Feninfra: 'Puxadinhos e privilégios na Reforma Tributária causam preocupação'

Presidente da federação, Vivien Suruagy, diz que resultado será a quebra de empresas e mais desemprego; carga tributária dos serviços pode subir em média 11 %

Assessoria/Feninfra
Publicada em 11 de abril de 2023 às 15:08
Feninfra: 'Puxadinhos e privilégios na Reforma Tributária causam preocupação'

Vivien Mello Suruagy, presidente da Feninfra

A Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra) manifesta grande preocupação com a Reforma Tributária. A entidade é contrária a medidas que privilegiam setores como a indústria ou estabeleçam exceções apenas para alguns segmentos. O resultado, segundo a presidente da Feninfra, Vivien Mello Suruagy, será o fechamento de empresas e desemprego.

“Não entendemos como o governo, tão preocupado com as causas sociais, apoie medidas que causam desemprego e quebram empresas, deixando famílias desamparadas, caso a reforma seja feita da forma como está sendo colocada”, afirma a dirigente. “O mais correto seria discutir um modelo que, de fato, aprimorasse o sistema e reduzisse a carga de impostos para todos. Mas, puxadinhos estão sendo feitos para dar cobertura às pressões no Congresso, com as alíquotas de exceção. Quem tiver mais força para fazer pressão leva”, alerta.

O Grupo de Trabalho (GT) da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados discute a possibilidade de uma alíquota única de exceção para cinco setores, segundo informações da imprensa e de alguns membros do Congresso e do Governo: educação, saúde, agroindústria, transporte urbano coletivo e transporte de cargas.

A presidente da Feninfra acrescenta que a Reforma Tributária reduzirá os impostos para indústria, enquanto o setor de serviços de telecomunicações teria um aumento médio 11% em sua taxação, de acordo com a proposta de Reforma Tributária, ao estabelecer alíquota única (IVA) de 25% como resultado da fusão de tributos federais, estaduais e municipais.

“É certo que a carga tributária brasileira é excessiva e que deve ser reduzida. Mas, qual seria o sentido de privilegiar a indústria, que é responsável por somente 23,9% do PIB brasileiro e tem 21,2% de participação nos empregos formais do País? Já o setor de serviços, por outro lado, é responsável por cerca de 70% do PIB e representa 65% dos empregos”, enfatiza.

Vivien Suruagy lembra que, dentre as 10 maiores empregadoras brasileiras, três são de teleatendimento. “Não há sentido que o setor de serviços de telecomunicações seja prejudicado fortemente com a reforma, colocando-se em risco o emprego desses trabalhadores. Não existe novo amanhã sem conectividade e não existe conectividade sem trabalhadores. E, com a Reforma Tributária do jeito que se apresenta, não haverá empregos e nem sustentabilidade das empresas” finaliza.
 

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