Filme "Flores do Cárcere", sobre as ex-detentas da cadeia de Santos (SP), ganha lançamento digital no Dia Internacional da Mulher
Dirigido por Barbara Cunha e Paulo Caldas, documentário lançado com apoio da Spcine, é baseado no livro de Flavia Ribeiro de Castro; além de participar de festivais internacionais, também foi exibido na Mostra Internacional de São Paulo e no FestRio em 2019
No filme, egressas retornaram à cadeia Pública Feminina de Santos (SP) depois de 12 anos / Crédito: Barbara Cunha
O filme "Flores do Cárcere", dirigido por Barbara Cunha e Paulo Caldas, sobre as ex-detentas da Cadeia Pública Feminina de Santos (SP), ganha lançamento digital no próximo dia 8 de março, data em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher. O documentário, lançado com apoio da Spcine e contemplado com o edital de distribuição em 2019, terá estreia exclusiva no NOW. "Estamos felizes e orgulhosos com a parceria com a Spcine, cujo edital nos dá condições de fazermos um lançamento digital histórico deste filme tão importante", afirma Igor Kupstas, diretor da O2 Play, distribuidora do filme.
Já no dia 18 de março, "Flores do Cárcere" chegará também às demais plataformas digitais (Vivo, iTunes, Google Play, Youtube Filmes e Looke).
Em um país onde mais de 42 mil mulheres estão encarceradas, o documentário aborda o tema com histórias reais que retratam e denunciam o cenário desolador do sistema carcerário. Narrado pelas próprias egressas, "Flores do Cárcere" mostra os motivos que as levaram ao encarceramento e ainda, em um segundo momento, como foi a vida após o cumprimento de suas penas, e os preconceitos e dificuldades ao tentarem se reinserir socialmente. "O Dia Internacional da Mulher é uma data em prol da igualdade e emancipação das mulheres. É emblemático lançarmos o filme nesta data. O encarceramento feminino representa um produto de dois fatores de opressão: o patriarcado e o cárcere, onde a brutalidade que essas mulheres vivenciaram lá dentro é apenas reflexo da violência que existe nas demais esferas sociais aqui fora. O filme Flores do Cárcere não pretende criticar um sistema carcerário notoriamente problemático, mas propõe um olhar para a mulher com respeito e empatia", avalia a diretora Barbara Cunha.
Preconceito e desafios: "Flores do Cárcere" conta como as mulheres retratadas no filme reconstruíram a vida após deixarem a cadeia / Crédito: Barbara Cunha
Livro inspirou filme
Com depoimentos e cenas reais de arquivos gravados durante um trabalho social realizado por Flavia Ribeiro de Castro na cadeia de Santos em 2005, o filme é inspirado no livro homônimo "Flores do Cárcere" lançado em 2011 por Flavia, e que conta parte de sua experiência durante esse trabalho. "O filme é uma oportunidade única de jogar luz e emoção em um assunto muito importante e ainda
desconhecido: as causas e as consequências do encarceramento de mulheres", comenta a autora.
Na época das filmagens, a equipe conseguiu autorização para que pudesse realizar as entrevistas dentro da Cadeia Pública Feminina de Santos, desativada para reformas. Doze anos depois, Ana Pérola, Charlene, Dani, Mel, Rosa e Xakila retornaram aos espaços que antes dividiam com centenas de outras detentas. A emoção das mulheres, protagonistas de "Flores do Cárcere", conduz o público para dentro da vida de cada uma das personagens.
O documentário é uma produção da Academia de Filmes e Monalisa Produtores Associados. "Não é a primeira vez em minha trajetória profissional que adentro presídio e cadeias, mas foi chocante perceber as diferenças de dois sistemas prisionais (feminino e masculino). Conhecer a realidade dessas mulheres foi transformador na minha própria evolução enquanto sujeito. Propomos no filme que, ao invés de estigmatizar e desumanizar essas mulheres, olhemos para suas trajetórias, nos responsabilizando por desigualdades históricas. Só assim poderemos transformar a sociedade, sendo indubitavelmente justos e igualmente livres", comenta o diretor Paulo Caldas.
"Flores do Cárcere" foi exibido em 2019 na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no Festival do Rio. Já em 2020 passou pelo Festival de Cinema Brasileiro de Paris, Los Angeles Brazilian Film Festival, FESTin Lisboa (onde recebeu menção honrosa) e pelo Festival de Trancoso.
"Flores do Cárcere" recebeu menção honrosa no FESTin Lisboa 2020 / Crédito: Barbara Cunha
Sinopse
Ana Pérola, Charlene, Dani, Mel, Rosa e Xakila são egressas da Cadeia Pública Feminina de Santos. Doze anos depois, retornam ao espaço prisional, hoje abandonado, revisitando a antiga experiência e refletindo sobre o encarceramento feminino, as questões relativas à autoestima e à reinserção na sociedade.
Ficha Técnica
Produção Academia de Filmes e Monalisa Produtores Associados
Direção e Roteiro Barbara Cunha e Paulo Caldas
Produtores Paulo Schmidt, Patrick Goffaux
Direção de Fotografia Renato Stockler
Som Direto Jeymes Cabala
Trilha Sonora Mateus Alves
Desenho de Som e Mixagem Nicolau Domingues
Montagem Heloisa Kato, Vânia Debs
Cor Julia Bisilliat
Finalização Thais Barcelos
Distribuição O2 Play
"Flores do Cárcere" estreia dia 8 de março no NOW / Crédito: Barbara Cunha
Sobre a diretora
Seus projetos autorais giram em torno do feminino, da imagem do corpo, suas transformações, conquistas, limitações, medos e cicatrizes. Muitos deles buscam entender o lugar da mulher contemporânea na sociedade.
Produtora Executiva: Lua (2011), Saudade (2017), Game Over (Caio D’Andrea e Carlos Nocia, 2018/2019).
Diretora Assistente: Espírito da Luta (canal Combate), Saudade (canal Arte 1). Dirigiu e roteirizou os filmes: A Ostra e o Mar (2017), Borboletas e Sereias (2018), Menina Noiva (2018/2019) Dirige as séries: Borboletas e Sereias (EBC / 2018), Cinéticas (2018) Terroir Brasil, Comida É Arte (Box Brazil / 2018).
Sobre o diretor
Paulo Caldas é diretor, roteirista e produtor. Seus projetos autorais buscam romper com a fronteira entre ficção e documentário. Muitos deles são filmes com pano de fundo político-social. Outros buscam entender o lugar do estrangeiro numa realidade inóspita.
Nascido na Paraíba, iniciou sua carreira em Pernambuco com curtas-metragens. Em 1981, dirigiu e escreveu seu primeiro trabalho: Frustrações. Fez sete curtas, entre eles: Mais no Capibaribe (1983), Nem Tudo São Flores (1985), Chá (1987) e Ópera Cólera (1992). Dirigiu e roteirizou os filmes: Baile Perfumado, Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas, Deserto Feliz, País do Desejo, Lua, Saudade, Sertão Mar. Dirigiu os telefimes: Quintal do Semba (Angola), Sons da Bahia (GNT). É coroteirista dos filmes: Cinema Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, e AquaMovie, de Lírio Ferreira. Paulo também escreveu roteiros para conteúdo televisivo infantil tal como a série Borboleta e Sereias, com Bárbara Cunha e Vanessa Fort, e os roteiros para o documentário gastronômico da série Comida É Arte: Terroir Brasil, em parceria com Giovanni Soares.
Sobre a Academia de Filmes
A Academia de Filmes é uma produtora brasileira independente que há 24 anos produz conteúdo de entretenimento, cultura, interatividade e publicidade para todas as telas do Brasil e do exterior. Entre as obras cinematográficas produzidas, estão: "Flores do Cárcere" (2019) de Paulo Caldas e Bárbara Cunha (2019), "Legalize já", de Gustavo Bonafé, Johnny Araújo, "Eu Te Levo" (2017), de Marcelo Müller; "Amanhã Nunca Mais" (2011), de Tadeu Jungle; "Natimorto" (2009), de Paulo Machline, "Cabeça a Prêmio" (2009), de Marco Ricca, "Titãs - a Vida até Parece uma Festa" (2008), de Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves, as coproduções "Elis" e "Infância Clandestina", de Benjamín Ávila.
Algumas produções para a TV são: "Batalha Makers Brasil" (2019), "Natália" (2018), "Futuros Campeões" (2018), "Espírito da Luta" (2017), "Amor em 4 Atos" (2011), entre outros.
Sobre a Monalisa Produtores Associados
Monalisa Produtores Associados foi criada em 2016 pelo publicitário Patrick Goffaux e pela socioeducadora Flavia Ribeiro de Castro com o objetivo de gerar conteúdo de qualidade e relevância para nossa sociedade, com atuação focada no mercado do audiovisual. Seu modelo de negócio prioriza o investimento em aquisição de direitos exclusivos de obras literárias e o desenvolvimento do projeto de adaptação para cinema, TV ou internet, em parceria com outras produtoras do mercado.
Sobre a distribuidora O2 Play
A O2 Play é dirigida por Igor Kupstas sob a tutela de Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes, e faz parte do grupo O2, que tem como sócios também o cineasta Fernando Meirelles e a produtora Andrea Barata Ribeiro. Em atividade desde 2013, a O2 Play se diferencia das demais distribuidoras por trabalhar além do cinema, TV e vendas internacionais, o VOD (Video on Demand), como uma distribuidora digital. Para mais informações acesse https://www.o2play.com.br/
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