Para os que gostariam de vê-lo pelas costas, bem longe do processo eleitoral de outubro próximo, o governador de Rondônia, Confúcio Moura, rendeu-se às evidências. Vai mesmo entregar o comando do Estado ao vice Daniel Pereira e mergulhar de cabeça na campanha eleitoral para o senado da República.

A notícia causou um tremendo estrago no arraial do MDB, deixando correligionários e simpatizantes do senador Valdir Raupp em polvorosa. Vai faltar Lexotan nas farmácias de Porto Velho. Se já era difícil a possibilidade de Raupp emplacar a reeleição por conta das graves denúncias que lhe pesam sobre os ombros, agora, com o anúncio da pré-candidatura de Confúcio e a possibilidade de o prefeito de Ji Paraná, Jesualdo Pires (PSB), entrar no páreo, com o apoio do senador Acir Gurgacz e Daniel Pereira, a situação ficou ainda pior.

Errou, redondamente, quem apostou que o vazamento do conteúdo de um áudio clandestino comprometeria de morte a imagem do governador, a ponto de tirá-lo da disputa eleitoral. Para alguns, pegou muito mal. Para outros, porém, Confúcio saiu de vítima, embora o episódio tenha exalado um odor desagradável no ar. Nada, evidentemente, capaz de macular a biografia de Confúcio e, consequentemente, sua campanha para o senado.

Como todos os mortais, o governador Confúcio Moura tem defeitos, e muitos. Entre eles, porém, não se inclui a covardia, como ficou evidente em sua decisão. Talvez por isso, e também pela sua competência, testada e comprovada, ele foi eleito e reeleito para governar Rondônia. E, pelo andar da carruagem, tudo indica que vai carimbar o passaporte para Brasília.