Internos de unidade da Capital recebem oficina de compostagem

Núcleo de Acessibilidade, Inclusão e Gestão Socioambiental ofereceu capacitação para manutenção de horta no utilizando o Método Lages de Compostagem

Assessoria de comunicação Institucional
Publicada em 12 de novembro de 2021 às 17:42
Internos de unidade da Capital recebem oficina de compostagem

Restos de alimentos que iam direto para o lixo comum da Unidade de Internação Masculina Sentenciada passaram a ter uma destinação mais adequadas do que os lixões. Todo os dias, internos que receberam orientações separam o que sobra das marmitas em recipientes com tampa. O objetivo desse cuidado constante é produzir material orgânico a ser utilizado como adubo para horticultura em um projeto da Unidade de Internação Masculina Sentenciada. O Tribunal de Justiça de Rondônia é um parceiro desse Projeto, desenvolvendo uma capacitação e acompanhamento na utilização do Método Lages de Compostagem para a produção de alimentos e plantas ornamentais.

No dia 11 de novembro foi realizada a primeira capacitação sobre o Método Lages de Compostagem na unidade. Em um primeiro momento, os internos participaram de uma Roda de Conversa para a sensibilização sobre a viabilidade e os benefícios do reaproveitamento do material orgânico. Por meio de dados oficiais, a engenheira florestal Samira Alvim de Siqueira, Assistente Técnica do TJRO faz o alerta sobre os prejuízos ao meio ambiente com a produção de lixo para só então falar sobre os benefícios e a viabilidade de se utilizar o reaproveitamento das sobras de alimentos no processo de compostagem.

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O Método Lages de Compostagem é um sistema simples para eliminação do resíduo orgânico urbano, para residências, condomínios, escolas, instituições públicas e comércio (geradores de resíduos orgânicos seguros). O projeto foi idealizado em Lages, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) sob a coordenação do prof. dr. Germano Güttler, que vem desenvolvendo projetos comunitários utilizando esse método, seja em terrenos baldios, bairros, escolas, empresas de grande geradores de resíduos orgânicos, inclusive em unidades prisionais como, por exemplo, no Presídio Masculino de Lages. A proposta, além de simples e apresentar baixo custo, pode ser implantada em espaços muito reduzidos no solo e até mesmo como jardim vertical (jardim suspenso) em muros e paredes. Pode ser instalado em locais pavimentados (pátios, varandas, calçadas e coberturas de prédios) e necessita somente que ocorra incidência solar por no mínimo 5 horas por dia. Além da decomposição total do resíduo orgânico, resulta na produção de hortaliças de alta qualidade, sem uso de agrotóxicos ou qualquer tipo de adubo.

Na prática, já com o material separado, os internos tiveram o primeiro contato com técnicas do método Lages, que consiste no processo de transformação de resíduos orgânicos de origem vegetal em adubo orgânico (também conhecido como húmus), pelo enriquecimento da matéria orgânica, por micro-organismos presentes nela.

A produção na horta já foi iniciada e os primeiros resultados são hortaliças como cheiro-verde e espinafre. Com a compostagem realizada no próprio local, além da redução dos custos com adubos, o solo deve se manter sempre rico em nutrientes e propício ao plantio.

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Além da capacitação em compostagem, o Projeto Horticultura e Ressocialização tem o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural-Emater.

Interessado por cada etapa do processo, um dos internos, que está temporariamente em uma unidade da Capital e que deve ser transferido para o interior do Estado, se entusiasmou pelo trabalho na horta. “É muito bom aprender alguma coisa nova e ainda ajudar o meio ambiente”, disse, após participar da oficina. O adolescente gostou tanto da ideia que já pensa em transmitir os conhecimentos para os internos da unidade para onde será transferido.

A capacitação é oferecida por turmas. Até agora o resultado foi positivo, com o envolvimento dos jovens nas atividades que podem, no futuro, ser fator gerador de renda, visto que é uma capacitação voltada à atividade econômica. “É um método simples e que trabalha com o material que eles já têm, sem desperdício. Produzir alimento tem um grande valor, além de contribuir para que o planeta seja um local melhor para se viver e transformar as pessoas é muito válido”, conclui.

Outras unidades devem receber as capacitações de compostagem.

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