Gastos inúteis

De outro modo, a gastança de dinheiro público com viagens desnecessárias para atender políticos e autoridades, no Brasil, é mais antiga que o Código de Hamurabi

Valdemir Caldas
Publicada em 29 de outubro de 2021 às 17:37
Gastos inúteis

Dois vereadores de uma câmara municipal do interior do Estado de Rondônia resolveram comprar uma briga com o prefeito da cidade, que, segundo eles, estaria abusando do pagamento de diárias a servidores de uma secretaria. Criticar os atos administrativos desse ou daquele gestor público quando ele, eventualmente, decide meter os pés pelas mãos, é um direito de todo cidadão, assegurado em Lei, porém, não basta apenas criticar. Paralelo a isso, é preciso levar o caso ao conhecimento do Ministério Público, que é o órgão competente para apurá-lo e, consequentemente, propor as medidas judiciais cabíveis. 

De outro modo, a gastança de dinheiro público com viagens desnecessárias para atender políticos e autoridades, no Brasil, é mais antiga que o Código de Hamurabi. Os dados são incontestáveis. Outra verba pública bastante incinerada por alguns políticos é a de combustível. O que teve de parlamentar viajando no pico da pandemia da covid-19 não é brincadeira, contrariando, inclusive, as recomendações das autoridades sanitárias, que ainda hoje defendem o uso de máscara, o isolamento físico e o distanciamento social, como meios para conter o avanço do vírus. 

No caso da verba de combustível, até onde se sabe, o reembolso ocorre mediante a apresentação de notas fiscais correspondentes ao produto adquirido. Apenas isso. Não precisa de mais nada. O cidadão pode encher o tanque do carro e, de quebra, abastecer o carro da mulher, do filho, do cunhado, e até da sogra, que o bobo do contribuinte continuará pegando tranquilamente, sem reclamar. O que fica no ar, contudo, é a procedência do gasto, pois arranjar um desses documentos num país dado aos jeitinhos não é tarefa difícil. Complicado, mesmo, é saber quanto cada um gasta. Não quero dizer com isso, contudo, que todos os políticos recorram a esse tipo de embuste. Não é nada disso. Há exceções. Pouquíssimas, mas elas existem. Não é justo, porém, colocar todo mundo no mesmo saco de gatos. A recomendação aos que se sentem prejudicados por atos praticados por gestores públicos é que procurem os órgãos competentes, pois só criticar, comprovadamente, não vai resolver o problema.

Comentários

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    edgard feitosa 29/10/2021

    A CLASSE OCIOSA, MALANDRA E CORRUPTA DOS POLÍTICOS (DE TODOS OS PARTIDOS) VIVEM NABABESCAMENTE DO DINHEIRO PÚBLICO SEM PRODUZIR ABSOLUTAMENTE NADA DE ÚTIL AO PAÍS; TRANSFORMARAM A POLÍTICA EM PROFISSÃO ALTAMENTE RENDOSA PLENA DE PRIVILÉGIOS, SÃO OS SENHORES DA CASA GRANDE; TODOS SE LOCUPLETAM COM AS "EMENDAS PARLAMENTARES"; PODEM ENFIAR DINHEIRO NO RABO E NADA LHES ACONTECE, CONTINUAM LIVRES, LEVES E SOLTOS (SÃO PROTEGIDOS PELA IMUNIDADE PARLAMENTAR); COMO SE TUDO ISSO AINDA É POUCO RECEBEM BILHÕES PARA O "FUNDO ELEITORAL"; NO BRASIL SÓ HÁ DUAS MANEIRAS DE ENRIQUECER: ENTRAR PARA A POLÍTICA (TER ACESSO AOS COFRES PÚBLICOS), OU CRIAR UMA IGREJA EVANGÉLICA (RECEBER DÍZIMOS DAS OVELHAS); ENQUANTO ISSO TEMOS 15 MILHÕES DE DESEMPREGADOS E OUTROS DISPUTANDO COMIDA NOS LIXÕES; E OS POLÍTICOS???? CÍNICOS E DEMAGÓGICOS ARQUITETANDO AS PRÓXIMAS ELEIÇOES, PARA CONTINUAREM POR CIMA DA CARNE SECA, E A SENZALA PAGANDO O ALTO CUSTO DOS OCIOSOS DA CASA GRANDE!!!!

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