Inimigos ontem; hoje, aliados!

O poder político é realmente fascinante. Não é à toa que algumas pessoas são capazes até de um gesto de honestidade para se manterem na crista da onda.

Valdemir Caldas
Publicada em 05 de junho de 2018 às 11:17
Inimigos ontem; hoje, aliados!

O poder político é realmente fascinante. Não é à toa que algumas pessoas são capazes até de um gesto de honestidade para se manterem na crista da onda. No Brasil, já disse alguém, política se faz com boas doses de pragmatismo, oportunismo e surpresa. Para a maioria dos políticos, pouco importa a coincidência de pontos de vista, desde que o esquecimento de princípios e propósitos concorra para chegar ao poder, evidenciando, assim, a irrelevância que muitos deles fazem de seu papel, do sistema político e das necessidades da sociedade, como base de sustentação de alianças ou frentes partidárias.

Os recentes acontecimentos políticos de Rondônia, se não são tudo, podem dar uma boa ideia de como será a campanha eleitoral para o governo do Estado e demais cargos eletivos que estarão em jogo no próximo mês de outubro. Elementos que, como água e o azeite, não se podem misturar; hoje, porém, fazem juras de amor e fidelidade eterna, até a próxima traição.  

Em seus discursos, supostamente fundados na necessidade de consolidação democrática e no amadurecimento político dos cidadãos, citam como exemplos a serem imitados outros países, revelando, na prática, o absoluto desprezo por regras em geral seguidas em outras nações. Não importam as armas usadas na contenda eleitoral, desde que os fins eleitoreiros sejam alcançados.

Enchem a boca para falar em cidadania, recheiam seus discursos de intenções moralizadoras, mas a realidade está muito distante disso. A cada novo movimento do tabuleiro político, o que se tem podido observar é o afã incansável de apropriar-se da máquina oficial, para objetivos que em nada se coadunam com as aspirações sociais.

Agora mesmo, no plano estadual, verifica-se politica de aproximação entre opostos, com o único propósito de tomar as rédeas do Estado. Não, evidentemente, para melhorar as condições de vida da população, mas, sim, para salvaguardar privilégios pessoais ou de grupos, enquanto o povo continua entregue à sua própria desdita.

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