Homem-bomba: a culpa é do Gonet

"O Procurador-Geral da República está brincando com fogo"

Fonte: Marconi Moura de Lima Burum - Publicada em 16 de novembro de 2024 às 13:20

Homem-bomba: a culpa é do Gonet

Paulo Gonet e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil I Divulgação )

O Brasil é um país em dívida permanente com a sua história. Ou por medo vergonhoso de nossas lideranças, ou por sua intencional leviandade, nunca fazemos a Justiça de Transição[1]. Nunca punimos a aristocracia deste País por sua cruenta e longeva escravização (e genocídio) da população negra e indígena. Jamais fizemos pelo menos “cara feia” jurídico-política para os militares assassinos e torturadores da Ditadura Militar. E o máximo que estamos dando conta em relação ao enfrentamento dos bolsonaristas-fascistas da cúpula é gritar: “sem anistia”! Na prática, ninguém de poder político ou econômico sofreu qualquer sanção por seus crimes exaustivos e repetitivos contra a humanidade (seu recorte, no território pátrio).

No histórico dia 13 de novembro de 2024, vimos pela primeira vez um homem-bomba “se” explodir na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Brasil. Muito semelhante a extremismos que assistimos na tevê em outros países que sofrem com as ameaças de terrorismo típico, um ser de coração e mente ruins chamado Francisco Wanderley Luiz atentou contra a Suprema Corte do Brasil e ameaçou lideranças representantes dos três poderes da República. Falamos de um bolsonarista raiz que foi estimulado por todas as forças que brotam no manancial podre denominado Jair Messias Bolsonaro. Sim, este sujeito, como um rio que corre em nosso território (na cognição de milhões de brasileiros), prega diariamente o ódio e estimula atendados contra a democracia e contra a vida de seus adversários políticos. 

E a culpa de Bolsanaro ainda estar solto sem pagar pelos seus crimes e motivar em suas lives, entrevistas, textos[2] e comícios seus seguidores a destruírem a democracia é de Paulo Gonet. O Procurador-Geral da República está brincando com fogo. Ao não propor a Ação Penal da qual somente este único ser humano na face da Terra é titular (competente) para fazê-lo, Gonet simplesmente “autoriza” (sensação de impunidade) que os bolsonaristas continuem a destruir as instituições e a integridade da República.

Fica o alerta: ou você, Gonet, sai de cima do muro, assume a sua obrigação de fazer pela sociedade o que ninguém mais pode fazer; ou você oferece a denúncia contra Jair Bolsonaro, ou você será o “homem-bomba” da última gota de democracia que nos sobrou.

[1] Sobre Justiça de Transição, baixe o livro que explica em detalhes o que vem a ser este conceito. O PDF pode ser acessado em: https://www.ihu.unisinos.br/images/ihu/2024/03_gifs/direito-achado-na-rua-vol-7_pdf_compressed.pdf.Ou por este link: https://odireitoachadonarua.blogspot.com/p/publicacoes.html.

[2] Parece uma infeliz coincidência, mas a única vez que Bolsonaro defendeu incisivamente a democracia foi 3 dias antes do homem-bomba atentar contra os poderes da República. No dia 10 de novembro, o jornal que também já defendeu a Ditadura Militar (nos anos de chumbo), a Folha de S. Paulo, resolveu abrir suas páginas para um ilegítimo (criminoso) e falacioso (mente que nem sente) sujeito. No dia 13 de novembro, o seguidor de Bolsonaro arremessa as bombas contra o STF.

Se eu acreditasse em teoria da conspiração, diria que o artigo de Bolsonaro para a Folha não passou de um álibi para algo que, no submundo de suas redes sociais, ele já soubera que ocorreria 3 dias depois. Mas isso é somente uma coincidência.

Marconi Moura de Lima Burum

Mestre em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB, abraçado às epistemologias do Direito Achado na Rua; pós-graduado em Direito Público e graduado em Letras. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. No Brasil 247, inscreve questões ao debate de uma nova estética civilizatória

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"O Procurador-Geral da República está brincando com fogo"

Marconi Moura de Lima Burum
Publicada em 16 de novembro de 2024 às 13:20
Homem-bomba: a culpa é do Gonet

Paulo Gonet e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil I Divulgação )

O Brasil é um país em dívida permanente com a sua história. Ou por medo vergonhoso de nossas lideranças, ou por sua intencional leviandade, nunca fazemos a Justiça de Transição[1]. Nunca punimos a aristocracia deste País por sua cruenta e longeva escravização (e genocídio) da população negra e indígena. Jamais fizemos pelo menos “cara feia” jurídico-política para os militares assassinos e torturadores da Ditadura Militar. E o máximo que estamos dando conta em relação ao enfrentamento dos bolsonaristas-fascistas da cúpula é gritar: “sem anistia”! Na prática, ninguém de poder político ou econômico sofreu qualquer sanção por seus crimes exaustivos e repetitivos contra a humanidade (seu recorte, no território pátrio).

No histórico dia 13 de novembro de 2024, vimos pela primeira vez um homem-bomba “se” explodir na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Brasil. Muito semelhante a extremismos que assistimos na tevê em outros países que sofrem com as ameaças de terrorismo típico, um ser de coração e mente ruins chamado Francisco Wanderley Luiz atentou contra a Suprema Corte do Brasil e ameaçou lideranças representantes dos três poderes da República. Falamos de um bolsonarista raiz que foi estimulado por todas as forças que brotam no manancial podre denominado Jair Messias Bolsonaro. Sim, este sujeito, como um rio que corre em nosso território (na cognição de milhões de brasileiros), prega diariamente o ódio e estimula atendados contra a democracia e contra a vida de seus adversários políticos. 

E a culpa de Bolsanaro ainda estar solto sem pagar pelos seus crimes e motivar em suas lives, entrevistas, textos[2] e comícios seus seguidores a destruírem a democracia é de Paulo Gonet. O Procurador-Geral da República está brincando com fogo. Ao não propor a Ação Penal da qual somente este único ser humano na face da Terra é titular (competente) para fazê-lo, Gonet simplesmente “autoriza” (sensação de impunidade) que os bolsonaristas continuem a destruir as instituições e a integridade da República.

Fica o alerta: ou você, Gonet, sai de cima do muro, assume a sua obrigação de fazer pela sociedade o que ninguém mais pode fazer; ou você oferece a denúncia contra Jair Bolsonaro, ou você será o “homem-bomba” da última gota de democracia que nos sobrou.

[1] Sobre Justiça de Transição, baixe o livro que explica em detalhes o que vem a ser este conceito. O PDF pode ser acessado em: https://www.ihu.unisinos.br/images/ihu/2024/03_gifs/direito-achado-na-rua-vol-7_pdf_compressed.pdf.Ou por este link: https://odireitoachadonarua.blogspot.com/p/publicacoes.html.

[2] Parece uma infeliz coincidência, mas a única vez que Bolsonaro defendeu incisivamente a democracia foi 3 dias antes do homem-bomba atentar contra os poderes da República. No dia 10 de novembro, o jornal que também já defendeu a Ditadura Militar (nos anos de chumbo), a Folha de S. Paulo, resolveu abrir suas páginas para um ilegítimo (criminoso) e falacioso (mente que nem sente) sujeito. No dia 13 de novembro, o seguidor de Bolsonaro arremessa as bombas contra o STF.

Se eu acreditasse em teoria da conspiração, diria que o artigo de Bolsonaro para a Folha não passou de um álibi para algo que, no submundo de suas redes sociais, ele já soubera que ocorreria 3 dias depois. Mas isso é somente uma coincidência.

Marconi Moura de Lima Burum

Mestre em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB, abraçado às epistemologias do Direito Achado na Rua; pós-graduado em Direito Público e graduado em Letras. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. No Brasil 247, inscreve questões ao debate de uma nova estética civilizatória

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