Fratura no fêmur: Quebrou por que caiu ou caiu por que quebrou?

90% das fraturas de fêmur na região do quadril ou “bacia” ocorrem em pacientes acima de 65 anos

Carlos Henrique Angelo – Blog do CHA
Publicada em 07 de março de 2024 às 15:31
Fratura no fêmur: Quebrou por que caiu ou caiu por que quebrou?

“As pessoas precisam entender que, em grande parte das vezes, a fratura do fêmur ou quadril em idosos não é causada por uma queda. Em muitos casos é a queda que acontece em função da fratura, causada pela osteoporose”.  A informação, do médico Tiago Barnabé (“Clínica Bem Viver – Medicina Integrativa”), esclarece: porque pequenas quedas, dentro de casa, que os traumatologistas chamam de “baixa energia” (tropeção em tapete, escorregão, pisada em falso), podem ter efeitos assim tão surpreendentes e devastadores?

Até há pouco tempo, tais fraturas eram consideradas verdadeiras sentenças de morte. Mesmo nos dias atuais, média de um em cada quatro idosos morre dentro de um ano após a fratura. E os ortopedistas advertem: 90% das fraturas de fêmur na região do quadril ocorrem em pacientes acima de 65 anos. Isso é então conseqüência natural do envelhecimento, certo? Errado! A idade realmente favorece a osteopenia, condição pré-clínica que sugere a perda gradual de massa óssea e resistência dos ossos.

Mas o que realmente compromete a busca de solução é o conformismo, ou o “é assim mesmo”. É o que explica o brilhante Eduardo Giannetti em seu livro “Autoengano”, de 1988: “O fulcro do autoengano não está no esforço de cada um em parecer o que não é. Ele reside na capacidade que temos de sentir e de acreditar de boa-fé que somos o que não somos”, diz Giannetti. Pior é que você somente se apercebe disso algum tempo depois que decide agir, para atacar aquilo que decorre exatamente do que você não fez, de seu imobilismo ou conformismo.

Há pouco mais de seis meses, aos 72 anos, por recomendação do Dr. Tiago Barnabé e indicação de meu amigo Lito Casara, me inscrevi no Studio Funcional Pilates, que agrega pilates e musculação. Só então percebi que precisava disso desesperadamente. Graças à atenção e extrema competência da orientadora e personal trainer Maria Neiry. Antes disso, imaginava natural o cansaço permanente, indisposição e sonolência. “Coisa de velho” – imaginava. Pois não era! Mas só descobri depois que mudei de atitude em relação à velhice, que definitivamente não precisa ser aquela fase da vida na qual o sujeito deixa de trabalhar para começar a dar trabalho.

Não é possível evitar o envelhecimento. Mas ninguém precisa aguardar a fatalidade sentado na poltrona da sala. Os acidentes traumáticos estão relacionados à perda de qualidade óssea causada pela osteoporose, e à perda de força, equilíbrio e coordenação que acontecem no envelhecimento. Isto provoca quedas e fraturas do quadril. Ou fraturas e quedas. Tiago Barnabé adota uma postura realmente inovadora na prevenção. Ele prescreve o tratamento das causas, não dos efeitos dos problemas que levam o cliente a procurar o médico.

“A Medicina Integrativa pode ser definida – explica Tiago - como uma prática médica que se preocupa em oferecer um tratamento não apenas à doença, mas ao paciente como um todo. Todos os impactos da vida do paciente são levados em consideração durante o tratamento, por isso, eles reconhecem não apenas sintomas, mas situações estressantes, alimentação, e outros aspectos”. E uma das primeiras providências é recomendar a prática de exercícios físicos, o que eu, pessoalmente, adotei com a contratação do estúdio “Funcional Pilates” – rua Jornalista Euro Tourinho (antiga Guiana), ao lago do Buraco do Candiru.

O pilates permite uma grande variedade de movimentos, que em geral são realizados no solo, ou em aparelhos, que em sua maioria possuem molas que podem ser utilizadas para gerar resistência ou facilitar o movimento.  Com isso, minimiza-se o desgaste articular e associado ao menor número de repetições e maior variedade de movimentos, para favorecer força, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, controle postural e mecânica respiratória. O desenvolvimento do trabalho permite a incorporação paulatina da musculação, que fortalece a proteção à composição óssea e auxiliam na redução de perda óssea. O organismo humano, afinal, costuma abandonar aquilo que não usa, se é que me faço entender...

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