Há 33 anos era um outro país e uma outra história. Não está na hora de revermos nossa constituição

Mas, é claro, não é a população quem decide essas coisas. São “eles”!

Sérgio Pires
Publicada em 27 de setembro de 2021 às 08:59
Há 33 anos era um outro país e uma outra história. Não está na hora de revermos nossa constituição

Dentro de nove dias chegaremos ao 5 de outubro. Há 33 aos atrás, em 1988, com grande festa, o Brasil ganhava uma nova Constituição. Tudo com muita alegria, muito discurso, com comemorações que marcavam, definitivamente, o fim dos tempos nebulosos do regime militar, encerrado então três anos antes. Era a volta da democracia, das eleições livres, junto com a anistia ampla, geral e irrestrita, decretada no último governo de um militar, o general João Figueiredo. Ainda hoje, mais de três décadas depois, faltam detalhes em alguns das centenas de artigos e dispositivos da Lei Magna a serem votados. Ela já foi emendada 105 vezes. Entre 1987 e 1988, foram 19 meses de trabalho da Constituinte, que teve a participação de representantes de Rondônia, nove deputados federais (Arnaldo Martins, Assis Canuto, Chagas Neto, Expedito Júnior, José Guedes, Francisco Sales, José Viana, Raquel Cândido e Rita Furtado), junto com os senadores Olavo Pires, Odacir Soares e Ronaldo Aragão. até que fossem definidos os 245 artigos e mais de 1.600 dispositivos, vários, ainda hoje, sem terem sido regulamentados. Produzida um ano antes da queda do Muro de Berlim, quando o comunismo e o socialismo começaram a decair na maior parte do mundo, restando algumas exceções (que, aliás, acabaram por incentivar a volta, com alguma força, do esquerdismo no mundo), nossa Constituição tentou moldar o país com todas as frequências ideológicas. Foi, para aquele momento, uma boa Constituição. Teve muitas virtudes e também defeitos, mas ao menos deu um rumo ao país, que saía de um confronto ideológico muito forte, quando as forças militares conseguiram impedir a revolução comunista, que pretendia implantar a ditadura do proletariado no Brasil, usando como exemplos os regimes da então União Soviética e da China.

Há quem ache que, mesmo bem intencionada, a “Constituição Cidadã” de 1988 ficou longe de retratar um Brasil justo e igualitário para todos. Dando superpoderes ao Executivo, ao Legislativo e ao Judiciário, ela teria esquecido que a Nação tem milhões de pessoas e não apenas o pequeno grupo que decide, que manda mesmo e que, eventualmente, se digladia entre si, causando grandes prejuízos à Nação. Há estudiosos que dizem que a crise institucional de hoje já poderia ser prevista há décadas atrás, quando nossa Constituição foi promulgada pelo inesquecível Ulysses Guimarães, pela forma com que concentrou poder, benesses e praticamente todas as decisões, em um grupo que, hoje, seja ele de que filosofia política for, se agarra ao poder e dele não desgruda, não importa o que isso custe ao restante do país. A verdade é que a Constituição foi feita para aquele momento e para o Brasil, que saía de um confronto entre forças antagônicas. E é verdade também que está na hora de revermos muitas coisas, porque a História é outra e, claro, o Brasil é muito diferente do que era no final dos anos 80. Portanto, uma nova e moderna Constituição seria muito positiva para o país. Mas, é claro, não é a população quem decide essas coisas. São “eles”!

UMA MULHER PODEROSA ESTARIA DE OLHO NO PALÁCIO RIO MADEIRA/CPA?

Um Palácio do Governo com tons cor de rosa? Obviamente, é elucubração, apenas. Ao menos por enquanto. Embora todas as negativas oficiais, o nome da poderosa e atuante primeira dama de Porto Velho, Ieda Chaves, tem sido ouvido cada vez mais nos bastidores, como um dos que poderá disputar a eleição do ano que vem. Nos últimos dias, fontes que merecem crédito andaram comentando, sempre sem o aval da própria Ieda, que ela é um nome que não pode ser descartado, na relação dos que têm potencial para disputar o Governo do Estado. Dona Ieda, nos últimos tempos, tem sido presença constante na linha de frente das importantes ações da Prefeitura, comandada por seu marido, o prefeito Hildon Chaves. O trabalho dela na área social, por exemplo, só tem crescido. Os encontros com populações de várias áreas, incluindo ações presenciais importantes nos distritos, colocam a primeira dama rondoniense como personagem da linha de frente da nossa política. Recentemente, numa entrevista ao programa Papo de Redação, com os cada vez mais famosos Dinossauros do Rádio (Parecis FM – 98.1, de segunda a sexta, meio-dia às 14 horas), Ieda Chaves afirmou que disputar uma eleição no ano que vem, não estava nos seus planos. Mas, pelo que se ouve nos bastidores, tem gente demais tentando convencê-la a mudar de ideia...

COMO AJUSTAR TODAS AS LIDERANÇAS TUCANAS E SEUS INTERESSES PARA 2022?

Enquanto o próprio Hildon ainda não definiu seus caminhos para 2022 (pode disputar o Governo, o Senado ou uma cadeira à Câmara Federal), nenhuma   possibilidade deve ser descartada. O que eventualmente pode parecer caminhar para o definitivo, como seria o afastamento político do bom de voto Expedito Júnior do grupo tucano, num futuro próximo, até isso pode mudar novamente. A questão é que faltam muitas definições, ainda. Além do que Hildon está pensando sobre seu futuro político, depois de chegar ao final de seis anos de governo municipal, com ações que estão mudando a cara da Capital para bem melhor, é como se ajeitarão no mesmo cesto, nomes como o dele mesmo; o de Expedito Júnior; o de Mariana Carvalho e do irmão dela, o jovem vice-prefeito Maurício Carvalho. Maurício, aliás, deve ser o Prefeito por dois anos, caso Hildon saia para concorrer. E mais: inclua-se aí a popularidade cada vez maior de Ieda Chaves. São muitas lideranças com grande potencial, para poucos espaços a todos. As costuras continuam sendo feitas nos bastidores. Conversas, de vez em quando alguns pratos quebrados, novas reuniões, novos projetos. A essência do problema é que o tempo está voando e a hora das decisões definitivas se aproxima cada vez mais. Em meados do início do 2022 que está chegando, tudo terá que estar ajustado. Estará?

INVASORES AMEAÇAM POLÍCIA E ACABAM SENDO MORTOS, NA TROCA DE TIROS

Alguns invasores de terra, querendo tomar para si, na marra, propriedades de vários tamanhos na área rural de Rondônia, certamente andam vivendo num mundo de sonhos, imaginando que eles são as pessoas de bem e os policiais são os bandidos. Muitos desses membros de grupos, que estão levando o terror para o campo, acabam sendo mortos, quando fazem tocaias contra policiais, atiram contra eles e depois, seus amigos e familiares vão “denunciar as atrocidades policiais”. Há algumas semanas atrás, três desses marginais, que receberam à bala um grupo de policiais, foram mortos. Nesta quinta, na Ponta do Abunã, outro confronto. Pelo menos três membros de grupos de invasores de terra foram descobertos, escondidos, com armas apontadas contra policiais. Houve troca de tiros e dois foram mortos. O outro foi ferido. A polícia apenas tem se defendido. Ao menos não se tem mais notícias de mortes de policiais, como o caso que está completando um ano, quando dois PMs foram brutalmente assassinados por sem-terra.

ALÍVIO NO SISTEMA HOSPITALAR, POUCAS MORTES, MAIS VACINAS: A PANDEMIA REGRIDE

O susto da chegada da cepa indiana, com 35 casos já confirmados até o final de semana, foi a única má notícia (afora, é claro, os óbitos), nesta última semana de setembro, em Rondônia, quando se analisa a situação da pandemia em nosso Estado. De sábado passado, dia 18, até a tarde deste sábado, registraram-se números ainda preocupantes, mas muito alentadores. Para se ter ideia, nossos hospitais, que tiveram, no pico da doença, 1.050 pacientes internados e outros 170 na lista de espera para leitos comuns e de UTIs, chegaram a registrar, no meio desta semana, apenas 63 doentes, poucos deles nos leitos de terapia intensiva. Mesmo assim, não se pode deixar de registrar, com imensa tristeza, um total de oito mortes, entre os dois sábados. Vidas perdidas que deixaram em desespero muitas famílias. Mas, sobre o ponto de vista da pandemia, esta estatística mudou muito. Chegamos a ter, no pico da doença, mais de 60 mortes num só dia. Agora, dos oito dias analisados, em quatro deles não houve sequer um óbito. Chegamos a ter centenas de novos casos em 24 horas, no auge da doença. Nesta semana, foram 506. Enfim, tudo isso se deve, certamente, à vacinação em massa, com a parceria do Ministério da Saúde, da Sesau e dos municípios, que estão melhorando os índices vacinados. Caminhamos para termos aplicado 1 milhão e 700 mil vacinas, das mais de 2 milhões e 200 já recebidas. Na sexta, aliás, chegaram mais 71 mil doses. O vírus ainda preocupa, mas já assusta menos...

O ESTADO NO COMBATE À FOME: VOLTA DO RESTAURANTE POPULAR E A COMIDA A 2 REAIS SÃO DESTAQUES

Outra primeira dama também tem o que comemorar. Luana Rocha, que também é secretária de Ação Social no governo do marido, o governador Marcos Rocha, registrou, nos últimos dias, grandes resultados dos programas que implantou, beneficiando milhares de rondonienses, entre os mais carentes da nossa população. Há alguns dias, uma primeira conquista importante: a decisão de recomeçar as obras do Restaurante Popular Prato Cheio, abandonado há longo tempo. Localizado na zona leste, um dos redutos onde a população é mais pobre, o restaurante, em alguns meses, vai voltar a servir comida a preços populares. A meta é atender pelo menos 33 mil pessoas, por semana, quando o restaurante popular reabrir. Agora, Luana Rocha traz outra notícia importante: o programa Prato Fácil, outro projeto que está dando certo e que, em três meses, serviu quase 85 mil refeições, beneficiando mais de 60 mil pessoas, entre as famílias carentes que são atendidas. O programa, em parceria com cinco restaurantes da cidade que se credenciaram, serve refeições a 2 reais para o público, enquanto a Secretaria de Ação Social banca os outros 12 reais. Afora isso, programas de transferência de renda, de apoio às mamães recentes e futuras mamães, entre outros, têm colocado a ação social do governo rondoniense em outro patamar, como diria Bruno Henrique, aquele craque do Flamengo!

QUE OS DESCEREBRADOS NÃO SE ENGANEM: POLICIAL NÃO VAI ACEITAR OFENSAS DE NINGUÉM!

Para alguns descerebrados, a campanha criminosa feita por alguns veículos da grande imprensa, contra as forças policiais, deu resultado. Imaginando que os homens e mulheres da lei vão abaixar a cabeça, ao serem ofendidos, alguns idiotas acabam passando vergonha, são presos e levados até uma Delegacia, para responderem pela falta de respeito com a farda ou com a insígnia, quando se trata de policial civil. Os exemplos são diários, país afora. Por aqui também há registros seguidos de ocorrências em que, algumas pessoas, se achando acima da lei e imaginando que, com a campanha solerte de parte da imprensa, podem dizer o que quiserem às autoridades da lei, acabam passando vergonha, são detidas, às vezes algemadas, porque reagem e depois têm que dar explicações na Justiça. Essa semana aconteceu de novo, num bar da zona leste. PMs foram chamados para checar uma suspeita de alguém armado no local. Ao chegarem, encontraram dois homens e uma mulher suspeitos. Os três começaram a ser revistados, mas a mulher reagiu com fúria, inclusive chamando os policiais de lixo, de “lisos” e de que eles deveriam arrumar alguma coisa séria para fazer. Não deu outra. Os homens foram liberados, mas a mulher furiosa foi se acalmar na Delegacia.

A GUERRA DE BUGIOS CONTINUA NO SENADO FEDERAL, SEMPRE COM RENAN CALHEIROS E SUA VILANIA

No Rio Grande do Sul, todos sabem o que é uma guerra de bugios. É um tipo de macaco que, quando briga, joga fezes no seu adversário. Foi mais uma guerra de bugios o que aconteceu esta semana, no Senado Federal. Mais cenas dantescas, mais cenas de envergonhar o país, envolvendo, como sempre, o desesperado Renan Calheiros, hoje, sem dúvida, considerado por grande parte dos brasileiros como um dos grandes vilões que a política nacional já criou. Nesta semana, ele atacou covardemente o presidente Bolsonaro, seu governo e seus aliados, como o empresário Luciana Hang, dono das lojas Havan. Foi interpelado pelo senador governista Jorginho Mello, que o chamou de “ladrão”, “picareta” e “vagabundo”, entre outros impropérios. Renan atacou seu colega de Senado, taxando-o de picareta e puxa-saco do governo, enquanto Jorginho o mandava para os quintos dos infernos. Renan retrucou: “"Vá vossa excelência, com o seu Presidente e o Luciano Hang”, o empresário aliado de Bolsonaro. A tréplica de Jorginho: “"Vá lavar a boca para falar do Luciano Hang, um empresário decente, um homem honrado". E assim segue a CPI do Circo, com a vilania de Renan Calheiros se destacando.

PERGUNTINHA

O ex-ministro Sérgio Moro decide, em breve, se será ou não candidato à Presidência da República pelo Podemos. Você votaria nele, o famoso juiz que é considerado o melhor nome de uma terceira via, contra os dois líderes das pesquisas, Jair Bolsonaro e Lula?

Comentários

  • 1
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    Gilzelia Pereira 28/09/2021

    Sérgio Pires atingiu o limite da invencibilidade nesta matéria

  • 2
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    Paulo Sérgio Gomes 27/09/2021

    Alguém aí arrume uma terceira mão para o maior defensor do bolsonarismo em RO. Uma está comprometida, segurando o escroto do boso. A outra, segura com firmeza os ovos do sonegador-mor do país, o minúsculo luciano hang. E agora, depois de uma folga, os cuevos do Moro estão balançando diante dos olhos cúpidos do bosomínion, mas falta-lhe uma terceira mão... Falei, você poderia ajudar...

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