Hildon – quase dois anos e nada
São quase dois anos de uma administração que até agora não conseguiu definir rumos e perde-se na indecisão. Não avança. Em vez disso, retrocede. E o prefeito, com todo o respeito, parece completamente perdido, ora fala demais, ora simplesmente parece que não sabe o que está falando.
(*) Valdemir Caldas
A sensação é de que não valeu a pena. Tanto esforço, tanto empenho, tanta luta, e para quê? Simplesmente para nada. Porto Velho continua descendo a ladeira, e cada vez mais rápido. A situação por que passa a saúde municipal mostra como o governo Hildon Chaves está aturdido em meio a um tiroteio de incompetência, sem saber para onde correr. O município não compra uma agulha sem passar pelo crivo da Superintendência Municipal de Licitações (SML) e da Superintendência de Gestão dos Gastos Públicos (SGP), duas inutilidades criadas para dar mais celeridade à compra de produtos e serviços por parte do poder executivo, mas o pessoal não consegue licitar uma simples caixa de Dipirona, para aliviar a dor de quem passa horas a fio esperando atendimento numa unidade de saúde. Há oito meses uma máquina da prefeitura está parada no distrito de Vista Alegre do Abunã por falta de um rolamento.
A esperança foi para o espaço e já se observa certa inquietação de segmentos da população sobre a administração do doutor Hildon Chaves. A impressão é de, em 2019, continuaremos descendo a ladeira, como um caminhão sem freios. Não se espante se começarem a circular pela cidade adesivos com mensagens do tipo: “Fora Hildon!”. Isso seria deprimente, sobretudo para alguém que chegou ao palácio Tancredo Neves pilotando quase cento e cinquenta mil votos de pessoas que acreditaram numa mudança real nos destino do município e da sua gente mais sofrida. Temos um governo ético, disse um áulico palaciano. Mas só isso não basta. É preciso conciliar ética com competência.
São quase dois anos de uma administração que até agora não conseguiu definir rumos e perde-se na indecisão. Não avança. Em vez disso, retrocede. E o prefeito, com todo o respeito, parece completamente perdido, ora fala demais, ora simplesmente parece que não sabe o que está falando. Já trocou de secretário em quase todas as pastas e a máquina continua emperrada, revelando a face extremamente frágil e dúbia de sua administração. Os servidores públicos, coitados, que acreditaram em dias melhores, simplesmente foram esquecidos num canto qualquer, de uma repartição qualquer, sem nenhuma perspectiva, irremediavelmente expostos e sem defesa diante da escalada inflacionária, que transforma sua remuneração em fumaça. É com essa realidade que estamos nos preparando para vencer mais um ano, com a graça de Deus, e encarar 2019, com uma administração que não contabilizou nenhum êxito. Como sempre, a corda arrebenta do lado mais fraco, ou seja, do lado da população.
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