Felicidade no ambiente de trabalho e comunicação não violenta para liderança são temas de palestras no Encontro Estadual da Magistratura

O ministrante lembrou que a maior parte da existência do indivíduo se dá no ambiente de trabalho

Assessoria de Comunicação Institucional com informações da Emeron
Publicada em 14 de outubro de 2019 às 08:47
Felicidade no ambiente de trabalho e comunicação não violenta para liderança são temas de palestras no Encontro Estadual da Magistratura

Na manhã da última sexta-feira, 11, o Poder Judiciário de Rondônia (PJRO), por meio da Corregedoria Geral da Justiça, deu continuidade à programação do Encontro Estadual da Magistratura, iniciado na noite de quinta-feira, com duas palestras. A primeira, ministrada pelo psicólogo Rossandro Klinjey discorreu sobre “Felicidade no Trabalho e os Motivos para se Motivar no Serviço Público”, e a segunda, proferida pela mediadora Cristina Rafaela, sobre “Liderança e o Uso da Comunicação não violenta”.

Primeiro palestrante do dia, o psicólogo Rossandro Klinjey afirmou que o atual ambiente de trabalho é adoecedor e que existem três grandes fatores que o tornam assim: excesso de trabalho, conflitos no ambiente de trabalho e conflitos internos. Dentre os três pontos, para o ministrante, o mais nocivo e comum são os conflitos internos (traumas, medos, ressentimentos) apresentados pelos trabalhadores. Ele pontua que, o ser humano, por natureza, é um indivíduo conflitivo, mas que “algumas pessoas não conseguem conceber o mundo e ocupar espaço sem ser pelo conflito”. Um dos exemplos citados por Klinjey é a imposição de autoridade, que algumas vezes ganha contornos de assédio moral. “A minha autoridade não vem da forma de impor, mas do lugar que eu estou. Não preciso marcar de forma corrosiva e tóxica o meu lugar. Se faço isso, é porque eu ainda não tenho consciência desse lugar que estou ocupando”, exemplificou.

Para Rossandro, o ambiente de trabalho tem refletido as mudanças sociais em que o processo de aprender a conhecer/fazer, se sobrepôs ao aprender a conviver e o aprender a ser. Com os adventos tecnológicos e científicos, o aprender a conhecer se desenvolveu muito, mas a convivência e o ser ficaram relegados, o que resulta nas dificuldades que as pessoas tem de se relacionar umas com as outras, convivendo com opiniões e estilos de vidas diferentes e, até mesmo, de lidar com suas próprias questões internas. “Nem sempre conhecimento intelectual se traduz em maturidade emocional, temos pessoas com um conhecimento vasto, mas que não conseguem gerir seus próprios conflitos internos e ressoa no outro algo que é apenas dela”.

O ministrante lembrou que a maior parte da existência do indivíduo se dá no ambiente de trabalho. “Então temos que tentar trazer uma convivência harmoniosa e com diminuição do conflito. No fundo, todo esse estado demonstra que a gente tá cansado. Que a gente quer fazer o que faz com mais qualidade de vida”. Ele ressaltou, usando o judiciário como exemplo, que, ao diminuir o conflito interno e externo a entrega é maior para a sociedade que precisa de justiça. Rossandro encerrou a palestra afirmando que cada um precisa se fazer responsável para que se chegue ao patamar de pacificação. “É preciso entender que não é porque eu estou em um bom lugar no estado de bem estar que está tudo resolvido. Eu não posso resolver o sistema todo, mas posso fazer a minha parte não dando importância ao que não tem importância e evitando gerar novos conflitos”.

Em seguida, a mediadora Cristina Rafaela apresentou o conceito de comunicação não violenta e como ela impacta na liderança. Cristina trouxe o papel do líder como o influenciador do resultado e da produtividade do trabalho da equipe. Apresentando pesquisas recentes que apontam a inteligência emocional como uma das principais tendências para o profissional do futuro, questionou o modelo atual de trabalho, em que “quando a gente entra na empresa, deixa a emoção na porta, do lado de fora”.

Cristina também trouxe um conceito apresentado por Marshall Rosemberg, criador do método comunicativo Comunicação Não-Violenta, de que o ambiente mais violento existente é o institucional, exatamente por ignorar as emoções daqueles que o frequentam. Em seguida, mostrou uma pesquisa feita com mais de dois milhões de trabalhadores do mundo todo e que registra apenas 13% dos trabalhadores pesquisados com o sentimento de se sentirem engajados em seus locais de trabalho. Dentre os fatores apontados para a desmotivação estão: não se sentem ouvidas, falta de comunicação aberta e franca, pouco diálogo com os colegas e com superiores, superiores ignoram suas expectativas, falta de interesse sincero pelos seus problemas e falta de reconhecimento

A ministrante ressalta que nesse cenário a empatia torna-se essencial para que o líder crie conexões e se comunique com seus colaboradores. “Sentir empatia não é suficiente, é preciso comunicar, se questionar: qual é a minha parte do engajamento da equipe?”. Por fim, Cristina Rafaela apresentou os quatro passos para a comunicação não violenta: observar (o que eu vejo?), sentimentos (como me sinto ao observar a ação), necessidade (quais as necessidades ligadas ao sentimento) e o pedido (um pedido claro e específico pra sanar o problema).

As atividades do Encontro continuam, com as palestras “Nova Tecnologias e as Novas Competências para o Exercício da Magistratura” e “Magistratura: Empreendedorismo, Inovação e Tendências”.

Winz

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