Anvisa vai acompanhar pacientes ambulatoriais. Na nota com as respostas sobre o caso, a empresa ressalta que o estudo atual é "independente", sem relação com o ensaio feito em Manaus.

Além do elevado número de mortes constatado no estudo, outras inconsistências foram identificadas não só por pesquisadores, mas também pela Conep.

Segundo fontes da comissão ouvidas por Malu Gaspar, a pesquisa não poderia ter sido conduzida no Amazonas, uma vez que tinha sido registrada no Distrito Federal. Além disso, o protocolo do ensaio propunha que ele fosse voltado para pacientes de quadros leves a moderados. Mas, ao final, os resultados apresentaram dados de pacientes graves.

As inconsistências não interferiram apenas no planejamento da Kintor. Levaram também o infectologista Ricardo Shobie Diaz, da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), a desistir de coordenar um dos grupos dessa nova pesquisa. “Fui orientado a não assumir o trabalho de fase 3 porque não havia garantias de que os dados de fase 2 (no Amazonas) estavam corretos”, explicou Diaz.

Os indícios de irregularidades ainda levaram dois grandes laboratórios farmacêuticos, a Aché e a Eurofarma, a recusarem uma parceria com os autores do estudo do Amazonas para viabilizar a proxalutamida no país, como mostrou o blog em abril. As mesmas lacunas foram repercutidas pela prestigiada revista científica Science no fim de junho.

Comentários

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    Negro 29/07/2021

    Senhor Chico Bento! Você está com problemas sérios de saúde! Está pensando pelo intestino e defecando pela boca. Busque urgentemente ajuda médica! Um veterinário.

  • 2
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    JEFFERSON 29/07/2021

    vcs tem que parar com essa parcialidade senão suas informações vão cair por terra como a dona globo tá caindo respeitem o leitor, independente de ser direita, centro ou esquerda, vamos valorizar a informação de qualidade pois o povo brasileiro não se deixa mais manipular.

  • 3
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    Paulo Sérgio Gomes 29/07/2021

    É impressionante que alguém ainda perca tempo em comentar as asneiras que saem da boca do maior imbecil do Brasil: O Boso!!! Ele jamais leu um livro ou artigo que fale sobre ciência, pesquisa ou outra coisa séria. Acho que somente o Antônio Carlos Cruz Veiga consegue ser mais desinformado que o Bostonaro. A Ana também poderá entrar nessa fila de antas bisonhas.

  • 4
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    Antonio Carlos Cruz Veiga 29/07/2021

    Chegou o frio mais intenso de Rondônia, tudo culpa do Bolsonaro,esse "gelocida" ,na visão dos escribas esquerdistas deste site, simples assim

  • 5
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    Chico Bento 28/07/2021

    Triste. Como quase tudo que vem deste "prisidente" é FAKE. Só os bovinos acreditam.

  • 6
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    ana 28/07/2021

    A matéria que vocês publicaram é totalmente FALSA. A Kintor, fabricante da proxalutamida, jamais disse que o estudo feito com pacientes hospitalizados é fraudado, e sequer a blogueira Malu Gaspar disse isso no seu Blog. Os médicos pesquisadores NÃO são bolsonaristas, são cientistas sérios. Não há qualquer problema com a pesquisa realizada, que foi uma pesquisa séria, devidamente aprovada pelos órgãos competentes, conduzida obedecendo todo o rigor ético, em hospitais do Amazonas. Vocês estão baseando sua matéria em noticias que não correspondem à verdade, onde a blogueira Malu Gaspar diz ter ouvido "fontes" da Conep, que se são da conep mesmo, são criminosas, pois alem de mentiras, qualquer informação que fornecessem, seria crime (vazamento de informação sigilosa), alem de ouvir um psiquiatra, que nem pesquisador da área é, que certamente tem problemas pessoais com os pesquisadores da proxalutamida, basta ver suas redes sociais. Portanto, nenhum credibilidade também. Sugiro que voces revejam essa matéria, para não passarem por um veículo de fofocas mentirosas.

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