Governo Marcos Rocha gasta R$ 26 milhões por ano em propaganda enganosa e controle da imprensa em Rondônia
O caso da morte da criança no Cosme e Damião, por falta de medicamento, tornou-se um símbolo trágico de uma gestão que prioriza publicidade enganosa em vez de políticas públicas efetivas

Em meados de junho deste ano, Isabella Sophia Araújo Damazio, de 10 anos, teve um fim trágico no Hospital Infantil Cosme e Damião porque faltou remédio, como admitiu a própria secretária de Saúde. Mas dinheiro para publicidade não falta no Governo do Coronel marcos Rocha
PORTO VELHO (RO) – O Governo de Rondônia, sob a gestão do coronel Marcos Rocha (União Brasil), destina anualmente R$ 26.674.219,00 dos cofres públicos para bancar uma máquina publicitária que, além de propagar informações distorcidas, serve para silenciar a imprensa e maquiar o fracasso da administração estadual. A cifra milionária é aplicada em campanhas de propaganda que exaltam feitos inexistentes, especialmente nas áreas mais críticas, como saúde, infraestrutura e educação.
Por trás da operação está a Agência Nacional, empresa contratada fora do Estado, responsável por operacionalizar os chamados PIs (Pedidos de Inserção). Esses documentos contêm os valores a serem pagos, a descrição das campanhas e os prazos de veiculação nos veículos de comunicação. O controle é exercido de forma centralizada pela Superintendência de Comunicação (Secom), comandada por Rosângela Aparecida da Silva, ex-funcionária da Rede Amazônica (afiliada da Rede Globo), em conjunto com a Casa Civil, sob a liderança de Eliaz Rezende.
Controle político da mídia e favorecimento seletivo
Apesar de alegar critérios técnicos para a distribuição da verba publicitária, o Governo não consegue justificar pagamentos vultosos a sites pouco conhecidos ou sem histórico jornalístico, que, por sua vez, reproduzem fielmente os conteúdos oficiais. Enquanto isso, jornais, portais e emissoras com décadas de credibilidade são penalizados por publicarem críticas legítimas à administração.
O sistema, segundo denúncias do setor, premia veículos alinhados com o Palácio Rio Madeira – incluindo rádios e emissoras de TV cujos proprietários mantêm relações próximas com o governador – e pune com cortes de repasses os que exercem jornalismo independente. A ingerência política é tamanha que valores e contratos são ajustados com base em afinidade política, e não no alcance ou relevância do meio de comunicação.
Propaganda milionária para esconder tragédias
A destinação de R$ 26 milhões anuais à publicidade contrasta com o colapso da rede pública de saúde, onde faltam insumos básicos, medicamentos e infraestrutura mínima. A recente morte de uma criança no Hospital Infantil Cosme e Damião por falta de medicamento escancarou o abismo entre a realidade vivida pela população e a versão propagandeada pelo governo.
Mesmo diante de um sistema hospitalar precário, como o do João Paulo II, apontado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO) como superlotado, insalubre e com equipamentos parados, a Secom divulga, com tom triunfalista, que a unidade passa pela “maior reforma de sua história” – algo desmentido por fiscalizações semanais do próprio TCE.
Mentiras patrocinadas com dinheiro público
De acordo com dados oficiais, a Secom gasta R$ 2,2 milhões por mês em propaganda – valor que não inclui ações pontuais adicionais ou reajustes em ano eleitoral. Os recursos saem do Tesouro Estadual e deveriam ser aplicados em áreas essenciais. No entanto, o contribuinte rondoniense é obrigado a financiar campanhas mal produzidas e descoladas da realidade, que têm como objetivo central preservar a imagem do governador e manter o controle narrativo da gestão.
A situação torna-se ainda mais grave diante da omissão de órgãos de controle, como o Tribunal de Contas e o Ministério Público, que não têm agido com o rigor necessário diante da utilização de verbas públicas para manipular a opinião pública e criar uma ilusão de governo eficiente.
População enganada, imprensa amordaçada
A propaganda oficial insiste em repetir slogans sobre progresso e melhorias, mas a realidade nos hospitais, escolas, estradas e bairros periféricos é de abandono e precariedade. Com a comunicação institucional transformada em ferramenta de manipulação, a população é mantida desinformada e a imprensa, em grande parte, cooptada.
O caso da morte de Isabella Sophia Araújo Damazio, de 10 anos, no Cosme e Damião, por falta de um remédio, tornou-se um símbolo trágico de uma gestão que prioriza publicidade enganosa em vez de políticas públicas efetivas. O uso de mais de R$ 26 milhões por ano em propaganda para camuflar o fracasso do governo Marcos Rocha é uma afronta direta à população e um grave sintoma do desvio de finalidade na administração estadual.
Enquanto faltam medicamentos, médicos e infraestrutura básica nos hospitais, o Governo de Rondônia investe cifras milionárias para maquiar seus próprios erros. A comunicação oficial tornou-se um instrumento de propaganda política, e o controle da imprensa, uma prática sistemática financiada com o dinheiro do contribuinte. O que era para ser um governo voltado à eficiência e transparência, tornou-se, na prática, um esquema de manipulação midiática financiado pelo erário.
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