Humberto diz que gravações de Ramagem comprovam existência de 'Abin paralela
O senador enfatizou que as investigações até agora mostram que, na época, foi criada uma organização "paralela" na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para perseguir "desafetos" do ex-presidente
Em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (16), o senador Humberto Costa (PT-PE) repercutiu os fatos, revelados a partir da operação da Polícia Federal deflagrada na semana passada que, segundo ele, confirmam supostas interferências políticas em órgãos do governo durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O senador enfatizou que as investigações até agora mostram que, na época, foi criada uma organização "paralela" na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para perseguir "desafetos" do ex-presidente. Humberto lembrou que o esquema foi montado para monitorar ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares, governadores, jornalistas e servidores públicos. Ele destacou ainda que a estrutura foi usada para proteger os filhos de Bolsonaro.
— A partir de uma gravação da reunião feita pelo diretor-geral da Abin à época, o Sr. Alexandre Ramagem, escancararam o uso descarado da máquina para favorecer um dos filhos do presidente, investigado em processos legítimos, para apuração pela Receita Federal, do caso das chamadas “rachadinhas” de que é acusado. Estão lá: falas gravadas mostram o ex-presidente, o ministro-chefe do GSI e o diretor-geral da Abin discutindo com as advogadas do Sr. Flávio Bolsonaro uma intervenção na Receita e no Serpro — disse.
Na opinião do parlamentar, a existência de áudios gravados nas dependências do Palácio do Planalto em horário de expediente são prova da existência da "articulação criminosa".
— É um escândalo de grandes proporções que comprova a captura de instituições de Estado pela família presidencial, com uso de órgãos, operando à margem da lei contra aqueles considerados opositores do governo — destacou.
O senador também lembrou de outras três investigações envolvendo diretamente Jair Bolsonaro, como o caso da fraude das vacinas, venda das joias pertencentes à presidência da República, e a participação nos eventos de 8 de janeiro.
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