Governo tenta impor candidato para garrotear ALE

O batalhão brancaleone arregimentado pelo coronel governador para auxiliar na área política faz uma trapalhada atrás da outra.

ROBSON OLIVEIRA
Publicada em 15 de janeiro de 2019 às 12:03
Governo tenta impor candidato para garrotear ALE

NOVIÇO – Não há um registro na literatura política em que um poder tente fazer ingerência no outro sem que haja rusgas e com um final desastroso para um deles. O atual Governo de Rondônia está querendo impor um candidato à presidência da Assembleia Legislativa com o objetivo de garrotear o Poder Legislativo.

BRANCALEONE - O batalhão brancaleone arregimentado pelo coronel governador para auxiliar na área política faz uma trapalhada atrás da outra. Ao anunciar, através do segundo na hierarquia governamental, que tem candidato à presidência da Assembleia Legislativa, o governo entra numa seara pantanosa e pode se afogar. Na política, embora que em reservado haja intromissão nessas disputas, os chefes dos executivos publicamente costumam disfarçar e negar interesse em se imiscuir nas decisões internas dos legislativos. Com o batalhão que arregimentou, o final dessa intromissão é possível mensurar.

MOITA – Embora o nome do militar recém-eleito deputado estadual Eyder Brasil seja cogitado para ser ungido pelas ornas governamentais para presidir o legislativo estadual, na moita, de forma dissimulada, o nome preferido do Palácio Madeira para assumir a direção da ALE é o deputado Lebrão (PMDB). O pemedebista não é um noviço, mas ao acionar o chefe brancaleone para conseguir os apoios necessários dá sinais que desaprendeu o ofício.

EMBUSTE – As ameaças que andam sendo feitas por aí contra a autonomia dos parlamentares em escolher livremente a nova mesa diretora são feitas por quem não é do ramo e não passam de embustes. As suspeitas que foram divulgadas de grampos nos telefones dos deputados confirmam também outras de que os patetas chegaram ao paraíso. Até um lawyer, aprendiz de feiticeiro, se achou no direito de ameaçar e colocar grilhões nos parlamentares. Aos embusteiros, as favas, já que brioches estão em falta.

GRUPO – Há outros três pretendentes a presidência da ALE, todos com mais de um mandato, que não caíram na esparrela de beijar mão do chefe do Executivo estadual e tentam viabilizar seus nomes convencendo os próprios pares: Jean Oliveira, Alex Redano e Laerte Gomes. Mesmo os três almejando o mesmo posto, pactuaram que o que arregimentar mais apoio recebe a adesão dos outros.  

AMEAÇAS – Quem orienta sua excelência o coronel governador em ameaçar os profissionais da imprensa que escrevem livremente as respectivas opiniões sem medo nem temor, a exemplo desta coluna, perde tempo. Este filme já vimos recentemente e, nem por isto, os jornalistas se amedrontaram.

LEVIATÃ - O coronel tem todo direito de não gostar do que escrevem sobre seu governo e pode buscar reparação no poder Judiciário quando houver excessos, conforme prescreve a constituição, mas ameaçar colocar as estruturas governamentais contra a liberdade de expressão vira presa fácil para quem não tem medo de escrever, já que não há nada em governo algum que não vaze. Ademais, jornalista que se preza não se curva às ameaças nem bate à porta do leviatã para pedir arrego.

INVASÃO – Pelos ânimos eleitorais e a influência do agronegócio na campanha, inclusive nos estados, as invasões criminosas às reservas indígenas e ambientais era só questão de tempo. A notícia de que em Rondônia as reservas estão sendo alvo da cobiça do setor vegetal que trabalha à margem da lei não surpreende ninguém. O que causa surpresa é o silêncio das instituições que deveriam agir com rapidez para evitar as invasões. Os ânimos apontam dias tenebrosos para o meio ambiente e para os nossos brasileiros índios. (...) “O que preocupa é o silêncio dos bons”, já profetizava Martin Luther King.

TRANSPORTES – Como a municipalidade da capital ainda não pôs em prática todas os compromissos assumidos em juízo em dezembro passado para solucionar os gargalos dos transportes coletivos, gerando um déficit enorme ao sistema, é possível que o setor paralise suas atividades antes que entre em insolvência.

DIAGNÓSTICO – Um parecer técnico e bem elaborado pela Logitrans, empresa com expertise na área, de Curitiba, foi entregue à municipalidade com um diagnóstico preciso e que aponta algumas recomendações que necessitam ser colocadas em prática imediatamente antes que o sistema entre em colapso de vez.

PROPOSTAS – A Semtran tem que adotar medidas imediatas para evitar o caos, entre elas, aplicar o complemento do custo passageiro, ajustar produção quilométrica dos serviços através da adequação da oferta e demanda de cada faixa horária, ajuste em períodos de férias, isenção da carga tributária, revisão de gratuidades que foram concedidas sem critérios concretos e isenção do ICMS do óleo diesel. São propostas exequíveis que evitam que o problema continue se avolumando, do contrário, testemunharemos o caos.

LETARGIA - A empresa SIM, dentro das suas competências, tem alertado a municipalidade e aguarda ações concretas para as soluções desses problemas. O nó está na Semtran que não faz corretamente sua parte. Um novo secretário deve ser anunciado para a pasta, mas até a posse é possível que seja tarde a adoção das medidas pela letargia com que as decisões administrativas têm sido tomadas pelos secretários da prefeitura da capital.

VIOLÊNCIA - A população está assustada com os altos índices de violência registrados no país, o que reflete nas pesquisas de opinião feitas por aí que apontam pelo endurecimento da legislação penal. No entanto, o número enorme de oficiais que estão sendo arregimentados para assumir outras áreas da administração pública diversa da segurança podem agravar esses índices. 

INTROSPECÇÃO: "Água mole em pedra dura tanto bate a até que fura"... 

Comentários

  • 1
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    O GUARDIÃO 15/01/2019

    Não é a toa que o mister Coronel está colocando milicos em postos estratégicos, justamente para criar dossiês fanta contra os adversários. Este filme já passou em tempos não muito longínquos. Se fizerem uma investigação profunda se verá de onde (qual o quartel) saíram as tais ameaças.

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