Governo de Rondônia envia mil comprimidos de Cloroquina para tratar pacientes infectados pelo Coronavirus no Cone Sul

Entidades científicas dizem que droga não tem eficácia; aliados de Bolsonaro defendem liberação

Da redação/ Folha do Sul
Publicada em 18 de maio de 2020 às 18:27
Governo de Rondônia envia mil comprimidos de Cloroquina para tratar pacientes infectados pelo Coronavirus no Cone Sul

O Governo de Rondônia enviou, para a Gerência Regional de Saúde, em Vilhena, um lote de mil comprimidos de Cloroquina 150mg, destinados a abastecer as unidades de saúde do Cone Sul, incluindo estabelecimentos privados. Eles serão utilizados para tratar pacientes confirmados como portadores da Covid-19 e que estejam internados.
 
Junto com o produto, foram disponibilizados documentos para embasar o uso da droga, que só poderá ser ministrada com o consentimento, por escrito, do paciente que estiver sendo tratado. O médico responsável pela aplicação também terá que assinar o documento (VEJA DOCUMENTOS NAS FOTOS SECUNDÁRIAS).
 
De acordo com Sérgio Mattos, gerente regional de Saúde, dois lotes foram liberados para os hospitais Regional e Bom Jesus, em Vilhena. Cada tratamento consome de 18 a 20 cápsulas. O restante do material enviado ficará armazenado e será repassado à unidades de saúde, conforme a demanda.
 
Pelo protocolo atual do Ministério da Saúde, apenas doentes em estado grave devem receber a Cloroquina em estabelecimentos públicos. Mas, ela não está proibida e, mesmo pessoas em quadro inicial da doença podem ser tratadas com o comprimido, se médico e paciente assim decidirem.
 
POLÊMICA
A Cloroquina vem sendo motivo de intensos debates nas redes sociais. A substância teria sido a causa da demissão de dois ministros da Saúde, que se recusaram a mudar o protocolo de aplicação dela, conforme defende o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele propõe a mudança do protocolo para que todos os pacientes infectados pelo Coronavirus tenham direito de receber o tratamento, mesmo na fase inicial da doença.
 
Entidades científicas afirmam, com base em estudos, que o medicamento não tem eficácia no tratamento da Covid-19. Em entrevista publicada ontem pelo jornal Folha de São Paulo, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, denuncia que o uso da Cloroquina em pacientes com o Coronavirus pode acelerar mortes provocadas por problemas cardíacos.
 
Já os aliados de Bolsonaro, que defendem a utilização da droga, citam vários episódios em que ela deu bons resultados, incluindo casos de médicos paulistas de hospitais-referência, que venceram o Coronavirus usando o produto.
 
Nas redes sociais, bolsonaristas também lembram que a Cloroquina é usada em Rondônia há mais de 50 anos, para tratar de pessoas com malária. E citam que não houve danos à saúde, provocados pela substância, que era comprada em farmácias sem receita médica.

Comentários

  • 1
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    CIDADÃO 18/05/2020

    AGORA ALÉM DE POLÍTICOS, ELES QUEREM SER MÉDICOS, CIENTISTAS, A MOLÉSTIA DOS CACHORROS..MAIS UM QUE LAMBE AS BOTAS DO BOSTONARO.....O CASO É: BOSTONARO QUER AJUDAR A UM AMIGO DELE QUE É FABRICANTE DESSE REMÉDIO, DAÍ O DESESPERO PARA QUE ELE IMPUNHA O WALKIN DEAD EX- MISNISTRO DA SAÚDE ASSINAR A IMPREMENTAÇÃO DESSE REMÉDIO , QUE PREFERIU PEDIR DEMISSÃO A COLOCAR SEU DIPLOMA NO LIXO.

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