'Falta de saneamento tem muito a ver com educação e pobreza', afirma senador Confúcio Moura

Em discurso no Senado, parlamentar cobrou medidas urgentes para solucionar problemáticas em torno do tema

Assessoria
Publicada em 26 de outubro de 2019 às 10:49
'Falta de saneamento tem muito a ver com educação e pobreza', afirma senador Confúcio Moura

Fazendo uma correlação entre saneamento básico, educação e saúde com a moradia, o senador Confúcio Moura usou a Tribuna do Senado Federal na sexta-feira (25) para chamar a atenção dos colegas parlamentares no sentido de tomar medidas urgentes em relação à problemática que, segundo ele, gira em torno dos temas, especialmente na região Norte e Nordeste.

Em seu discurso, Confúcio Moura comparou o país à um casarão imenso, que conforme ressaltou, está mal arrumado, mas que pode ser reconstruído por meio das reformas que estão sendo discutidas para posterior aprovação do Senado.

Entre as reformas, ele citou a da Previdência e outras que estão em andamento como a do Saneamento, que já passou pelo Senado com alguns ajustes.  Na opinião do senador de Rondônia, as condições dos esgotos que correm à céu aberto nas ruas das cidades, exalando mau cheiro, têm muito a ver com educação, e além disso, mostra que, onde não tem saneamento, há pobreza.

“As cidades que não tem saneamento não têm dinheiro. Então, é cidade pobre. Consequentemente, o rendimento escolar é menor, e o nível de adoecimento é maior. E isso tem muito a ver a falta de água tratada, falta de esgoto sanitário e o rendimento escolar”, salientou.

Argumentando sua fala, o senador citou que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Jornal O Estado de São Paulo, têm apontado insistentemente o drama do saneamento brasileiro.

“Nós temos um Plano Nacional de Saneamento, e haveria a universalização dele em 2030. E 2030 está chegando, faltam apenas dez anos. Pela falta de dinheiro que a gente está vendo, não tem jeito de avançar. Estamos aí, investindo no Brasil cerca de 10 bilhões em Saneamento Básico, e isso é insignificante para a grandeza da nossa necessidade”, frisou, complementando que, no ritmo em que está, o Brasil não alcançará a universalização do serviço previsto para 2060.

Paradoxo

Citando ainda dados da CNI, que de acordo com ele, também apontam que os investimentos têm diminuído ano a ano, especialmente nos estados do Norte e Nordeste, Confúcio Moura, disse que a arrecadação das Companhias de Saneamento tem sido exclusivamente para pagar salários altos.

“Olha o paradoxo: os funcionários dessas companhias de saneamento, ao longo do tempo, pela força dos seus Sindicatos, foram incorporando salários e benefícios elevados. Mas não têm dinheiro para investir. Mal para comprar os produtos químicos, cloro e outros produtos para o tratamento da água”, denunciou, acrescentando que o dinheiro está concentrado em poucas mãos.

Bom e mau exemplo

Citando os índices de Franca, São Paulo que tem 100% de Saneamento Público e 99,8% de esgoto como referência brasileira, o senador salientou a importância da saúde pública com esgoto e água para reduzir gastos.

Ele mencionou também os dados do Instituto Terra Brasil que mostram que, de 2007 a 2015 Franca teve apenas 460 internações por diarreia, e fez o contraponto com uma cidade da Amazônia onde, segundo ele, no mesmo período, o número de internações por diarreia foi de 36.447.

R$ 600 milhões perdidos

O senador também lembrou que no Governo Ivo Cassol, Rondônia, recebeu R$ 600 milhões em recursos para água, esgoto através do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento. Os recursos foram alocados para o esgoto sanitário de Porto Velho pelo então governador que o antecedeu, ex-senador Ivo Cassol, que fez a licitação e deu ordem de serviço.

De acordo com Confúcio Moura, a empresa Belo Horizonte, vencedora do certamente começou o serviço, mas a questão burocrática da relação com a Caixa Econômica Federal chegou ao Tribunal de Contas através de uma denúncia de um vereador da capital do estado, e a licitação foi cancelada e a obra paralisada.

Ao assumir o Governo, o hoje senador Confúcio Moura lembrou que teve que começar do zero. Fez vários projetos básicos, termos de referência, mas todos eram devolvidos pela Caixa Econômica. Somente dois anos depois, chegou a ganhar um consórcio, aprovado pela Caixa, mas cancelado pelo Tribunal de Contas. Tentou o RDC Integrado, aprovado pela Caixa e pelo Tribunal de Contas, mas não pelo Ministro da época, Valmir Campelo.

“O que eu fiz? Sabe de uma coisa? Pensei. Eu vou é devolver esse dinheiro, eu vou aí devolver esse dinheiro porque senão eu vou sair daqui é preso por causa dessa zorra desse dinheiro maldito aqui dentro do Estado. Com 16 anos, dois Governadores eleitos e reeleitos não deram conta de tocar essa ‘piciroca’ dessa obra de esgoto! E pronto, devolvi o dinheiro. Dei uma de Pilatos. Todo mundo vai é de água mesmo de poço e de cisterna no fundo da casa”, disse, atribuindo ao Tribunal de Contas, a responsabilidade do estado não ter esgoto na capital.

“Ele é o único responsável pela insensatez. Poderia fazer a revisão de projeto, corrigir planilhas, mandar os bons técnicos que tem e muito bem pagos para ajudar e não devolvermos R$600 milhões que estavam na conta. Mas não”, relatou, acrescentando que, hoje os governadores e prefeitos deixam de fazer projetos com o mesmo medo de ser preso ou punido.

“E é por isso que o Brasil está desse jeito. Mas precisamos arrumar a casa, porque muitos de nós que viemos de cidades do interior, e conhecemos as necessidades essenciais do nosso povo, que perpassam nessa correlação entre Saneamento Básico, educação e saúde”, resumiu.

Comentários

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    Carlos Santos 28/10/2019

    Confúcio é bom nas palavras, menos nas ações. Quando foi governador porque não reestruturou a Caerd? Porque não tirou a presidente desta empresa, toda enrolada em corrupção? Não só Porto Velho, mas outros municípios receberam verba para o saneamento, porque não fizeram as obras nos outros já que em Porto Velho parece que tem uma cabeça morta enterrada por aqui? Enquanto senador, o que está fazendo além de discursar da tribuna?

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    Marcos Britto 28/10/2019

    O pior Governador,para os funcionários públicos de Rondônia, quando deveria fazer,não o fez...blá blá blá, é o que ouvíamos,o único Governador em que todos os funcionários públicos fizeram greve,inclusive a polícia militar,e só não ouve um massacre de policiais,porque ou bom senso,dos irmãos policiais,de todas as categorias🤔

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    Carlson Lima 27/10/2019

    Esse foi pior que o Cassol, um atraso para Rondônia. GVM é um daqueles que grudam nos ovos do patrão kkkkk

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    Wilson 27/10/2019

    O cara teve 8 anos pra fazer alguma coisa em saneamento, dinheiro em caixa e não conseguiu nem licitar a obra, Rondônia perdeu os recursos por incompetência dessa coisa, e agora vem falar besteira, e ainda tem puxa saco pra elogiar.

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    Altemir Roque 26/10/2019

    Senador Confúcio, temos um judiciário caro, um legislativo caro e quase inútil, um stf absolutamente inútil, uma lei de abuso de autoridade que será uma verdadeira impunidade, uma aberração não aceitar prisão em segunda instância, uma reforma da previdência que transformara o brasil em um país de velhos pobres miseraveis daqui 20 anos e uma reforma política que todos queremos para acabar com vice presidente, vice governador, vice prefeito que não servem para nada, acabar com acessor parlamentar que nunca deveria existir. Tem mais, os maiores ladrões do país são pessoas educadas, nível superior. Então deixe de hipocrisia e faça alguma coisa util, por exemplo aprovar prisão em segunda instância, mudar a lei da impunidade chamada abuso de autoridade. Que educação resolve nossos problemas é mito, já viu política sem escolaridade? A situação do país é culpa deles, sua, nossa, da sociedade que não renova os políticos etc

  • 6
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    GVM 26/10/2019

    Melhor governo que Rondônia já teve. Tirou Rondônia do analógico para colocar no rumo tecnológico. Hoje Rondônia está modernizado em razão da sua gestão.

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