Investigação necessária

A população está com os olhos voltados à Câmara Municipal de Porto Velho a espera de uma decisão daquela Casa sobre a grave denúncia envolvendo o vice-prefeito Edgar do Boi (PSDC), acusado por um delator da JBS de receber dois milhões de reais de propina para defender os interesses da empresa na região.

Valdemir Caldas
Publicada em 29 de maio de 2017 às 10:57

A população está com os olhos voltados à Câmara Municipal de Porto Velho a espera de uma decisão daquela Casa sobre a grave denúncia envolvendo o vice-prefeito Edgar do Boi (PSDC), acusado por um delator da JBS de receber dois milhões de reais de propina para defender os interesses da empresa na região. Assim que pipocou a denúncia, o vice do prefeito Hildon Chaves (PSDB) pediu afastamento de suas atividades, mas só isso não é o bastante. Somente a apuração do caso permitirá separar o joio do trigo.

Afinal, quem postula um cargo público precisa fazer de sua vida um livro aberto, pois vai lidar com o patrimônio das pessoas e, portanto, com o destino de cada cidadão. Nesse sentido, reconheça-se, o Brasil tem avançado, nos últimos anos. Uma presidente da República foi apeada do cargo, políticos, empresários e funcionários corruptos foram parar atrás das grades, e outros tantos estão na alça de mira do Ministério Público e da Polícia Federal. Não é pouca coisa.

Agora, chegou a vez de o vice-prefeito Edgar do Boi enfrentar seu inferno astral. A denúncia é grave e, por isso mesmo, carece ser apurada pela Câmara Municipal, que, até o momento, não se manifestou a respeito do episódio. O Tribunal de Contas de Rondônia já entrou em campo. Quer saber se a conduta do senhor Edgar causou danos ao erário. A OAB/RO precisa fazer o mesmo.

A investigação precisa ser rápida e proceder de maneira transparente. A paciência da população chegou ao limite com essas coisas. Ela não mais aceita que fatos dessa natureza sejam empurrados com a barriga ou varridos para debaixo do tapete. Quem não tiver culpa no cartório, que prove sua inocência, sem, contudo, recorrer a velhos e manjados métodos como instrumentos para tergiversação até o episódio cair na vala comum do esquecimento.

É indispensável, portanto, a apuração da denúncia pela Câmara Municipal, tenha ou não fundamento. Afinal, antes que se faça a luz sobre os fatos, impossível estabelecer culpas e responsabilidades, pois não seria justo confundir cidadãos honrados com propineiros. O sentimento que impera na população de Porto Velho não é diferente do que domina o resto do país. Ela quer que tudo seja devidamente esclarecido, independente de quem sejam os acusados e acusadores.

Winz

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